A Horse With No Name

cavalo

terça-feira, 28 de abril de 2015

Agitation Free


Banda alemã de rock progressivo e krautrock formada em 1967 por Michael "Fame" Günther (baixo), Lutz "Lüül" Ulbrich (guitarra), Lutz "Ludwig" Kramer (guitarra) e Christoph Franke (bateria). Eram inicialmente chamados Agitation, um nome escolhido ao acaso no dicionário.

Após perder o guitarrista Axel Genrich para a banda Guru Guru em 1970 e o baterista Christopher Franke para o Tangerine Dream no ano seguinte, a banda recrutou Jörg "Joshi" Schwenke (guitarra), Burghard Rausch (bateria) e Michael Hoenig (teclado). Lançaram seu álbum de estréia Malesch em 1972 pela gravadora Music Factory. O álbum foi inspirado por sua turnê pelo Egito, Grécia e Chipre.

Um segundo álbum foi lançado em 1973, mas a banda acabou em 1974. Reuniram-se em 1998 e lançaram River of Return em 1999.

Texto: Wikipédia

1972 | MALESCH

01 | You Play For Us Today
02 | Sahara City
03 | Ala Tul
04 | Pulse
05 | Khan El Khalili
06 | Malesch
07 | Rücksturz

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1973 | 2ND

01 | First Communication
02 | Dialogue And Random
03 | Layla, Part 1
04 | Layla, Part 2
05 | In The Silence Of The Morning Sunrise
06 | A Quiet Walk
a) Listening
b) Two-not Of The Same Kind
07 | Haunted Island

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1976 | LAST

01 | Soundpool
02 | Laila II
03 | Looping




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1996 | FRAGMENTS (1974)

01 | Someone’s Secret
02 | Mickey’s Laugh
03 | We Are Men
04 | Mediterranean Flight




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1998 | AT THE CLIFFS OF RIVER RHINE (1974)

01 | Through The Moods
02 | First Communication
03 | Dialogue & Random
04 | Laila
05 | In The Silence Of The Morning Sunrise



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1999 | THE OTHER SIDE OF AGITATION FREE (1974-1975)

01 | Atlantic Overcrossing
02 | Abulafia
03 | 6th Floor
04 | Deliverance
05 | Latino Catherine
06 | Get It Out
07 | Offstage
08 | Song Für Den Proletariersohn (Teil 1)
09 | Song Für Den Proletariersohn (Teil 2)
10 | Song Für Den Proletariersohn (Teil 3)

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1999 | RIVER OF RETURN

01 | River Of Return
02 | 2 Part 2
03 | Fame's Mood
04 | Susie Sells Seashells At The Seashore
05 | The Obscure Carousel
06 | Nomads
07 | Das Kleine Uhrwerk
08 | 177 Spectacular Sunrises
09 | Keep On

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2011 | SHYBUIA NIGHTS
(Live In Tokyo)


01 | You Play For Us Today
02 | Sahara City
03 | In The Silence Of The Morning Sunrise
04 | Shibuya Nights
05 | First Communication
06 | Dialogue & Random
07 | Ala Tul
08 | Laila
09 | Nomads
10 | A Quiet Walk
11 | Das Kleine Uhrwerk
12 | Malesch
13 | Drifting
14 | Rücksturz

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sábado, 25 de abril de 2015

Bacamarte


Um dos maiores nomes brasileiros do rock progressivo, o Bacamarte nasce em 1974 como uma entre muitas bandas de colegas de colégio.

Depois de várias mudanças de formação ao longo de seus três primeiros anos de vida, o grupo apresenta-se no programa "Rock Concert" da TV Globo, o que provoca um aumento do interesse por sua música. O resultado seria uma fita gravada em 1977 que circularia inclusive pela CBS se, contudo, conseguir aprovação (coisas das era Disco...).

Com o surgimento, em 1982, da Rádio Fluminense FM e sua política de abrir espaço para bandas iniciantes, o Bacamarte despontaria como grande revelação. No ano seguinte, "Depois do fim", álbum independente, está disponível ao público.

O disco venderia milhares de cópias no Brasil e países da Europa e, principalmente Japão. O sucesso da estréia, porém, não impede o fim da banda um ano depois.

Posteriormente, o guitarrista Mário Neto lança o CD "As Sete Cidades" sob o codinome Bacamarte.

1983 | DEPOIS DO FIM

01. UFO
02. Smog Alado
03. Miragem
04. Pássaro da Paz
05. Caño
06. Último Entardecer
07. Controvérsia
08. Depois do Fim
09. Mirante das Estrelas

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1999 | SETE CIDADES

01. Portais
02. Ritual Da Fertilidade
03. Filhos Do Sol
04. Espritos Da Terra
05. Mirante Das Estrelas
06. Carta
07. Canto Da Esfinge

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terça-feira, 21 de abril de 2015

Marcos Valle | Vento Sul

Marcos Valle radicalizou de vez em Vento Sul, o disco mais experimental de sua carreira. Sambas psicodélicos invadiram o repertório, composto em uma aldeia hippie e gravado com integrantes do grupo O Terço. A temática das letras passeia por climas bucólicos, com muitas referências ao ar, à liberdade e à paz. Apesar disso, "Revolução Orgânica" abre o disco com guitarras pesadas e falando de morte. Depois é só calmaria. "Vôo Cego" poderia fazer parte do repertório mais espacial do Grateful Dead, enquanto "Deixa O Mundo E O Sol Entrar", um folk-rock de primeira, chega a emocionar.

Ainda há canções mais inusitadas como "Rosto Barbado" e "Vento Sul", dois belos hinos hippies, a assustadora "Democústico" e a mezzo balada, mezzo hard-rock "Mi Hermoza", cantada quase toda em falsete.

Vento Sul é um disco de rompimento com a música brasileira tradicional e assustou muita gente. Tornou-se de cara um clássico esquecido do rock brasileiro.

Texto | Leonardo Bomfim

1972 | VENTO SUL

01. Revolução Orgânica
02. Malena
03. Pista 02
04. Vôo Cego
05. Bôdas de Sangue
06. Democústico
07. Vento Sul
08. Rosto Barbado
09. Mi Hermoza
10. Paisagem de Mariana
11. Deixa o Mundo e o Sol Entrar

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sexta-feira, 17 de abril de 2015

O Peso


Biografia: Wikipédia

Em 1972, os Cearenses Luiz Carlos Porto (vocal) e seu parceiro Antônio Fernando foram, do Ceará, para o Rio de Janeiro. Com a música "O Pente", a dupla participou da sétima edição do Festival Internacional da Canção. Após o evento, a dupla se dissolveu, e Luís Carlos manteve contatos com diversos músicos da cidade. Dois anos depois, quando retornou ao Rio, o vocalista fundou o grupo O Peso, junto com Gabriel O'Meara (guitarra), Constant Papineau (piano), Carlos Scart (baixo) e Carlos Graça (bateria).

Em 1975, a banda assinou contrato com a gravadora Polydor e lançou o LP "Em busca do tempo perdido", no qual mesclava elementos do blues e do rock. No mesmo ano, o grupo lançou o compacto "Sou Louco por Você/Me Chama de Amor", pela mesma gravadora.
No final dos anos 70, o grupo encerrou as atividades. Em 1984, com a revitalização do rock no Brasil, o grupo retornou às atividades, apenas com Luiz Carlos da formação original. Nesse período, o grupo apenas fez shows tocando seu antigo repertório e não lançou novos discos.

"Este disco tem um fato curioso: Eles se apresentaram no Hollywood Rock de 1975, embora os mais jovens digam que não houve e etc. Só que esta turma na época não tinha nem nascido e eu já tinha 16 anos e estava no Rio de Janeiro quando aconteceu o Festival. A faixa "Cabeça feita" dá a impressão que foi gravada ao vivo, mas não foi. Os técnicos usaram o áudio de platéia e fizeram um fade in - fade out com aplausos e assobios , mas esta canção não foi apresentada no evento."

1975 | EM BUSCA DO TEMPO PERDIDO

01. Sou Louco Por Você
02. Não Fique Triste
03. Me Chama de Amor
04. Só Agora
05. Eu Não Sei de Nada
06. Blues
07. Lúcifer
08. Boca Louca
09. Cabeça Feita
10. Em Busca do Tempo Perdido

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terça-feira, 14 de abril de 2015

Star Spangled Banger


John Brownrigg | vocals, guitar
Ron Walters | vocals, piano, organ
Paul Doo | drums


1974 | STAR SPANGLED BANGER

01. Fear Of The Night
02. Question Of The Country
03. Run
04. Fancy Underpants
05. Suite 3
06. Protestor Man
07. Sailing
08. Country Son
09. Pull Together
10. One Out, Two In
11. Continental
12. Don’t You
13. Thanks To You
14. Star Spangled Banger
15. Star Spangled Banger (Bonus)

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sábado, 11 de abril de 2015

Som Nosso de Cada Dia


Celebrada banda do rock progressivo brasileiro, o Som Nosso de Cada Dia teve uma trajetória tão intricada quanto sua própria música. Enfrentou todas as agruras do mercado musical brasileiro, sua postura historicamente tacanha e conservadora e, com um ato de heroísmo, conseguiu lançar um disco mítico e fundamental para toda uma concepção sonora que conseguiu florescer, com outros também pioneiros, em um par de anos na década de 70. Sempre lembrada pelo multi-instrumentista Manito, recentemente falecido, a banda também englobou talentos como o do compositor Pedro Baldanza, do guitarrista Egídio Conde e dos tecladistas Dino Vicente e Tuca Andrade. Se você quiser descobrir, é preciso olhar para o infinito, como cita uma das muitas letras espirituosas da banda.

1974 | SNEGS

01. Sinal Da Paranóia
02. Bicho Do Mato
03. O Som Nosso De Cada Dia
04. Snegs De Biufrais
05. Massavilha
06. Direccion De Aquarius
07. A Outra Face
08. O Guarani

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Eis um disco que é um marco do rock progressivo brasileiro. A despeito do sucesso comercial de Raul Seixas, Rita Lee, Mutantes e O Terço na década de 70, o maior filão do rock brasileiro nesta época era essencialmente underground, ainda que houvesse um público numeroso. E o Som Nosso de Cada Dia tem lugar de honra nesse território. Snegs é a tradução, em sons, da garra e do pioneirismo frente às adversidades. É art-rock em estado bruto. O disco foi gravado em 1973, lançado apenas no ano seguinte, e tudo ali era ousadia – a formação incomum (um trio sem guitarrista fixo), a sonoridade repleta de sintetizadores, a musicalidade avançada dentro do rock e as letras filosóficas (praticamente uma espada sem corte, naqueles tempos ditatoriais). Manito era o mágico multi-instrumentista; Pedro Baldanza, a força motriz do grupo com seu baixo e as composições e Pedrinho Batera, a máquina ritmica e o verbalizador daquela expressão. Snegs tem uma variedade fantástica de climas, com um virtuosismo saudável e tortuosas convenções pela música progressiva. Dificilmente existe algo com o qual haja comparação, ainda que estejamos falando em nível internacional. A combinação de ideias e a amarração dos arranjos, a parafernália eletrônica misturada a incursões com flauta, saxofone e violinos, os vocais repletos de expressão e algum apelo soul na voz de Pedrinho Batera formam um caldeirão único de composições. Todas, tranquilamente, podem ocupar o espaço de favorita do ouvinte, ainda que apenas por um tempo. O único revés é a produção sonora, que deixou o som um pouco abafado e não reproduz com fidelidade o som da bateria e dos vocais. Eram nossos parcos recursos disponíveis a uma banda de calibre internacional. Uma curiosidade com relação à capa: trata-se de um desenho inacabado.

1977 | SOM NOSSO
(Sábado/Domingo)


01. Pra Swingar
02. Levante a Cabeça
03. François
04. Pra Segurar
05. Estação da Luz
06. Vida de Artista
07. Bem no Fim
08. Montanhas
09. Neblina
10. Água Limpa
11. Rara Confluência

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Manito deixou a banda em 1975 e uma grande reformulação sonora ocorreu, além de muitas reviravoltas em todos os sentidos, no período entre Snegs e o segundo disco. O grupo passou a contar com Dino Vicente nos teclados e com um guitarrista fixo, Egídio Conde (ex-Moto Perpétuo). As canções foram modificadas em seus arranjos e novos sons foram trabalhados, ampliando ainda mais o clima espacial das faixas e sua extensão. A banda realizou muitos concertos no período e trabalhou na concepção de uma longa suíte conceitual chamada “Amazônia”. Surgiram muitas dificuldades para gravar e principalmente lançar o novo trabalho. Nesse período também o grupo passa a experimentar um novo repertório, completamente diferente, calcado no funk, no soul e na black music americana. Aí, a gravadora enxerga o potencial comercial do Som Nosso e decide desengavetar o projeto do segundo disco. Essa estranha combinação é a gênese do segundo disco do grupo, lançado em 1977. De forma totalmente alheia à vontade da banda, o lado A do disco mostra essa faceta funk e o lado B, trechos da suíte “Amazônia” retalhada. Para quem pega o disco sem conhecer essa história, a coisa soa bastante estranha, até indigesta, ainda que o lado A tenha muita qualidade nesse campo e conta com diversos convidados, tocando percussão e metais. Era uma música perfeita pra agitar bailes como os que rolavam no subúrbio carioca e “Pra Swingar” é uma faixa emblemática. Para quem conheceu a banda a partir de Snegs, o lado B é um consolo, com faixas que demonstram uma evolução da veia progressiva do grupo, ainda que sem a mesma intensidade anterior. Temos ali uma maior influência do jazz-rock, se somando a uma típica pegada brasileira, já apresentada no disco anterior. “Rara Confluência” e “Neblina” são faixas que mostram o altíssimo nível do que seria a suíte Amazônia. A banda se desiludiu com toda essa mistura, com a falta de visão artística da gravadora CBS e foi definhando, até acabar no ano seguinte.

1995 | LIVE ’94

01. Intro/ O Guarani
02. Som Nosso de Cada Dia
03. Nada Prá Lembrar
04. Bixo do Mato
05. Tinta Preta Fosca
06. Docas
07. Doce Gente Má
08. O Amor
09. Prá Swingar
10 Sinal da Paranóia

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Disco que celebra a volta do grupo e os 20 anos do lançamento de Snegs, com o retorno da formação original e o lançamento de Snegs em formato CD. Historicamente, de grande importância, porém, musicalmente o resultado apresentado é fraco. Dois shows realizados em São Paulo em 1994 deram origem a esse registro que conta também com Jean Trad na guitarra e Homero Lolito nos teclados, tendo Manito a responsabilidade pelo saxofone e pela flauta, que o próprio considerava como seus instrumentos oficiais. A sonoridade, especialmente dos teclados, não condiz em nada com seu passado analógico. A pegada também foi suavizada (uma espécie de pé no freio) e os vocais de Pedrinho se apresentam bastante debilitados pelo tempo e pelos problemas de saúde. Apenas três canções de Snegs estão presentes – “Sinal da Paranóia”, “Bicho do Mato” e “Som Nosso de Cada Dia”. Temos ainda as inéditas “Docas” (uma canção da época, não gravada) e “Nada para Lembrar” que até se destacam, numa vertente mais fusion. Pedrinho Batera faleceu precocemente pouco depois do lançamento do disco e o nome Som Nosso de Cada Dia foi enterrado por mais uma série de anos.

2005 | A PROCURA DA ESSÊNCIA
Ao vivo 1975-1976


CD 1 | O Barulho Aterroriza
01. Sinal da Paranóia
02. Fragmentações
03. Neblina
04. Tema da Batera
05. Rara Confluência
06. Bote Salva Vidas
07. Tinta Preta Fosca (Bem no Fim)
08. Blues da Gaita
09. Improviso

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CD 2 | Cuidado com o Verdi
01. Bote Salva Vidas
02. Sonhas Paulinho
03. Tinta Preta Fosca (Bem no Fim)
04. Água Limpa
05. Fragmento Instrumental
06. Tema da Batera
07. A - Blues do Verdi
B. Voando a 10.000 por Hora
08. Rajada Runaway
09. Sinal da Paranóia

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Um lançamento louvável no esforço da valorização da obra do Som Nosso de Cada Dia é este disco duplo, lançado pelo selo Editio Princeps, com um primoroso trabalho gráfico e informativo. Musicalmente, uma junção de diversas faixas ao vivo do grupo, captada de diferentes formas, todas amadoras, mas ainda conservando um razoável (porém irregular) grau de qualidade. Diria se tratar de um bootleg “chic”, com música da melhor qualidade. Aqui lança-se luz sobre a vertente que a banda adotou depois da saída de Manito e o ingresso de Egídio Conde. Em alguns períodos, que não são identificados nas gravações, a banda contou com dois tecladistas – Dino Vicente e Tuca Andrade (ex-Apokalypsis) e também com o percussionista Rangel. Aqui temos outros trechos da suíte Amazônia executados ao vivo, como a fantástica “Bote Salva-Vidas“, que inicia num clima melódico-espacial para descambar em um funk-fusion. Todas as músicas apresentam arranjos bem mais longos do que as equivalentes em estúdio e pode se comprovar, em termos práticos, a competência da banda, mantida intacta ao longo de suas diversas formações. Outra faixa inédita é “Sonhas Paulinho“, composição de Egídio Conde, e diversas faixas com um clima de jam-session e experimentação, com solos de bateria, letras improvisadas e outras loucuras. Alguns anos depois, surge outra gravação do grupo ao vivo no Teatro Aquarius em 1976, mas que não apresenta outras canções inéditas, exceto o registro de duas jams instrumentais.

Por | Ronaldo Rodrigues

terça-feira, 7 de abril de 2015

Módulo 1000


O jornal Rolling Stone, em sua edição nacional, de número 4 (21 de janeiro de 1972) trazia na segunda capa (interna) anúncio de página inteira com o disco. Está lá escrito: "Nosso som é o som do mundo para ser sacado e curtido" - Módulo 1000, com a foto do quarteto e a capa do disco, trazendo apenas o nome da banda e da obra - "Não Fale Com Paredes". Uma estréia que prometia, mas que enfrentou resistências, mesmo dos setores mais roqueiros da mídia, inclusive do próprio RS.

A razão da reação adversa de alguns é, ao mesmo tempo, o grande trunfo do álbum: o som progressivo, altamente técnico, que, ao contrário das críticas, não deixava de manter o pé no rock e da psicodelia. Integravam o grupo carioca, os músicos Luiz Paulo (órgão, piano e vocal), Eduardo (baixo), Daniel (guitarra) e Candinho (bateria). A produção, devidamente capitalizada no anúncio do jornal, é do disc-jockey Ademir, um dos mais destacados da época, depois de Big Boy.

De fato, em suas nove músicas, "Não Fale Com Paredes" é um exercício de criatividade instrumental que, hoje, pode-se nivelar aos melhores discos do gênero produzidos no exterior. "Turpe Est Sine Crine Caput", cantada em latin, com um impressionante trabalho de guitarra, abre o disco mostrando o que vem pela frente. "Não Fale Com Paredes", com letra de Vitor Martins ("Uma pessoa/É uma figura/É uma imagem/Numa moldura/Minha imagem quer sair do quadro/Dessa vitrine sem profundidade"), em clima de quase hard-rock à la Grand Funk Railroad, expõe a face mais pesada do grupo. E "Espelho" é uma viagem acústica, com vocais suaves, que lembra um pouco a sonoridade dos Mutantes.

Um aviso na capa do lp reflete a preocupação do grupo com a qualidade de produção: "o tempo de duração de cada face do disco foi limitado a 16 minutos para proporcionar uma excelente reprodução sonora". Objetivo alcançado, pois ainda hoje causa supresa aos novos ouvintes o resultado final do disco, gravado com as conhecidas condições técnicas nacionais de trinta anos atrás. E por jovens que tinham idade média de 20 anos.

"Não Fale Com Paredes" também é assíduo frequentador dos "want lists" (procurados) de colecionadores internacionais de discos raros de psicodelia e progressivo. Sua capa (em detalhe) está no livro "2000 Record Collector Dream", do austríaco Hans Pokora, e uma de suas músicas - "Lem-Ed-Êcalg (Glacê de Mel, ao contrário) integra a coletânea "Love, Peace & Poetry - Latin American Psychedelic Music", ao lado do também brasileiro Som Imaginário.

Mesmo assim, a sina de "Não Fale Com Paredes" parece ser parmanecer no anonimato. Tanto que já é candidato a transformar-se em "disco perdido" também na era digital. Remasterizado, com capa original de papel e encarte com as letras, ganhou versão em cd, sem que ninguém tenha se dado conta. Originalmente gravado pela Top Tape, a reedição caprichada, limitada e provavelmente esgotada é da Zaher Zein/Projeto Luz Eterna.

Texto de Fernando Rosa, originalmente publicado na revista ShowBizz.

1970 | NÃO FALE COM PAREDES

01. Turpe Est Sine Crine Caput
02. Não Fale Com Paredes
03. Espêlho
04. Lem - Ed - Êcalg
05. Ôlho por Ôlho, Dente por Dente
06. Metrô Mental
07. Teclados
08. Salve-se Quem Puder
09. Animália
10. Curtíssima (bônus)
11. Ferrugem e Fuligem (bônus)

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domingo, 5 de abril de 2015

Kris Kringle | Sodom

Kris Kringle foi um projeto paralelo, um dos nomes de grife usados pelo grupo Memphis, campeão das domingueiras paulistanas no Clube Pinheiros e Círculo Militar em São Paulo, no início dos anos 70. O Memphis começou em 1966 como Bumble Bees e passou pelo Colt 45, mas também usou nomes de grupos fantasmas, como The Fox, Beach Band, Young Fellow, Joe Bridges e Baby Joe.

O Kris Kringle (Papai Noel em alemão) lançou o petardo “Sodom” em 1971. Entre as várias versões de músicas de sucesso, destaque para a versão heavy-psicodélica de "Help", dos Beatles, o progressivo jurássico de "Sarabande" e o som Deep Purple total de "That's my love for you". Tudo no lugar: riffs grudentos, solos sinuosos, bateria acelerada, vocal hard e coruscantes linhas de baixo do virtuose Nescau. E, claro, órgão Hammond sempre na hora certa e na medida. Do primeiro ao último sulco, rock puro na veia!

Um avanço para a época, o LP já foi lançado em estéreo, em ótima produção do mago de estúdio Cesare Benvenuti. Experimente ouvir com fones de ouvido de boa qualidade. Tudo foi gravado, mixado e masterizado (no talo!) à perfeição, no histórico Estúdio Gazeta (Estúdios Reunidos), na Av. Paulista, 900, no quarto andar do prédio da Fundação Cásper Líbero. Diferentemente até de CDs produzidos nos anos 90, o som é forte, redondo, encorpado e tonitruante. Nada de som de radinho de pilha, muito menos bateria de caixinha de fósforos. Meia hora de pau puro, para nenhum headbanger botar defeito!

Pelo grupo, passaram, entre outros: Dudu França (Joe Bridges), bateria e lead vocal; Marcos Maynard (Marcão), guitarra-base, órgão e vocais; Carlos Alberto Marques (Carlinhos), guitarra, saxofone e vocais; Juvir Moretti (Xilo), guitarra-solo e vocais; Marco Antônio Fernandes Cardoso (Nescau), baixo e vocais; e Otávio Augusto Fernandes Cardoso (Otavinho), guitarra-base, teclados e vocais.

Sodom é um lugar de confusão, cenas de tumulto, confusão e gritaria. Homem maluco ou lunático sem ordem! No conceito de Kris Kringle, a palavra recebe um novo e diferente sentido. Sodom vem a ser o som de duas vozes, Kris Kringle e Joe Bridges; separadamente explosivas e, quando juntas, incomparáveis.

Sodom são as cordas da guitarra, movidas ferozmente por Mark Kringle. Sodom é o movimento de Joe Bridges, que não toca, mas ataca sua bateria. Sodom é você, a audiência acompanhando o ritmo com as mãos, deixando-os juntos nesse palpitante ritmo, e seus pés acompanhando com a dança, porque o som os força a isso.

Enfim, Sodom é o agradável trabalho, excitação e exaustão que entram na criação de um LP que não é um LP, mas um ato final num longamente esperado sonho. É a criação de seis rapazes guiados por seu produtor. (Trad. Peja Prod.)


O encarte viajandão parece usar linguagem cifrada. Além disso, finge, na maior caradura, ser tradução de um suposto original em inglês. As ilustrações também são totalmente psicodélicas, "mutcho lôkas" mesmo, condizentes com a viagem musical proposta pelo disco. O álbum, disputado a tapa nos sebos nacionais e internacionais por até US$ 300, teve bastante repercussão, pois mereceu uma segunda edição em 1972, e até um single lançado na França.

Por: Silvio Atanes

1971 | SODOM

01. Louisiana
02. Help
03. That's My Love for You
04. The Resurrection Shuffle
05. Janie Slow Down
06. Susie
07. The Monkey Song
08. Sarabande
09. Mr. Universe
10. What You Want

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sexta-feira, 3 de abril de 2015

Pão Com Manteiga

Pão Com Manteiga foi uma banda paulista de rock psicodélico formada em 1976.

Integrantes:

Johnny - vocal e guitarra
Edison - bateria e efeitos
Paulo Som - viola, violão e vocal
Pierre - baixo e vocal
Gilberto - teclados e banjo

Infelizmente a banda lançou apenas um álbum. Um disco homônimo com um tema interessante, estilo medieval. O disco é conceitual e aborda o mundo fantasioso de Avalon e faz criticas a sociedade moderna.

Uma musicalidade muito agradável e com músicos competentes o Pão com Manteiga não recebeu a devida atenção do publico.


1976 | PÃO COM MANTEIGA

01. Mister Drá
02. Merlin
03. Flor Felicidade
04. Micróbio do Universo
05. Montanha Púrpura
06. Multi-Átomos
07. Serzinho Sem Medo
08. Cavaleiro Lancelot
09. História do Futuro
10. A Feiticeira
11. Fugindo do Planeta
12. Virgem de Andrômeda

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quarta-feira, 1 de abril de 2015

V.A. - Motown Meets The Beatles


A Motown Records é uma gravadora americana, também conhecida como Tamla-Motown, fundada em 1959 por Berry Gordy Jr., na cidade de Detroit, estado americano de Michigan conhecida como "Motor Town", devido às montadoras de automóveis ali instaladas. A Motown ficou famosa por apresentar muitos artistas de qualidade nos anos 60. Também ficou conhecida por seu estilo próprio na época, que era chamado de "The Motown Sound", era um soul característico que se diferenciava pela presença de pandeiros e percussões adicionados aos instrumentos de sopro - alem de enquadrar técnicas de orquestração às suas sessões de estúdio. Outra técnica pouco usada na época que foi aderida pela Motown, era a linha de backvocals que seguiam o estilo "canto-e-resposta", que basicamente repetiam frases inteiras ou alguns versos, originário na música gospel.

Apesar de terem existido músicos negros norte-americanos de grande sucesso antes dos anos 60, incluindo Louis Armstrong, Ella Fitzgerald, Nat King Cole, e Chuck Berry, a Motown foi a mais importante lançadora de artistas negros desde seu surgimento até o surgimento do chamado "hip hop". Foi também a primeira a lançar músicas que deixavam de lado o puro e simples lirismo e mergulhavam também em temas socio-políticos.Foi também a criadora dos chamados 'girl groups', como Martha & the Vandellas e The Supremes. Seus artistas eram vestidos, penteados e coreografados de modo impecável, para exibições ao vivo nas tevês e shows. Deveriam, para a gravadora, funcionar como uma espécie de "embaixadores" para outros artistas negros norte-americanos em busca de sucesso.

A maioria dos sucessos da Motown nos anos 60 - destaque para as primeiras gravações de Diana Ross e The Supremes - foi escrita pelo trio de compositores Holland-Dozier-Holland (Lamont Dozier, e os irmãos Brian e Edwin Holland Jr.). Tanto cuidado com a produção deu resultados: de 1961 a 1971 a Motown conseguiu emplacar nada menos que 110 músicas no "Top 10" norte-americano. Para completar o acompanhamento de alguns artistas, a gravadora teve também sua própria orquestra, chamada The Funk Brothers.Entre o maiores sucessos lançados pela gravadora, destacam-se:"ABC", do Jackson Five "You Keep Me Hangin' On", com Diana Ross e The Supremes "What’s Going On", de Marvin Gaye "I Can´t Help Myself" com os The Four Tops e "My Girl", com The Temptations. Outros artistas de peso da gravadora foram: Michael Jackson, The Four Tops, Rick James, Martha Reeves, and the Vandellas, Smokey Robinson, Mary Wells, Jackie Wilson, The Commodors e Lionel Richie, Gladys Knight & the Pips, The Miracles, Stevie Wonder, Marvin Gaye, Marvelettes, Contours Jr, Walker & The All Stars, Barrett Strong, Eddie Holland, Edwin Starr, Isley Brothers, entre tantos outros.

Até o surgimento do chamado "hip-hop", foi a mais importante lançadora de artistas negros ao mainstream. Além disso foi a pioneira a por a "cara pra bater", erguendo a bandeira de artistas que queriam ser a voz do povo, ou seja, carregavam temas sócio-políticos e, quase sempre, acabavam colocando a poesia em segundo plano. Madrinha de muitos artistas de grande sucesso, como: Jackson Five, Diana Ross, Marvin Gaye, The Temptations e Stevie Wonder, também criaram os "girl groups", com vocalistas femininas, bem representado por Martha & the Vandellas e The Supremes. Contavam também com uma excelente banda de estúdio, os "The Funk Brothers".

MOTOWN MEETS THE BEATLES

Toda banda tem lá suas influências e os Beatles não eram exceção. No início de carreira eles beberam na fonte de Elvis, Buddy Holly, Everly Brothers e outros artistas brancos, por outro lado, a música negra também foi importante para a formação do quarteto.

Gêneros como blues, rhythm and blues e soul, que na América eram restritos a audiências brancas, cruzaram o atlântico sendo tocados sem preconceito nas rádios européias e fizeram sucesso. Assim como boa parte da juventude britânica da época, eles adoravam Smokey Robinson & The Miracles, Donays, Fats Domino, etc.

Algumas das canções desses artistas eles até fizeram questão de regravar, como Devil in His Heart, Please Mr. Postman, You've Really Got a Hold On Me e Money. Neste tributo, a Motown reuniu alguns destes representantes - que ilustram seu catálogo - para "só" tocar clássicos dos Beatles. É um disco muito bem produzido, indispensável para qualquer amante da boa música.

Texto retirado de | O Baú do Edu

1995 | V.A. - MOTOWN MEETS THE BEATLES

01. The Supremes | Hard Day's Night
02. The Four Tops | Eleanor Rigby
03. Stevie Wonder | We Can Work It Out
04. Temptations | Hey Jude
05. Marvin Gaye | Yesterday
06. Diana Ross | The Long and Winding Road
07. The Supremes | Come Together
08. Syreeta | She's Leaving Home
09. The Supremes | You Can't Do That
10. The Four Tops | The Fool on the Hill
11. The Four Tops | Michelle
12. Smokey Robinson & the Miracles | And I Love Her
13. Martha Reeves & The Vandellas | Something
14. Gladys Knight & The Pips | Let It Be
15. Diana Ross | Imagine
16. Jr.Walker | My Love
17. Edwin Starr | My Sweet Lord
18. Barret Strong | Money (That's What I Want)
19. Smokey Robinson & The Miracles | You've Really Got A Hold On Me

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