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quarta-feira, 17 de novembro de 2010

The Beatles

Em 1964, os americanos que comprara Meet The Beatles foram apresentados a quatro rapazes de franja e terninho que não pareciam encarnar de forma alguma o desejo de liberdade. Apenas dois anos depois é que os fãs puderam chegar perto de conhecer os verdadeiros Beatles - estrelas do pop cheias de imaginação. E só mais tarde a banda - particularmente Lennon - iria desnudar sua alma.. Mas Rubber Soul já valia a pena.

O álbum injeta mística no mundo dos Beatles. A capa psicodélica - a foto, feita por uma lente grande-angular, dá ao grupo, muito sério, um ar de "ligadão" - nem traz o nome da banda (era a primeira vez que isso acontecia nos Estados Unidos).

Das letras obscuras, a melhor é a de Norwegian Wood (this Bird Has Flown), de Lennon - que, como I'm Looking Through You, McvCartney, faz alusão à sua turbulenta vida pessoal. Nowhere Man, porém, descarta totalmente o romance - coisa rara para o grupo até então.

A sentimental Michelle compensa em beleza o que não tem em profundidade, enquanto Girl é enganosamente simples (bem mais sofisticada do Just Like A Woman, de Bob Dylan, segundo o crítico Greil Marcus).

Musicalmente, Rubber Soul é um passo à frente. Os elementos-chave do disco incluem a cítara e, em Think For Yourself, o baixo distorcido - como The Word, é um rock sem data de validade.

A maior ofensa ao reinado dos Beatles não é Ob-La-Di, Ob-La-Da. É fato de Rubber Soul ser tão subestimado. O álbum não contém hits (sucesso nos EUA como single, Nowhere Man não foi incluída na versão americana do LP), mas seria um destaque na discografia de qualquer banda menor.

Por Bruno MacDonald

1965 | RUBBER SOUL

01. Drive My Car
02. Norwegian Wood (This Bird Has Flown)
03. You Won’t See Me
04. Nowhere Man
05. Think For Yourself
06. The World
07. Michelle
08. What Goes On
09. Girl
10. I’m Looking Through You
11. In My Life
12. If I Needed Someone
13. Run For Your Life

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