:: RASPANDO O TACHO ::
Por: Luiz Felipe Carneiro
Até que estava demorando um pouquinho para Janie Hendrix lançar mais algum CD póstumo com gravações de seu irmão. Quando colocou nas lojas o luxuoso box "The Jimi Hendrix Experience", os fãs pensaram que o tacho já havia sido todo raspado. Não. Janie falou que ainda tem material inédito para lançar pelos próximos dez anos.
A julgar por "Valleys of Neptune", álbum de sobras de Jimi Hendrix que chegou às lojas, muita coisa boa ainda pode aparecer por aí. Sob a batuta do engenheiro de som Eddie Kramer (que trabalhou nos álbuns originais de Jimi Hendrix), o álbum, embora não seja absolutamente inédito - diversas canções já são bem conhecidas, e foram lançadas em coletâneas póstumas anteriores do artista -, certamente, fará a festa dos órfão daquele que é considerado o maior guitarrista de todos os tempos.
Mesmo não sendo tão surpreendente como tem sido alardeado, "Valleys of Neptune" possui em suas faixas uma qualidade que faz jus a aura de Hendrix. As canções foram bem selecionadas, e nada está abaixo do selo de qualidade do guitarrista - o que é comum em trabalhos póstumos que são lançados diariamente por aí. Como exemplo, a faixa-título, um jazz-psicodélico que poderia estar presente em qualquer álbum lançado em vida por Jimi Hendrix. Aliás, um trecho da mesma gravação já havia sido lançado em 1990, no box "Lifelines", que foi retirado das lojas dois anos após o seu lançamento.
A canção que dá título ao álbum possui um acento pop, que é notado em várias das canções de "Valleys of Neptune", a começar pela sua primeira faixa, uma versão de "Stone free", gravada entre abril e maio de 1969, no Record Plant, com a presença de Billy Cox (baixo) e Mitch Mitchell (bateria). Aliás, 11 das 12 faixas do álbum foram gravadas em 1969, após o lançamento do álbum "Electric Ladyland", e antes de "Band of Gypsys" (1970).
Ou seja, essas gravações de 1969 representam um período interessante da carreira de Hendrix, o da transição da Experience para a Band of Gypsys. Inclusive, "Ships passing through the night" foi gravada na última sessão de estúdio do guitarrista com a Experience.Essa faixa, assim como as instrumentais "Lullaby for the summer" e "Crying blue rain" são inéditas em disco. Esta última - que conta com a adesão de Rocki Dzidzornu (o mesmo que tocou percussão na gravação de "Sympathy for the devil", dos Rolling Stones) -, ganhou novo baixo e nova bateria, gravados por Cox e Mitchell, em 1987. O mesmo processo de "revigoração" aconteceu com "Lover man" (em versão raivosa) e "Mr. Bad Luck", sendo que a última é a única faixa do álbum não gravada em 1969 - ela é de 1967, e chegou a ser testada por Hendrix nas sessões de gravação do álbum "Axis: Bold as Love", lançado no mesmo ano.
Canções já bastante conhecidas dos fãs de Jimi Hendrix, como "Fire", "Red house" (com mais de oito minutos de duração, e um solo fantástico de Hendrix) e "Hear my train a comin'", ganharam novas versões nesse "Valleys of Neptune". Versões diferentes das originais: as duas primeiras foram gravadas durante um ensaio para um show de Hendrix em Londres, enquanto que a segunda se destaca pelo solo arrasador do guitarrista, e pela bateria animal de Mitchell. "Sunshine of your love" ganhou uma versão mais pesada (e instrumental) do que a original do Cream, banda de seu "concorrente" Eric Clapton. Hendrix descontrói a canção, em solos rápidos e alucinantes.
"Valleys of Neptune" não deixa de ser mais uma forma de Janie Hendrix engordar as suas contas bancárias. Nada mal para quem viu o irmão uma vez ou outra. Mas o trabalho foi bem feito. Os fãs ficarão felizes. Tomara que os próximos lançamentos póstumos mantenham a mesma integridade de "Valleys of Neptune". Aliás, com o nome de Jimi Hendrix no meio, é o mínimo que se pode esperar.
A julgar por "Valleys of Neptune", álbum de sobras de Jimi Hendrix que chegou às lojas, muita coisa boa ainda pode aparecer por aí. Sob a batuta do engenheiro de som Eddie Kramer (que trabalhou nos álbuns originais de Jimi Hendrix), o álbum, embora não seja absolutamente inédito - diversas canções já são bem conhecidas, e foram lançadas em coletâneas póstumas anteriores do artista -, certamente, fará a festa dos órfão daquele que é considerado o maior guitarrista de todos os tempos.
Mesmo não sendo tão surpreendente como tem sido alardeado, "Valleys of Neptune" possui em suas faixas uma qualidade que faz jus a aura de Hendrix. As canções foram bem selecionadas, e nada está abaixo do selo de qualidade do guitarrista - o que é comum em trabalhos póstumos que são lançados diariamente por aí. Como exemplo, a faixa-título, um jazz-psicodélico que poderia estar presente em qualquer álbum lançado em vida por Jimi Hendrix. Aliás, um trecho da mesma gravação já havia sido lançado em 1990, no box "Lifelines", que foi retirado das lojas dois anos após o seu lançamento.
A canção que dá título ao álbum possui um acento pop, que é notado em várias das canções de "Valleys of Neptune", a começar pela sua primeira faixa, uma versão de "Stone free", gravada entre abril e maio de 1969, no Record Plant, com a presença de Billy Cox (baixo) e Mitch Mitchell (bateria). Aliás, 11 das 12 faixas do álbum foram gravadas em 1969, após o lançamento do álbum "Electric Ladyland", e antes de "Band of Gypsys" (1970).
Ou seja, essas gravações de 1969 representam um período interessante da carreira de Hendrix, o da transição da Experience para a Band of Gypsys. Inclusive, "Ships passing through the night" foi gravada na última sessão de estúdio do guitarrista com a Experience.Essa faixa, assim como as instrumentais "Lullaby for the summer" e "Crying blue rain" são inéditas em disco. Esta última - que conta com a adesão de Rocki Dzidzornu (o mesmo que tocou percussão na gravação de "Sympathy for the devil", dos Rolling Stones) -, ganhou novo baixo e nova bateria, gravados por Cox e Mitchell, em 1987. O mesmo processo de "revigoração" aconteceu com "Lover man" (em versão raivosa) e "Mr. Bad Luck", sendo que a última é a única faixa do álbum não gravada em 1969 - ela é de 1967, e chegou a ser testada por Hendrix nas sessões de gravação do álbum "Axis: Bold as Love", lançado no mesmo ano.
Canções já bastante conhecidas dos fãs de Jimi Hendrix, como "Fire", "Red house" (com mais de oito minutos de duração, e um solo fantástico de Hendrix) e "Hear my train a comin'", ganharam novas versões nesse "Valleys of Neptune". Versões diferentes das originais: as duas primeiras foram gravadas durante um ensaio para um show de Hendrix em Londres, enquanto que a segunda se destaca pelo solo arrasador do guitarrista, e pela bateria animal de Mitchell. "Sunshine of your love" ganhou uma versão mais pesada (e instrumental) do que a original do Cream, banda de seu "concorrente" Eric Clapton. Hendrix descontrói a canção, em solos rápidos e alucinantes.
"Valleys of Neptune" não deixa de ser mais uma forma de Janie Hendrix engordar as suas contas bancárias. Nada mal para quem viu o irmão uma vez ou outra. Mas o trabalho foi bem feito. Os fãs ficarão felizes. Tomara que os próximos lançamentos póstumos mantenham a mesma integridade de "Valleys of Neptune". Aliás, com o nome de Jimi Hendrix no meio, é o mínimo que se pode esperar.
2010 | VALLEYS OF NEPTUNE
01 | Stone Free
02 | Valleys of Neptune
03 | Bleeding Heart
04 | Hear My Train a Comin´
05 | Mr | Bad Luck
06 | Sunshine of Your Love
07 | Lover Man
08 | Ships Passing in the Night
09 | Fire
10 | Red House
11 | Lullaby for the Summer
12 | Crying Blue Rain
DOWNLOAD
01 | Stone Free
02 | Valleys of Neptune
03 | Bleeding Heart
04 | Hear My Train a Comin´
05 | Mr | Bad Luck
06 | Sunshine of Your Love
07 | Lover Man
08 | Ships Passing in the Night
09 | Fire
10 | Red House
11 | Lullaby for the Summer
12 | Crying Blue Rain
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