Como soar feroz na era pós-Bush
Pearl Jam entre o vigor das guitarras e a contemplação da paisagem no novo CD
Por | Marcos Espíndola
Para quem apostava que o fim da Era Bush representaria um vácuo criativo na carreira de artistas que passaram os últimos oito anos vociferando (e “faturando”) contra a doutrina republicana, o Pearl Jam parece não revelar sintomas. E o melhor, voltou-se para o rock em Backspacer, seu nono trabalho e o primeiro após três anos de infindáveis lançamentos de registros ao vivo. Simples, direto, enérgico e rápido, 11 faixas que se diluem em 36 minutos.
Oficialmente lançado ontem, Backspacer sai em formato digital (incluindo uma edição especial em CD e LP, que traz ainda um livreto concebido em parceria com o ilustrador Tom Tomorrow) e totalmente independente – eles deixaram a J Records, muito embora a Universal garanta a distribuição do álbum fora dos Estados Unidos. Ou seja, o quinteto liderado por Eddie Vedder ainda se revela disposto a comprar novas brigas, nesta caso pelo livre compartilhamento de conteúdo pela internet. Mas está em paz, seja entre seus integrantes, com o seu país e com o rock.
E nesta volta às raízes, o Pearl Jam foi buscar Brendan O’Brien, que produziu do aclamado Vs. (1993) ao fraco Yield (1998). O resultado é um álbum que dialoga entre o rock acelerado e o contemplativo, condensando a instrospecção de Eddie na trilha de Na Natureza Selvagem (filme de Sean Penn e que rendeu a Vedder um Globo de Ouro em 2007) e o vigor sonoro dos guitarristas Stone Gossard e Mike McCready.
Começa com duas faixas de riffs acelerados (porém nada extensos) e de poucos refrãos, Gonna See My Friend e Got Some. Músicas que, a exemplo de Supersonic (oitava faixa), remetem à despretensão do punk rock. Mas a veia sessentista do Pearl Jam também soa vigorosa na potente Force of Nature.
Mas esta curta viagem também se permite a paradas esporádicas para a contemplação da paisagem, como Just Breathe, Almongst The Waves e até a derradeira The End.
Ainda que esteja distante de um trabalho que venha a ser lembrado daqui a cinco anos, Backspacer pode ser festejado justamente por conferir um sorriso à faixada carrancuda sustentada pela banda ao longo de quase uma década de brigas contra gravadoras, empunhando causas políticas, contra as guerras do Iraque e Afeganistão e contra o governo George W. Bush. Assim como toda a ala liberal do showbiz norte-americano, o Pearl Jam resolveu dissimular enquanto a América do democrata Barack Obama arde em chamas em sua crepitante dissensão racial. Mas, até quando?
Oficialmente lançado ontem, Backspacer sai em formato digital (incluindo uma edição especial em CD e LP, que traz ainda um livreto concebido em parceria com o ilustrador Tom Tomorrow) e totalmente independente – eles deixaram a J Records, muito embora a Universal garanta a distribuição do álbum fora dos Estados Unidos. Ou seja, o quinteto liderado por Eddie Vedder ainda se revela disposto a comprar novas brigas, nesta caso pelo livre compartilhamento de conteúdo pela internet. Mas está em paz, seja entre seus integrantes, com o seu país e com o rock.
E nesta volta às raízes, o Pearl Jam foi buscar Brendan O’Brien, que produziu do aclamado Vs. (1993) ao fraco Yield (1998). O resultado é um álbum que dialoga entre o rock acelerado e o contemplativo, condensando a instrospecção de Eddie na trilha de Na Natureza Selvagem (filme de Sean Penn e que rendeu a Vedder um Globo de Ouro em 2007) e o vigor sonoro dos guitarristas Stone Gossard e Mike McCready.
Começa com duas faixas de riffs acelerados (porém nada extensos) e de poucos refrãos, Gonna See My Friend e Got Some. Músicas que, a exemplo de Supersonic (oitava faixa), remetem à despretensão do punk rock. Mas a veia sessentista do Pearl Jam também soa vigorosa na potente Force of Nature.
Mas esta curta viagem também se permite a paradas esporádicas para a contemplação da paisagem, como Just Breathe, Almongst The Waves e até a derradeira The End.
Ainda que esteja distante de um trabalho que venha a ser lembrado daqui a cinco anos, Backspacer pode ser festejado justamente por conferir um sorriso à faixada carrancuda sustentada pela banda ao longo de quase uma década de brigas contra gravadoras, empunhando causas políticas, contra as guerras do Iraque e Afeganistão e contra o governo George W. Bush. Assim como toda a ala liberal do showbiz norte-americano, o Pearl Jam resolveu dissimular enquanto a América do democrata Barack Obama arde em chamas em sua crepitante dissensão racial. Mas, até quando?
2009 | BACKSPACER
01 | Gonna See My Friend
02 | Got Some
03 | The Fixer
04 | Johnny Guitar
05 | Just Breathe
06 | Amongst The Waves
07 | Unthought Known
08 | Supersonic
09 | Speed Of Sound
10 | Force Of Nature
11 | The End
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01 | Gonna See My Friend
02 | Got Some
03 | The Fixer
04 | Johnny Guitar
05 | Just Breathe
06 | Amongst The Waves
07 | Unthought Known
08 | Supersonic
09 | Speed Of Sound
10 | Force Of Nature
11 | The End
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