A Horse With No Name

cavalo

sábado, 19 de dezembro de 2009

U2

Primeiro registro em vídeo da banda, Live At Red Rocks foi gravado em 1983, no Red Rocks Amphitheatreme, Colorado.

O EP Under A Blood Red Sky, lançado no mesmo ano, contém músicas de três shows da banda durante a War Tour registrados na Europa e EUA.

O disco abaixo é o áudio retirado do DVD, e que traz cinco músicas que não estavam na fita original à época de seu lançamento. O U2 encontra-se na sua melhor forma, com suas influências do pós-punk.

1983 | LIVE AT RED ROCKS
"Under a Blood Red Sky"

(DVD áudio)


01 | Openning: "Clannad | Theme From Harry's Game"
02 | Out of Control
03 | Twilight
04 | An Cat Dubh
05 | Into the Heart
06 | Surrender
07 | Two Hearts Beat As One
08 | Seconds
09 | Sunday Bloody Sunday
10 | Cry/The Electric Co.
11 | October
12 | New Years Day
13 | I Threw a Brick Through a Window
14 | A Day Without Me
15 | Gloria
16 | Party Girl
17 | 11 O'Clock Tick Tock
18 | I Will Follow
19 | "40"
20 | End Titles: "Clannad | Theme From Harry's Game"

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quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Elton John

HONKY CHATEAU

Dia desses, eu estava saindo de casa para ir à aula, e fui procurar algum disco que combinasse com chuva para ouvir enquanto dirigia (fazer isso em Brasília é uma delícia), já que tenho dessa coisa de achar que um disco combina com determinado clima ou hora do dia. Vasculhando o iPod encontrei o “Honky Château”, do Elton John, que eu havia baixado, mas ouvido uma única vez. Mal me lembrava do disco.

Não lembrava, por exemplo, se esse disco de 1972 (quinto da carreira do cantor) podia ser ouvido sob chuva e a oitenta quilômetros por hora, limite de velocidade da via L4. Também não lembrava que é um clássico, um caso raro de aclamação de crítica e público (foi número 1 nas paradas americanas por cinco semanas), ou qualquer outra coisa. “Honky Château” é tudo isso.

Mas nem precisaria lembrar, bastava ouvir: mal começou “Honky Cat” e eu já estava encantado dentro do carro. Não consegui pegar a letra muito bem enquanto a música tocava, mas parecia interessante. Quando voltei para casa, descobri que ela termina dizendo “viver na cidade, garoto, vai partir seu coração / mas como você pode ficar, quando seu coração diz ‘não’/ como você pode parar quando seus pés dizem ‘vá’?”.

Como qualquer pessoa deveria saber, esse tal de Elton John faz umas melodias de te partir ao meio. Mas logo de cara, e com uma letra dessas acompanhando, é covardia. Tamanha covardia que “Mellow”, a segunda música, nem é memorável, talvez até um pouco chatinha, e não me importei com isso.

A terceira, em compensação, é uma porrada que se explica já no título: “I Think I’m Going To Kill Myself”. Mas por que, Elton? “I’m getting bored being part of mankind / there’s not a lot to do no more, this race is a waste of time”. Obra de Bernie Taupin, letrista parceiro de Elton John, um cara que escreve letras como se fosse um terno sob medida para mim, e para você. Mas Bernie, além de grande letrista, é um espertinho: como condição para não se matar, o suicida pede que Brigitte Bardot o visite todo dia, e o sacrifício não aconteça.

Depois vem “Susie (Dramas)”, e ele fala da linda e pequena Susie, uma garota de olhos negros que brinca com o coração dele o tempo todo - um drama que só. Ela fez com que ele congelasse patinando no gelo ao lado dela e com que ele comprasse novos sapatos, mas ele não liga para nenhum dos dramas, porque ela está ali com ele. Talvez pela imagem da patinação, talvez pela imagem dos dramas, sempre me lembro das tiras do Snoopy (”Peanuts”) na imagem que tenho dessa música.

Ok, melhor segurar. Não vamos chorar agora, porque é a vez de “Rocket Man”, o sucesso do disco. A vida no espaço pode ser uma metáfora para drogas ou para o estrelato, como já li em vários lugares alguém falando sobre o sentido dessa balada, mas o sentimento de solidão é o mesmo… seja num avião entre uma cidade e outra, seja num ônibus espacial entre um planeta e outro. O golpe de misericórdia vem nos versos “and all this science I don’t understand / it’s just my job five days a week”. Reconheceu o seu emprego burocrático aí?

Finda a primeira metade do disco, no lado 2 temos “Salvation”, mas não, não é a salvação, e sim mais uma melodia que deveria ser exposta em algum lugar, como referência para quem queira fazer música nos dias de hoje. “Slave”, em seguida, é o momento politizado, uma prima de “Southern Man”, música do Neil Young lançada dois anos antes. Não é ruim, mas não é como Elton John cantando sobre seus sentimentos.

Por isso mesmo, melhor falar da oitava canção, chamada “Amy”, em homenagem a alguma mulher-tsunami. Conhece esse tipo? São aquelas mulheres que varrem da sua vida tudo aquilo que você mais preza: seu sossego, sua honra, seus amigos, seu dinheiro. Daquelas que te fazem vender seu Honda Civic para comprar dois Fiestas, e um ficar com ela. “Meu pai disse que seu nome é Amy / E que me quebra o pescoço se eu jogar seu jogo / Mas ele não pode fazer isso porque eu te amo do mesmo jeito”, canta Elton, antes de dizer que apanha na rua por gostar dela. E liquida: “Amy, posso não ser o James Dean / Amy, posso não ter dezenove anos / E eu posso ainda usar botas e jeans / Mas você é a mulher que destrói meus sonhos”.

Essa música tem um clima country, o mesmo clima country que você encontra em “Amy”, do Ryan Adams, presente no disco de estreia do matuto de Jacksonville, “Heartbreaker”. Aí começa uma troca de figurinhas: Ryan já disse, numa entrevista, que adora o “Honky Château”, enquanto é sabido que seu “Heartbreaker” fez Elton John pirar e sair de um período de oito anos sem gravar nada. E, só por causa de um disco inspirador, acabou fazendo os dois dividirem um especial de TV um tempo depois, com direito até a um dueto em “Mona Lisas and Mad Hatters”, que sucede “Amy”.

O disco acaba com “Hercules”, uma melodia acolhedora como um abraço e que fala sobre perder a namorada (ou paixão platônica, você escolhe) para um bombado: “and it hurts like hell / to see my gal / messin’ with a mus cle boy / no superman gonna ruin my plans / playin’ with my toys”.

Não conheço muito mais da carreira de Sir Elton, mas também acho “Madman Across The Water” um disco lindo (”Tiny Dancer”, momento cantando junto do filme “Quase Famosos”, saiu daqui) e sei que “Goodbye Yellow Brick Road” não vendeu mais de 30 milhões de cópias à toa. Mas felizmente chove em Brasília durante seis meses seguidos e tenho gasolina no tanque para ir daqui a Uberlândia ouvindo os discos do cara. Bora pegar a estrada?

Por | Eduardo Palandi

Eduardo Palandi é colaborador do S&Y desde a Idade Média e assina o blog Life In Slow Motion

1972 | HONKY CHATEAU

01 | Honky Cat
02 | Mellow
03 | I Think I'm Going to Kill Myself
04 | Suzie (Dramas)
05 | Rocket Man (I Think It's Going to Be a Long Long Time)
06 | Salvation
07 | Slave
08 | Amy
09 | Mona Lisas and Mad Hatters
10 | Hercules

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quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Heitor Villa-Lobos

Passados 50 anos de sua morte, Heitor Villa-Lobos mantém seu lugar no panteão dos gênios da música.

Hoje (ontem) se completam 50 anos da morte de Heitor Villa-Lobos. Maestro e compositor, foi um gênio que ao longo de 72 anos imprimiu uma nova linguagem à música brasileira, ao incorporar elementos das canções folclóricas, populares e indígenas, com combinações inusitadas de instrumentos e imitação do canto de pássaros.

Villa-Lobos é um dos poucos compositores que conseguiu derrubar as barreiras entre o popular e o erudito ao fazer com que os dois gêneros conversassem entre si. Difícil? Não para ele, que percorreu o Brasil recolhendo toda a riqueza de sons ao desbravar florestas e sertões.

– É admirável o poder de absorção, catalização e síntese em Villa-Lobos. Dizem que muitas vezes compunha com o rádio ligado... Ele faz questão que o mundo que o circunda penetre em sua criação. Villa-Lobos foi um orquestrador magistral: impressionam até hoje as sonoridades que ele criou através da orquestra – diz o pianista e pesquisador Alberto Andrés Heller.

O resultado das viagens pelo interior do país foi um repertório com 1,2 mil peças. Para o pianista, a principal contribuição de Villa-Lobos foi a sistemática utilização da música folclórica em suas composições, aliando-a à estética modernista.

Por volta de 1915, a Europa estava na moda e a cultura popular não era valorizada no Brasil. O cenário muda em 1922, com a Semana de Arte Moderna, quando o trabalho de Villa tem grande repercussão junto a intelectuais. O modernismo de caráter nacionalista de Villa-Lobos se deve em grande parte à influência de Mário de Andrade, um dos principais articuladores ideológicos da Semana de 1922.

– Quer-se fugir do Brasil “romantizado” (como em Iracema, de José de Alencar, por exemplo) e ao mesmo tempo abrir-se a um futuro vanguardista e renovador. Trata-se, portanto, de criar uma identidade para o Brasil – comenta Heller.

Heitor Villa-Lobos nasceu no Rio de Janeiro e traz em sua formação toda a sonoridade dos cariocas. A mãe queria que fosse médico, o pai o incentivou para a música. Aos 12 anos, começou a tocar violoncelo em teatros, cafés e bailes. Interessou-se pelo choro e passou a conviver com representativos nomes da música popular. Entre suas composições mais conhecidas estão Trenzinho Caipira e As Bachianas, Uirapurú e choros para piano e orquestra.

O maestro Jeferson Della Rocca considera o compositor como um dos principais do cenário musical erudito, no Brasil e no exterior.

– Conseguiu, assim como Carlos Gomes, receber grande reconhecimento internacional e ter suas músicas na programação da maior parte das orquestras e cameristas de todo o mundo _ diz Jeferson.

Para a maestrina Mércia Ferreira Villa-Lobos tinha uma fertilidade incrível, tanto vocal quanto instrumental.

– Passadas cinco décadas de sua morte, sua música soa de outra forma aos ouvidos da crítica especializada. E a visão de nacionalistas e vanguardistas converge na mesma direção.

JACQUELINE IENSEN
jacqueline.iensen@diario.com.br

HEITOR VILLA LOBOS | BACHIANAS BRASILEIRAS

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quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Michael Jackson | Dangerous


Lançado por Michael Jackson pela Epic em 1991 que figura como o segundo melhor desempenho de vendas da carreira do cantor. Até 2002, havia sido adquirido por 32 milhões de pessoas no mundo, segundo estimativas da gravadora. O álbum marca o término da parceria de 12 anos entre Jackson e Quincy Jones na produção, que nesse disco fica a cargo, essencialmente, de Teddy Riley - considerado um dos criadores de um então-novo tipo de som chamado 'new jack swing'.

Dangerous figura como o álbum de um artista masculino mais vendido da década de 90.É a primeira coleção de músicas inéditas lançada pelo astro nos Anos 90 e o primeio álbum distribuído como parte do contrato recorde de 890 milhões de dólares firmado entre Jackson e a Sony em 1990. Dangerous reúne 14 canções e gerou nove compactos, incluindo três números um: "Black Or White" (Hard Rock), "Remember The Time" (R&B) e "In The Closet" (R&B). Outras canções, como "Heal The World" e "Will You Be There", tema do filme Free Willy (1993), também se tornaram imeditamente reconhecidas.A turnê Dangerous consagrou definitivamente Michael Jackson como ícone pop. No dia 10 de fevereiro de 1993, uma entrevista de Michael com Oprah Winfrey é assistida por 100 milhões de pessoas, sendo o quarto evento mais assistido ao mesmo tempo na história da televisão.Como já estava se tornando hábito para Michael, os video clips ficaram entre os mais caros e inovativos de sua época.

Give in to Me teve Slash, da banda Guns N' Roses, participando do clip. O clip foi filmado alguns dias antes do início da turnê de Dangerous, em 1992 em Munique. Os diretores foram os austríacos Rossacher e Dolezal, responsáveis por muitos (senão todos) os videos e especiais de Freddie Mercury e do Queen. O video de Heal the World mostrou crianças e adultos ao redor do mundo, em alusão à campanha de caridade de Michael de mesmo nome. Will You Be There mostou Michael cantando em frente a cenas do filme Free Willy, do qual a música foi tema. Muitos dos outros clips têm histórias e seqüencias de dança complexas, e a presença de celebridades fazendo pontas. O clip de Jam, dirigido por David Kellogg, mostou Michael dançando e jogando basquete junto com Michael Jordan, enquanto Remember the Time se passava num palácio do Antigo Egito e estrelava Eddie Murphy e Iman Abdulmajid como o faraó e sua rainha, e Magic Johnson também fez uma ponta. In the Closet mostrava Michael Jackson e Naomi Campbell como amantes.

O diretor do clip foi o fotógrafo Herb Ritts, que também foi responsável por uma série de fotos promocionais para o álbum Dangerous.Black or White provavelmente perdura como o clip mais visto e lembrado de Dangerous. Originalmente tinha 10 minutos e foi estreado simultaneamente em 14 de novembro de 1991 nos canais MTV, VH1, BET e FOX em Dolby Surround, tornando-se uma das estréias mais assistidas de todos os tempos. O clip é tecnicamente relevante por mostrar uma das primeiras metamorfoses geradas em computador. Os últimos 4 minutos do clip geraram muita controvérsia por mostrarem um agressivo Michael quebrando vitrines de lojas e destruindo um carro com um pé-de-cabra.

A MTV e outras emissoras decidiram cortar esses últimos 4 minutos, e Michael escreveu um termo desculpando-se a todos os que houvessem se sentido ofendidos, e explicando que ele havia tentado personificar os instintos selvagens da pantera que aparece no clip. O então ator-mirim Macaulay Culkin também aparece no clip, que foi dirigido por John Landis, o diretor do curta-metragem Thriller.

1991 | DANGEROUS

01 | Jam
02 | Why You Wanna Trip On Me
03 | In The Closet
04 | She Drives Me Wild
05 | Remember the Time
06 | Can't Let Her Get Away
07 | Heal The World
08 | Black Or White
09 | Who Is It
10 | Give In To Me
11 | Will You Be There
12 | Keep The Faith
13 | Gone Too Soon
14 | Dangerous


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segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Michael Jackson | Bad


Sétimo álbum de estúdio em carreira solo lançado por Michael Jackson pela Epic em 31 de agosto de 1987, que figura como a última das três colaborações do cantor com o produtor Quincy Jones. Nos anos 1980, recebeu críticas severas da imprensa e foi considerado pouco ousado na comparação com álbuns anteriores do astro, principalmente em comparação à Thriller, seu álbum anterior de 1982 — O mais vendido e bem sucedido de todos os tempos.

Em contrapartida, porém, foi bem recebido pelo público e vendeu mais de 30 milhões de cópias em todo o mundo, segundo listas do ano de 2012. Estreou em 1º das paradas de sucesso em 25 países, e permaneceu, durante algum tempo, como o segundo disco mais vendido da história.

Um recorde de nove canções foram lançadas como compacto durante a divulgação de Bad. Cinco delas chegaram à primeira posição nos Estados Unidos: "I Just Can't Stop Loving You", "Bad", "The Way You Make Me Feel", "Man in the Mirror" e "Dirty Diana". Foi a primeira vez que um artista colocou cinco músicas de um mesmo álbum em 1º lugar na história da música, feito apenas igualado em 2011 por Teenage Dream, de Katy Perry. Uma sexta canção, "Another Part of Me", ainda chegou ao topo da lista de black music. Nos EUA foram cinco singles em #1 e seis no restante do mundo.

1987 | BAD

01 | Bad
02 | The Way You Make Me Feel
03 | Speed Demon
04 | Liberian Girl
05 | Just Good Friends
06 | Another Part Of Me
07 | Man In The Mirror
08 | I Just Can't Stop Loving You
09 | Dirty Diana
10 | Smooth Criminal
11 | Leave Me Alone

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quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Bread


Bread foi uma banda norte-americana de rock, formada em 1968, em Los Angeles, na Califórnia. O grupo foi um dos mais populares do início da década de 1970, que se notabilizou por belas composições melódicas e harmonia bem trabalhada.

O Bread foi formado em 1968, a partir do encontro entre David Gates e Jimmy Griffin. Acrescidos da presença de Robb Royer, o grupo começou a tocar nos bares de Los Angeles e contratado pela gravadora Warner/Elektra - inicialmente apenas para ser uma banda de estúdio. O baterista Mike Botts se juntou a eles em seguida.

O primeiro single da banda, "Make It With You", alcançou o primeiro lugar da parada norte-americana da Billboard, em 1970. O sucesso inesperado com o álbum "Bread", de 1969, fez com que a banda começasse a realizar apresentações ao vivo pelos Estados Unidos.

O soft-rock de fácil assimilação conquistou as paradas norte-americanas, com destaque para "If", "Everything I Own", "Baby I'm-A Want You", "Guitar Man", "infringement" e "Aubrey". Ao mesmo tempo, criou-se um choque de egos entre seus componentes Gates e Griffin. A banda iria acabar em 1973.

Três anos mais tarde, reencontraram-se para lançar um último trabalho, "Lost Without Your Love", também bem recebido pela crítica e público.

1972 | GUITAR MAN

01 | Welcome to the Music
02 | The Guitar Man
03 | Make It by Yourself
04 | Aubrey
05 | Fancy Dancer
06 | Sweet Surrender
07 | Tecolote
08 | Let Me Go
09 | Yours For Life
10 | Picture in Your Mind
11 | Don't Tell Me No
12 | Didn't Even Know Her Name

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Genesis

THE LAMB LIES DOWN ON BROADWAY

Em cinco anos e tanto de BIZZ, esta é a terceira vez que um grupo progressivo "clássico" chega à Discoteca Básica (os outros dois grupos que compareceram a esta coluna da revista foram: King Crimson, com In The Court Of The Crimson King (1969), na Bizz 6, e Pink Floyd, com The Dark Side Of The Moon (1973), na Bizz 21). Por mais controversa que seja a posição deste "movimento" dentro da história do rock, ele marcou seus tentos. The Lamb Lies Down On Broadway faz parte do score favorável ao time dos dinossauros.

Antes de The Lamb..., o Genesis já havia superado sua imagem de mera college band inglesa dos anos 70 com Nursery Crime, em que estabeleceu as coordenadas de seu estilo particular a partir da formação mais consistente do grupo - Peter Gabriel (voz, letras), Steve Hackett (guitarra), Phil Collins (bateria), Michael Rutherford (baixo) e Tony Banks (teclados). Este estilo, para quem gosta de etiquetas, carregaria sem problemas a marca de "rock programático", ou seja, uma música de intenções pop inspirada por uma idéia não-musical, uma espécie de descrição de imagens elaborada através dos sons.
Esta "trilha sonora" das letras alegóricas de Gabriel - que se colocava em posição diametralmente oposta à música absoluta praticada pelo King Crimson, fase 72/74 - chega ao seu ápice em The Lamb... Ao mesmo tempo, Gabriel praticamente monopoliza a concepção do álbum, a ponto de não ser muito difícil considerar o disco como seu primeiro trabalho solo.

Sem dúvida, seus colegas tiveram um trabalho considerável em dar movimento a uma história criada basicamente segundo a velha técnica surrealista da escrita automática. Gabriel concentrou uma massa de referências literárias dentro de uma trip de autoconhecimento. Seu personagem - Rael - é um porto-riquenho líder de gangue juvenil em Nova York. Ele é capturado por um objeto voador e perde-se em um esquisito mundo de alegorias da sociedade de consumo. Durante a viagem, Rael se embaralha em encontros com Marshall McLuhan (em "Broadway Melody Of 1974") ou figuras saídas das visões de William Blake (as "wise and foolish virgins" de "Carpet Crawl"). Por trás das máscaras, simulações e citações que o próprio Gabriel só entenderia nos mais de cem shows que o grupo fez para divulgar o álbum.

No geral, as músicas se revelam brilhantes. Optando por um formato mais compacto de cada canção, o quinteto concentra atenção nas experimentações com timbres e na construção de uma narrativa musical. A faixa-título é uma tijolada conduzida pelo baixo de Rutherford, revidada no lado 2 pelo "quase-blues" apresentado em "Back In N.Y.C.". O primeiro disco perde um pouco de sua unidade no final, deixando o melhor para o lado 3: a condução da bateria de Collins na seção final da desconstruída "The Waiting Room" e a pérola de ironia na conversa de Rael com a morte em "Anyway" ("Dizem que ela vem a cavalo/mas estou certo que ouço um trem."). O lado 4 abre "The Colony Of Slippermen" com uma vinheta instrumental "japonesa", retomando os temas principais em "The Lamb Dies Down On Broadway" e encerrando com a antecipação do que seria o som do Genesis depois da saída de Gabriel, logo depois. Sintomaticamente, é a pior parte do álbum.

The Lamb... é um disco de entrelinhas, com detalhes que demoram a ser assimilados. Contribui para isso a pequena participação de Brian Eno, fazendo "tratamentos" reconhecíveis nas faixas ambientais (como "Silent Sorrow In Empty Boats"). As hierarquizações dos planos vocais, as intervenções de Collins interpretando John - o irmão de Rael - são aspectos do testamento da união entre Gabriel e o Genesis. Depois deste álbum, só o vocalista faria algo que mereça ser acrescentado a outra edição desta coluna.

Marcos Smirkoff
Revista BIZZ - ano 7 - nº 02 - edição 67 - Fevereiro, 1991
página 66 - Discoteca Básica - Editora Azul

1974 - THE LAMB LIES DOWN ON BROADWAY

CD 1:
The Lamb Lies Down on Broadway
Fly on a Windshield
Broadway Melody of 1974
Cuckoo Cocoon
In the Cage
The Grand Parade of Lifeless Packaging
Back in N.Y.C.
Hairless Heart
Counting Out Time
The Carpet Crawlers
The Chamber of 32 Doors

CD 2:
Lilywhite Lilith
The Waiting Room
Anyway
Here Comes The Supernatural Anaesthetist
The Lamia
Silent Sorrow in Empty Boats
The Colony of Slippermen (Arrival – A Visit to the Doktor – Raven)
Ravine
The Light Dies Down on Broadway
Riding the Scree
In the Rapids
It

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quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Pearl Jam


Como soar feroz na era pós-Bush
Pearl Jam entre o vigor das guitarras e a contemplação da paisagem no novo CD

Por | Marcos Espíndola

Para quem apostava que o fim da Era Bush representaria um vácuo criativo na carreira de artistas que passaram os últimos oito anos vociferando (e “faturando”) contra a doutrina republicana, o Pearl Jam parece não revelar sintomas. E o melhor, voltou-se para o rock em Backspacer, seu nono trabalho e o primeiro após três anos de infindáveis lançamentos de registros ao vivo. Simples, direto, enérgico e rápido, 11 faixas que se diluem em 36 minutos.

Oficialmente lançado ontem, Backspacer sai em formato digital (incluindo uma edição especial em CD e LP, que traz ainda um livreto concebido em parceria com o ilustrador Tom Tomorrow) e totalmente independente – eles deixaram a J Records, muito embora a Universal garanta a distribuição do álbum fora dos Estados Unidos. Ou seja, o quinteto liderado por Eddie Vedder ainda se revela disposto a comprar novas brigas, nesta caso pelo livre compartilhamento de conteúdo pela internet. Mas está em paz, seja entre seus integrantes, com o seu país e com o rock.

E nesta volta às raízes, o Pearl Jam foi buscar Brendan O’Brien, que produziu do aclamado Vs. (1993) ao fraco Yield (1998). O resultado é um álbum que dialoga entre o rock acelerado e o contemplativo, condensando a instrospecção de Eddie na trilha de Na Natureza Selvagem (filme de Sean Penn e que rendeu a Vedder um Globo de Ouro em 2007) e o vigor sonoro dos guitarristas Stone Gossard e Mike McCready.

Começa com duas faixas de riffs acelerados (porém nada extensos) e de poucos refrãos, Gonna See My Friend e Got Some. Músicas que, a exemplo de Supersonic (oitava faixa), remetem à despretensão do punk rock. Mas a veia sessentista do Pearl Jam também soa vigorosa na potente Force of Nature.

Mas esta curta viagem também se permite a paradas esporádicas para a contemplação da paisagem, como Just Breathe, Almongst The Waves e até a derradeira The End.

Ainda que esteja distante de um trabalho que venha a ser lembrado daqui a cinco anos, Backspacer pode ser festejado justamente por conferir um sorriso à faixada carrancuda sustentada pela banda ao longo de quase uma década de brigas contra gravadoras, empunhando causas políticas, contra as guerras do Iraque e Afeganistão e contra o governo George W. Bush. Assim como toda a ala liberal do showbiz norte-americano, o Pearl Jam resolveu dissimular enquanto a América do democrata Barack Obama arde em chamas em sua crepitante dissensão racial. Mas, até quando?

2009 | BACKSPACER

01 | Gonna See My Friend
02 | Got Some
03 | The Fixer
04 | Johnny Guitar
05 | Just Breathe
06 | Amongst The Waves
07 | Unthought Known
08 | Supersonic
09 | Speed Of Sound
10 | Force Of Nature
11 | The End

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sábado, 5 de setembro de 2009

Micheal Jackson | Thriller


Sexto álbum de estúdio do artista musical estadunidense Michael Jackson. O seu lançamento ocorreu em 30 de novembro de 1982, através da Epic Records. Assim como o álbum anterior do cantor, Off the Wall (1979), que foi aclamado e bem sucedido comercialmente, Thriller foi inteiramente produzido por Quincy Jones e co-produzido por Jackson. As gravações do projeto ocorreram entre 14 de abril de 1982 e 8 de novembro de 1982 nos estúdios Westlake Recording. O orçamento total da produção do disco foi de 750 mil dólares, financiados por Jones. Jackson compôs e co-produziu quatro das nove faixas do disco. Musicalmente, Thriller explora gêneros semelhantes aos usados em Off the Wall, incluindo o pop, o pop rock, o pós-disco e o funk, além de estilos suaves, como a música contemporânea e o R&B.1 2 3

O álbum foi aclamado por fãs e pela mídia especializada, que frequentemente o citam como "um dos melhores álbuns da história". Consequentemente, venceu um recorde de oito Grammy Awards em 1984, incluindo o de Album of the Year. Thriller foi bem sucedido comercialmente, liderando as tabelas do Canadá, dos Estados Unidos, do Reino Unido e de outras sete nações, enquanto listou-se entre as dez melhores posições em todas as tabelas em que entrou. Em um ano, tornou-se — e continua sendo — o álbum mais vendido de todos os tempos, com diversas fontes citando vendas estimadas entre 51 e 65 milhões de cópias ao redor do mundo.4 5 6 nota 1 Adicionalmente, converteu-se no álbum mais vendido de todos os tempos nos Estados Unidos, vendendo 29 milhões de cópias no país.11 Todos os cinco singles do disco classificaram-se entre as dez melhores posições nos Estados Unidos, dos quais "Billie Jean" e "Beat It" lideraram a tabela musical Billboard Hot 100.

Com Thriller, o cantor quebrou preconceitos e barreiras raciais na música pop com suas apresentações na MTV, além de seu encontro na Casa Branca com Ronald Reagan, então presidente dos Estados Unidos. O disco foi o primeiro a ter vídeos musicais como materiais de divulgação bem sucedidos; os vídeos correspondentes de "Billie Jean", "Beat It" e "Thriller" eram constantemente transmitidos na MTV, sendo que o vídeo musical da última citada tem sido frequentemente citado como o "melhor vídeo musical de todos os tempos". Em 2001, Thriller foi relançado com entrevistas audíveis, uma gravação demonstrativa, a faixa "Someone in the Dark", contida na trilha sonora do filme E.T. the Extra-Terrestrial e vencedora de um Grammy Award, e "Carousel", descartada da lista final de faixas do álbum.12 O disco foi novamente relançado em 2008 intitulado de Thriller 25 com duas novas capas, remixes com artistas contemporâneos, uma canção inédita e um DVD que inclui curtas-metragens do álbum e a apresentação de "Billie Jean" durante o evento Motown 25.

O álbum foi classificado na 20ª posição entre os 500 melhores álbuns de todos os tempos, publicado em 2003 pela revista Rolling Stone;13 a National Association of Recording Merchandisers listou Thriller na terceira colocação entre os 200 álbuns definitivos no Rock and Roll Hall of Fame. O disco foi incluído no National Recording Registry da Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos, que lista gravações significativas, e o vídeo musical da faixa homônima compõe o National Film Registry da Preservation Board, que compila os "filmes historicamente, culturalmente ou esteticamente significativos". Em 2012, a revista Slant Magazine qualificou Thriller na primeira posição entre os "melhores álbuns dos anos 1980"

1982 | THRILLER

01 | Wanna Be Startin' Somethin'
02 | Baby Be Mine
03 | The Girl is Mine
04 | Thriller
05 | Beat It
06 | Billie Jean
07 | Human Nature
08 | P.Y.T (Pretty Young Thing)
09 | The Lady In My Life

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terça-feira, 1 de setembro de 2009

Ghost

Banda janponesa de acid folk/psychedelic rock formada em 1984.
Snuffbox Immanence é o quinto álbum da banda e contém um cover de Live With Me, dos Rolling Stones.

Masaki Batoh: vocals, acoustic guitar
Kazuo Ogino: piano, electronics
Michio Kurihara: electric guitar
Junzo Tateiwa: drums, percussion
Takuyuki Moriya: bass
Taishi Takizawa: theremin, flute, saxophone

1999 | SNUFFBOX IMMANENCE

Regenesis
Live With Me
Soma
Daggma
Snuffbox Immanence
Obiit 1961
Tempera Tune
Fukeiga
Sad Shakers
Hanmiyau

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sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Ira!

Meses depois da decepcionante apresentação no festival Hollywood Rock, em janeiro de 1988, o Ira! lançou aquele que seria um dos seus discos mais cultuados. Muito lembrado em listas que relacionam os melhores discos da história do rock brasileiro, Psicoacústica foi visto como um disco um tanto quanto ousado e visionário para a sua época, com faixas em estilos muito pouco convencionais para a mídia. O aspecto hermético do disco o deixou com uma aura anti-comercial, resultando em vendagens de apenas 50 mil cópias. Psicoacústica mostra o direcionamento do Ira! a diversos gêneros. A banda transitava pelo reggae ("Receita Para Se Fazer um Herói"), hard rock ("Farto do Rock 'n' Roll", a única canção do disco não cantada por Nasi, sendo interpretada por Edgard Scandurra) e rock psicodélico ("Mesmo Distante").

Psicoacústica mostra o direcionamento do Ira! a diversos gêneros. A banda transitava pelo reggae ("Receita Para Se Fazer um Herói"), hard rock ("Farto do Rock 'n' Roll", a única canção do disco não cantada por Nasi, sendo interpretada por Edgard Scandurra) e rock psicodélico ("Mesmo Distante"). Somente "Manhãs de Domingo" e "Poder, Sorriso, Fama" seguiam a sonoridade dos dois primeiros álbuns da banda, calcados na música mod. Porém, existem outras surpresa no álbum: além de antecipar tendências que seriam utilizadas pelas bandas do rock brasileiro dos anos 90 (como a junção entre o rock, a embolada e o rap em "Advogado do Diabo", fórmula mais tarde seguida por grupos como Chico Science & Nação Zumbi), ainda foi um dos primeiros álbuns brasileiros a aderir a utilização dos samplers (nas faixas "Rubro Zorro" e "Pegue Essa Arma", que trazem trechos do áudio do filme O Bandido da Luz Vermelha, de Rogério Sganzerla, por sinal a principal inspiração das respectivas músicas) e da técnica do scratching (muito usada pelos DJs, consistindo no método de produzir ruídos ao se "arranhar" um disco de vinil em uma pick-up), feita por Nasi na já citada "Farto do Rock 'n' Roll".

1988 | PSICOACÚSTICA

01 | Rubro Zorro
02 | Manhãs de Domingo
03 | Poder, Sorriso, Fama
04 | Receita Para Se Fazer um Herói
05 | Peguei Essa Arma
06 | Farto do Rock 'n' Roll
07 | Advogado do Diabo
08 | Mesmo Distante

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sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Ira!

Considerado por muitos fãs como seu melhor álbum, Vivendo e Não Aprendendo era o mais famoso e o também o mais bem sucedido comercialmente disco da banda até o lançamento do Acústico MTV em 2004. O disco de 1986, segundo o jornalista Ricardo Alexandre em seu livro Dias de Luta (cujo nome foi tirado, obviamente, de um dos sucessos deste álbum), vendeu 180 mil exemplares à época de seu lançamento, apesar de outras fontes divergirem quanto à isto (estimando as vendagens entre 150 e 250 mil cópias). Por mais de dez anos, foi o único álbum do Ira! a ter alcançado o status de disco de ouro.

O Ira! não teve relação fácil com o produtor Liminha durante as gravações do seu segundo disco, no Rio de Janeiro. O grupo desejava para o álbum um padrão sonoro que lembrasse o do conjunto inglês The Jam, uma de suas mais notórias influências, porém Liminha julgava como "desafinada" a sonoridade que Edgard Scandurra e cia. queriam como referência. A relação entre banda e produtor se tornou tão tensa que foi preciso transferir os trabalhos restantes de gravação e a mixagem para São Paulo.

"Gritos na Multidão" e "Pobre Paulista", gravadas para o compacto (jamais lançado) de estréia da banda em 1984, foram finalmente lançadas em Vivendo e Não Aprendendo, porém, em versões gravadas durante um show. A WEA tinha pretensões de lançar ambas como músicas de trabalho do disco, e pediu para que o grupo as regravasse. O Ira! recusou a fazê-lo, inicialmente, mas acabou por registrá-las, só que não em estúdio. O argumento era de que não seria possível fazer playback, recurso muito usual em programas televisivos da época, de canções que eram registradas ao vivo. Uma demo de "Pobre Paulista" aparece como faixa bônus da segunda edição em CD do álbum, lançada em 2000.

1986 | VIVENDO E NÃO APRENDEDO

01 | Envelheço na Cidade
02 | Casa de Papel
03 | Dias de Luta
04 | Tanto Quanto Eu
05 | Vitrine Viva
06 | Flores em Você
07 | Quinze Anos (Vivendo e Não Aprendendo)
08 | Nas Ruas
09 | Gritos na Multidão
10 | Pobre Paulista

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quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Michael Jackson | Off The Wall


O ano de 1979 dividiu muitas águas. Ao mesmo tempo em que o punk pedia para alguém desligar os aparelhos na UTI, a disco music mostrava níveis nunca antes alcançados de manipulação de estúdio e aproveitamento máximo de tecnologia (tanto para o bem como para o mal). Era a vez dos anos oitenta: céticos, profissionais, estilosos e obcecados com a imagem. Como seria o pop dessa década? Superproduzido, sem vergonha de ser um produto e polivalente: não bastava ter música, tinha que ter bom clip, uma roupa legal, dançar bem, fazer um show mega, etc.

Quer dizer, o fim da atitude artística e da música em favor da grana e da imagem? Nem tanto. É aí que residia a autenticidade desse novo pop, que acabou levando esses conceitos à categoria de arte.

Se isso acabou sendo bom o ruim é história para contar outro dia, mas isso era um reflexo natural do estágio de então na música pop: uma tentacular indústria triliardária amparada por ultra tecnologia, tanto no estúdio como na promoção de artistas, como provaram os símbolos da década de oitenta: Duran Duran, George Micheal, Janet Jackson, Whitney Houston, Madonna e - claro - Michael Jackson.

Foi ele, em Off the Wall, que lançou o marco zero deste novo conceito. Aperfeiçoou tudo em 1983 com Thriller (só lembrando: o disco mais vendido da história), mas a semente já estava em Off the Wall, em que se apresentava como um artista que compunha, cantava, dançava, atuava em clips superproduzidos e lançava álbuns ultra bem feitos e cheios de hits.

Michael já vinha ensaiando seus passos solo desde 1972 com hits como "Ben" e "Got to be There", mas sem assumir isso full time. Com a consolidação do sucesso do grupo The Jackson 5, Michael ia amadurecendo e as coisas começavam a mudar de figura.

Em 1976 a Epic comprou o passe dos Jacksons da Motown. Fizeram dois contratos: um para o grupo, que virou The Jacksons, e outro para o jovem Michael. Era consenso de que os irmãos reunidos eram bons, mas quem ia render mesmo a longo prazo seria aquele moleque prodígio. A Epic tratou de cuidar para que seu estouro solo fosse certeiro.

Para a produção foi chamado o maestro Quincy Jones, multinstrumentista, arranjador e gênio de estúdio, com um currículo de band leader, jazzista, compositor de trilhas e produtor de soul. Os músicos do disco foram pinçados entre a nata das chamadas feras de estúdios da época (como o baixista Louis Johnson e o tecladista Greg Phillinganes). Paul McCartney e Stevie Wonder contribuíram com duas baladas, "Girlfriend" e "I Can't Help It", respectivamente.

Jones ainda recrutou um colaborador que se mostrou essencial para o resultado final: o inglês Rod Temperton. Líder da banda de disco Heatwave (que fez "The Groove Line"), Temperton tinha o dom de unir ritmos infalíveis, sempre com um efeito sonoro grudento. Acabou escrevendo "Rock With You", "Burn This Disco Out" e a faixa-título. Para ajudar na imagem "já-é-um-homenzinho" do disco, Michael co-produziu três faixas: "Don't Stop Til You Get Enough", "Working Day and Nigth" e "Get On the Floor".

Off the Wall saiu uma coleção sem falhas, fluente, de pop disco e baladas soul pop. "Rock With You" entrou na minha lista de melhores singles de todos os tempos pela virada de bateria que abria a faixa, pelo clima dos violinos e pelo fato de que quando você achava que sabia como era a melodia, ela tomava um rumo novo, mais cool, até cair num solo de teclados simulando sopro. "Working Day and Night" abria com uma percussão rapidinha e um loop de alguém ofegando que não devia nada a equivalentes atuais feitos com samplers. "Girlfriend" mostrava que Michael sabia jogar com economia uma voz doce numa balada, sem melar o resultado.

O disco estabeleceu a figura solo de Michael Jackson, rendeu hits mundiais e vendeu mais de dez milhões ao redor do mundo. E fez jus ao clichê número um dessa seção: depois dele, o pop nunca mais foi o mesmo.

Por | Camilo Rocha, Bizz#096, julho de 1993

1979 | OFF THE WALL

01 | Don't Stop 'til You Get Enough
02 | Rock with You
03 | Working Day and Night
04 | Get on the Floor
05 | Off The Wall
06 | Girlfriend
07 | She's Out of My Life
08 | I Can't Help It
09 | It's The Falling in Love
10 | Burn This Disco Out

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sexta-feira, 31 de julho de 2009

Ira!

Gravado em apenas nove dias, Mudança de Comportamento é um disco cujo título faz jus às transformações pelas quais o Ira! passava naquela fase. Além da adesão do ponto de exclamação em seu nome e do redirecionamento musical, passando do punk rock dos primeiros anos (e registrado em Ira, o single de 1984) para um estilo baseado na cultura mod, a banda ganhou uma nova formação com a entrada de dois novos componentes: o baixista Ricardo Gasparini, o Gaspa, companheiro de Nasi no grupo Voluntários da Pátria, ex-integrante do Cabine C e irmão de Ted Gaz (Fábio Gasparini), membro do Magazine; e o baterista André Jung, demitido dos Titãs no révellion de 1984 e convidado por Nasi para integrar o grupo em 2 de janeiro de 1985. Tal formação permaneceria intacta por 22 anos (1985 - 2007), uma das mais duradoras de um grupo do rock brasileiro, longevidade esta superada apenas pelos Paralamas do Sucesso e pelo Kid Abelha.

É neste disco que se encontra aquele que talvez seja seu maior clássico. "N.B. (Núcleo Base)" foi composta por Edgard Scandurra à época em que ele serviu para o Exército, representando um verdadeiro manifesto anti-alistamento militar. Além desta canção, destacaram-se a faixa-título, a balada "Tolices", e os rocks "Longe de Tudo" (com a linha de baixo baseada nas de "Start!", do Jam, e de "Taxman", dos Beatles) e "Coração".

1985 | MUDANÇA DE COMPORTAMENTO

01 | Longe de Tudo
02 | Núcleo Base
03 | Mudança de Comportamento
04 | Tolices
05 | Coração
06 | Saída
07 | Ninguém Precisa da Guerra
08 | Por Trás de Um Sorriso
09 | Como os Ponteiros de Um Relógio
10 | Sonhar Com Quê?
11 | Ninguém Entende um Mod

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"Os ratos não sabem morrer na calçada..."

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