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segunda-feira, 29 de outubro de 2018

Bob Dylan


“Bob Dylan é um artista de relevância quase inigualável na música popular moderna”, diz o biografo Howard Sounes na primeira frase de seu livro lançado em 2001 (no Brasil, no ano seguinte pela Conrad) sobre Robert Allen Zimmerman. O documentário “No Direction Home” (2005), de Martin Scorsese, jogou mais luz sobre um dos artistas menos compreendidos daquilo que se convencionou chamar de música pop, e se serviu para apresentá-lo a novas gerações, não explicou o mito (se pudesse, Dylan diria aqui que não há nada para explicar).

O fato é que Dylan representa um fenômeno cultural e social que permite vislumbres maiores sobre a música como partícula de uma sociedade. Um cara que começou escrevendo canções simples inspiradas em Woody Guthrie e folk singers do começo do século (muitos apresentados a ele pela coletânea “Anthology of American Folk Music”) até criar sua própria persona estética escrevendo canções políticas e arranjar, em 1965/1966, uma briga com os puristas ao amplificar suas canções, o que o aproximou da ala rock and roll conquistando tanto admiração quanto repulsa dos artistas folk.

Em 1965, no auge da polêmica conversão à eletricidade, Bob Dylan respondeu quando perguntado sobre o seu papel: “Sou um cara que canta e dança”. Nada mais certo. Existem vários Dylan: o pai de família, o pregador católico, o guardião da música tradicional americana, mas nenhum supera o Bob Dylan dos anos 60. A imagem de iconoclasta, hipster, descolado, todo de preto, com óculos Ray Ban, chapado de maconha e anfetaminas, ainda persiste. E olha que ele se acidentou quase que mortalmente, converteu-se ao cristianismo, retornou ao judaísmo, casou-se, separou-se, pariu filhos e viu amigos partirem, mas continua “andando em ruas que estão mortas”.

Em quase 50 anos de carreira, Dylan tem mais de 450 composições originais, sendo que uma delas é o hino dos direitos civis (“Blowin The Wind”) e a outra é praticamente a Cidadão Kane do rock (“Like a Rolling Stone”). Com quatro discos de inéditas lançados nos anos 2000, um livro escrito (“Crônicas”), além do documentário feito por Martin Scorsese, o melhor documentarista de rock da história, e de um pretensioso longa feito por Todd Haynes, Bob Dylan continua na ativa, sempre em movimento, como uma pedra que rola.

E o que é melhor: sem viver do passado, sem turnês de despedida, sem sujar seu nome. Raros são os artistas que seguem a sua visão interior de forma tão radical na indústria da música. De todos, Robert Allen Zimmerman é o maior.

Texto | Gabriel Innocentini

2007 | DYLAN
(Deluxe Edition)


DISC 1

01. Song to Woody
02. Blowin' In the Wind
03. Masters of War
04. Don't Think Twice, It's All Right
05. A Hard Rain's A-Gonna Fall
06. The Times They Are A-Changin'
07. All I Really Want to Do
08. My Back Pages
09. It Ain't Me Babe
10. Subterranean Homesick Blues
11. Mr. Tambourine Man
12. Maggie's Farm
13. Like a Rolling Stone
14. It's All over Now, Baby Blue
15. Positively 4th Street
16. Rainy Day Women #12 & 35
17. Just Like a Woman
18. Most Likely You Go Your Way (And I'll Go Mine)
19. All Along the Watchtower

DISC 2

01. You Ain't Goin' Nowhere - Bob Dylan & The Band
02. Lay, Lady, Lay
03. If Not for You
04. I Shall Be Released
05. Knockin' On Heaven's Door
06. On a Night Like This
07. Forever Young
08. Tangled up in Blue
009. Simple Twist of Fate
10. Hurricane
11. Changing of the Guards
12. Gotta Serve Somebody
13. Precious Angel
14. The Groom's Still Waiting at the Altar
15. Jokerman
16. Dark Eyes

DISC 3

01. Blind Willie McTell
02. Brownsville Girl
03. Silvio
04. Ring Them Bells
05. Dignity
06. Everything Is Broken
07. Under the Red Sky
08. You're Gonna Quit Me
09. Blood In My Eyes
10. Not Dark Yet
11. Things Have Changed
12. Make You Feel My Love
13. High Water (For Charley Patton)
14. Po' Boy
15. Someday Baby
16. When the Deal Goes Down

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