A Horse With No Name

cavalo

segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

Steve Miller Band

Nascido em Milwaukee, Wisconsin, 1943, em meio a uma família de músicos, Steve Miller não poderia ser outra coisa senão músico. Afinal, freqüentavam sua casa pessoas como Les Paul (o inventor da guitarra elétrica), T-Bone Walker e James Cotton. Pertence àquela estirpe de rockstar que não tem um grande público fora dos EUA mas que é especialmente compreendido e adorado pelo povo norte-americano, como Bruce Springsteen, John Mellencamp, Bob Seger, Boz Scaggs, entre muitos outros.

Em 1973, após o lançamento de “The Joker”, hit-seller que atingiu o nº 1 das paradas americanas, Steve resolveu dar um tempo, pois haviam se passado 5 anos de estafante trabalho, com turnês ininterruptas e 8 discos lançados (tudo bem, Frank Zappa seria capaz de fazer isso em 2 anos, mas vamos deixar isso pra depois...). Após um ano e meio de descanso, Steve mergulhou na preparação de seus dois álbuns seguintes: “Fly Like An Eagle” e “Book Of Dreams”.

“Fly Like An Eagle” saiu em maio de 1976 e marcou a carreira de Steve por conter uma maciça quantidade de hits, que fazem parte até hoje, em sua maioria, dos set-lists de shows. Significou também o início do flerte com a música progressiva, que Steve iria explorar mais intensamente nos álbuns seguintes, mas aborda outros ritmos além do rock básico, como blues, rhythm’n’blues e folk. A formação básica da banda para este disco traz, além de Steve nas guitarras, vocais e teclados Roland, Gary Mallaber (ex-Van Morrison Band) na bateria e Lonnie Turner (ex-Eddie Money e Dave Mason Band) no baixo. Lonnie é um antigo amigo de Steve e membro fundador da SMB, enquanto Mallaber se destacaria posteriormente por co-produzir discos platinados de Steve, como Abracadabra e Italian X-Rays.

A primeira faixa, “Space Intro.”, é uma vinheta instrumental de 1’14” executada por Steve no teclado Roland, cujo final se emenda com a faixa-título, um dos maiores hits de sua carreira. Também em clima de rock progressivo, tem seu ponto alto no órgão B-3 tocado por Joachym Young e por um solo final de cítara meio psicodélico. “Fly Like An Eagle” voltou a ser sucesso em 96, na voz do cantor inglês Seal, integrando a trilha sonora do filme “Space Jam”, estrelado por Michael Jordan e os Looney Tunes (Turma do Pernalonga). Chegou ao 2º lugar dos charts em dezembro/76 e está mais uma vez em evidência, por ser tema do jingle atual de TV do US Postal Office (o correio americano), largamente divulgado no país.

Em seguida vem a balada “Wild Mountain Honey”, de Steve McCarty, ainda em clima psicodélico sobre teclados viajantes. A 4ª música, “Serenade”, é o primeiro dos rocks básicos presentes no disco e tem uma levada e letra à la surfmusic. “Dance, Dance, Dance” é uma folksong em ritmo dançante (obviamente), praticamente toda acústica, onde se sobressai o violão dobro de John McFee, outro convidado especial. Na seqüência vem uma cover de K.C. Douglas, “Mercury Blues”, uma das melhores faixas do álbum e uma das mais pedidas em shows.

A 7ª e a 8ª músicas fazem uma dobradinha do que se pode produzir de melhor em rock’n’roll. “Take The Money And Run” conta a divertida estória de um casal, Billy Joe e Bobbie Sue, que são perseguidos pela polícia, tal qual Bonnie & Clyde, porém com final feliz. A música seguinte é um caso à parte... “Rock’n’Me” é provavelmente a mais perfeita combinação de uma guitarra/baixo/bateria já realizada, um exemplo de simplicidade bem sucedida. São 3 minutos exatos de “road” rock contagiante, com o típico vocal cristalino de Steve e uma letra ingênua, sobre um rapaz que percorre os EUA atrás de qualquer emprego que possa lhe dar condição de manter sua namorada. Atingiu o 1º lugar das paradas americanas em agosto/76 e é a música que fecha os shows de Steve, sempre cantada em uníssono com a platéia.

Depois vem uma cover de Sam Cooke (já percebeu como todos os grandes artistas gravam músicas dele?), “You Send Me”, cuja regravação é reputada como sendo até melhor do que a original. Não é pra menos... tem uma excelente harmonia de vocais, acompanhada por um singelo violão acústico e percussão com escovinha. Uma delícia.

Logo após, outra vinheta instrumental nos teclados (“Blue Odissey”) prepara a entrada de um blues no estilo “raízes” , “Sweet Maree”, no qual se destaca a harmônica de James Cotton - mais um convidado especial. O álbum se fecha com “The Window”, uma balada que começa e termina com o órgão progressivo de Joachym Young, mas que assume um tom bluesy no meio, permeada também por ótimas harmonizações vocais.

Foi com “Fly Like An Eagle” que Steve Miller passou a fazer shows em ginásios, em vez de teatros, e com o qual recebeu nada menos que 4 discos de platina, assim como seu sucessor “Book Of Dreams”.


1976 | FLY LIKE AN EAGLE

01 | Space Intro
02 | Fly Like An Eagle
03 | Wild Mountain Honey
04 | Serenade
05 | Dance, Dance, Dance
06 | Mercury Blues
07 | Take the Money and Run
08 | Rock'n Me
09 | You Send Me
10 | Blue Odyssey
11 | Sweet Maree
12 | The Window

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quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

Sebastian Hardie


Sinfônico até a alma! Essa seria uma definição razoável para esse trabalho da mais conhecida e apreciada banda progressiva australiana dos anos 70, porém da mesma forma que diversas bandas dessa época, o quarteto australiano não concebeu um legado razoável, a sua discografia resume-se a duas produções somente, tendo mais uma terceira obra "Symphinity", onde Mario Millo resolveu encampar com o nome de Windchase, nada mais que a denominação do outro prestigiado trabalho do Sebastian Hardie.

Classifico como grande influência do Sebastian Hardie não o Yes e Camel, como muitos apregoam, mas, sobretudo os trabalhos clássicos de Rick Wakeman, principalmente "Journey To The Centre Of The Earth". Do Yes temos apenas suspiros, não contornos óbvios como nas obras de Wakeman, até porque o Yes sempre fora muito quebrado também, enquanto Wakeman solo nos anos 70 foi mais clássico.

O fato de a banda fazer um som acessível, sem muita complexidade, prevalecendo a melodia sobre os atributos técnicos, provoca o desagrado de uma ala de admiradores do progressivo mais complexo e ousado, principalmente daquela turma que gosta de um bom fusion, para esses, a obra em si pode não ser recomendável, mesmo assim é de se ressaltar que apenas com dois trabalhos a banda teve uma aceitação mundial no meio progressivo, mesmo com a maioria das pessoas conhecendo dez ou vinte anos depois dos seus lançamentos.

Por | ProgBrasil

1975 | FOUR MOMENTS

01. Four Moments 1 (Glories Shall Be Released)
02. Four Moments 2 (Dawn of Our Sun)
03. Four Moments 3 (Journey Through Our Dreams)
04. Four Moments 4 (Everything Is Real)
05. Rosanna
06. Openings


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1976 | WINDCHASE

01. Windchase
02. At the End
03. Life, Love and Music
04. Hello Phimistar
05. Peaceful


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1977 | SYMPHINITY (WINDCHASE)

01. Forward We Ride
02. Horsemen to Symphinity
03. Glad to be Alive
04. Gypsy
05. No Scruples
06. Lamb's Fry
07. Non Siamo Perfetti
08. Flight Call

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1997 | LIVE IN L.A.

01. Introduction
02. Glories Shall Be Released
03. Dawn Of Our Sun
04. Journey Through Our Dreams
05. Everything Is Real
06. Rosanna
07. Windchase (Conclusion)
08. Openings
09. Millo's Bizarre Bizet
10. Openings (Conclusion)

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2012 | BLUEPRINT

01. I Wish
02. Vuja de
03. Art of Life
04. I Remember
05. Another String
06. Shame

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???? | MORE MOMENTS

01. All Right Now (Single 1973)
02. Day After Day (Single 1974)
03. Mermaid On The Sand (Single 1974)
04. Horsemen To Symphinity (Mario Millo & Men From Mars Live 1998)
05. Four Moments (Live at Vodaphone Arena 2003)
06. Rosanna (Live at Vodaphone Arena 2003)
07. Openings (Live at Vodaphone Arena 2003)

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quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

Bach | Herz und Mund und Tat und Leben


Herz und Mund und Tat und Leben ("Coração e boca e ações e vida"), BWV 147a, é uma cantata de Johann Sebastian Bach, composta por ocasião da festa da Visitação da Virgem Maria (a Isabel), em Leipzig, em 2 de julho de 1723, embora já existisse numa versão anterior, ligeiramente diferente, de 1716. Apesar de ter a numeração BWV 147 no catálogo completo de suas obras,1 foi, na verdade, a 32ª cantata composta por Bach - entre as que sobreviveram. Bach escreveu um total de 200 cantatas durante sua estada em Leipzig, principalmente para atender à demanda das igrejas locais, que era de quase 60 cantatas diferentes por ano.

Esta cantata é uma das mais célebres de Bach, em especial, o décimo movimento (repetição do sexto, com outro texto), conhecido como Jesus bleibet meine Freude ("Jesus, alegria dos homens").

O efetivo orquestral e o conjunto de vozes são constituídos por:
vozes solistas: soprano, contralto, tenor e baixo;
coro a 4 partes;
orquestra: trompete, 2 oboés, fagote, 2 violinos, viola, e baixo contínuo.
Há também uma segunda formação orquestral com: trompete, 2 oboés, Oboé d'amore, 2 Oboés da caccia, 2 violinos, viola, e Contínuo (incluindo Violoncelo e Violone no Movt. Nº 7).

A maior parte do texto usado na cantata 147 é de Salomão Franck, enquanto os textos originais do 6º e 10º movimento foram escritos por Martin Janus em 1661. O texto do 10º movimento é inspirado no versículo bíblico que cita:…no Teu nome e na Tua memória está o desejo da nossa alma. (Cântico de confiança na proteção Divina).

HERZ UND MUND UND TAT UND LEBEN

The Amsterdam Baroque Orchestra & Choir
Conductor - Ton Koopman
Soprano - Lisa Larsson
Alto - Elisabeth von Magnus
Tenor - Lothar Odinius
Bass - Klaus Mertens

01. Chorus: Herz und Mund und Tat und Leben
02. Recitativo: Gebenedeiter Mund!
03. Aria: Schäme dich, o Seele nicht
04. Recitativo: Verstockung kann Gewaltige veblenden
05. Aria: Bereite dir, Jesu, noch itzo die Bahn
06. Chorus: Wohl mir, daß ich Jesum habe
07. Aria: Hilf, Jesu, hilf, daß ich auch dich bekenne
08. Recitativo: Der höchsten Allmacht Wunderhand
09. Aria: Ich will von Jesu Wundern singen
10. Chorus: Jesus bleibet meine Freude

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FELIZ NATAL | MERRY CHRISTMAS

terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Trapeze


Quando Glenn Hughes ingressou no Deep Purple em 1973, seu nome ficou, de imediato, famoso em todo o mundo. Mas, ao contrário de seu novo companheiro David Coverdale, que antes de responder a um anúncio da Melody Maker e entrar na banda de Ritchie Blackmore, Ian Paice e Jon Lord tinha apenas experiência com grupos desconhecidos, Hughes não era nenhum novato. O baixista e vocalista, nascido em 21 de agosto de 1952 na cidade inglesa da Cannock, já havia impressionado meio mundo com a sua passagem pelo Trapeze, uma das melhores bandas de hard rock da primeira metade dos anos setenta.

O Trapeze surgiu em março de 1969 na cidade de Wolverhampton, Inglaterra. Seus fundadores foram o vocalista e trompetista John Jones e o guitarrista e tecladista Terry Rowley, responsável pelo nome do conjunto. Os dois haviam se conhecido em uma banda chamada The Montanas. A dupla foi atrás de músicos com pensamentos parecidos com os seus, e os encontrou nas figuras do guitarrista Mel Galley e do baterista Dave Holland, além do já citado Glenn Hughes.

Após vários ensaios e um número cada vez maior de shows pelos clubes londrinos, o então quinteto assinou com a Threshold Records, criada pelo Moody Blues inicialmente para lançar apenas os álbuns do grupo e os trabalhos solos de seus integrantes, mas que acabou se transformando em um selo com catálogo próprio, subsidiado à gravadora Decca.

Em 1970 chegou às lojas o primeiro play do grupo, tendo com título apenas o nome da banda. A produção foi de John Lodge, baixista do Moody Blues. O álbum traz um hard rock calcado no blues, e apesar de ser um bom disco, passou meio batido pelo público. Logo após o lançamento, John Jones e Terry Rowley deixaram o conjunto, retornando para o Montanas, onde permaneceriam até 1978.

Reduzido a um trio, o Trapeze voltou ao estúdio para gravar o seu segundo álbum. Lançado em novembro de 1970, Medusa é bastante superior ao primeiro trabalho. Novamente produzido por John Lodge, o disco apresenta um hard rock coeso e afiado, com passagens instrumentais requintadas e de muito bom gosto, adornadas pela voz singular de Glenn Hughes, um dos maiores vocalistas da história do hard rock.

Medusa abre com "Black Cloud", faixa que apresenta uma das características marcantes do Trapeze: a alternância entre momentos mais pesados com outros mais calmos, levando o ouvinte por estradas muito bem construídas, que desembocam em trechos onde o pau como solto. Ótimo começo!

Na sequência temos um dos ápices da carreira do trio. "Jury" começa como uma balada, onde os destaques são a interpretação de Hughes e a guitarra de Galley. Após essa breve e excelente introdução mais lenta, a faixa cai em um hard clássico, mudança feita pelo antológico riff de guitarra de Mel Galley, que Glenn Hughes e Dave Holland seguem com precisão cirúrgica. Essa segunda parte da canção evolui, com Hughes cantando muito, enquanto Galley

rege os trechos instrumentais. E, no final, tudo volta para o começo, como uma viagem em loop em uma máquina do tempo. Sensacional!

O tempero funk, outra das características do Trapeze, aparece em "Your Love is Alright" e "Makes You Wanna Cry", com o embalo sendo apimentado com generosas dose de peso. Já o rock bate ponto forte em "Touch My Life", uma das melhores faixas do disco, que conta com um dos grandes riffs de toda a carreira de Galley. Mais uma vez percebe-se a variação entre momentos mais calmos e outros mais explosivos, tornando a canção muito interessante.

Uma das mais belas composições gravadas nos anos setenta vem a seguir. "Seafull" é uma espécie de blues carregado com ainda mais emoção e sentimento, onde Hughes canta como se fosse um anjo caído. As linhas vocais criadas pelo baixista e vocalista são tão lindas que chegam a doer. A parte instrumental mostra toda a sensibilidade do trio, conduzindo o ouvinte por uma odisséia regada com imagens do passado e sonhos de um futuro melhor.

O disco fecha com sua faixa-título, uma canção que não poderia ter nascido em outra época que não naquele final dos anos sessenta e início dos setenta. O belo arranjo mostra o quanto o grupo influenciou todo o hard rock subsequente. Os trechos acústicos tornam a canção ainda mais bela, revelando todo o poder da voz crua de Hughes. Um encerramento perfeito para um álbum de tão alto nível como Medusa. ... (continua)

Por | Ricardo Seelig

1970 | MEDUSA

01 | Black Cloud
02 | Jury
03 | Your Love is Alright
04 | Touch My Life
05 | Seafull
06 | Makes You Wanna Cry
07 | Medusa

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quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Triumvirat


Triumvirat foi uma banda alemã de rock progressivo formada em 1969.

Durante o início, a banda executava músicas de sucesso em lugares famosos de sua cidade natal, Colônia. The Nice e Emerson, Lake & Palmer foram bandas que influenciaram a direção musical do Triumvirat, tanto que a banda incorporou algumas músicas dessas bandas em seu repertório. No alto de sua fama durante a era do rock progressivo na década de 70, o Triumvirat era constantemente chamado de Emerson, Lake & Palmer alemão, ou clone ELP, devido a virtuosidade clássica de Fritz nos teclados e sintetizadores.

No início da década de 1970, a banda enviou uma fita demo para a EMI Records em Colônia e ganhou seu primeiro contrato de gravação. Foram produzidos outros álbuns durante a mesma década, incluindo Mediterranean Tales: Across The Waters e Illusions on a Double Dimple. Em 1975, a banda atingiu o ápice de seu sucesso comercial com o lançamento de Spartacus, que é considerado por muitos um álbum clássico do rock progressivo.

A banda sofreu várias mudanças pessoais (incluindo a perda do vocalista Helmut Köllen, que morreu de asfixia por monóxido de carbono enquanto ouvia algumas de suas músicas de estúdio no carro enquanto o motor estava ligado, em sua garagem). A banda terminou em 1980 com o lançamento de seu álbum final, Russian Roulette.

1973 | ILLUSIONS A DOUBLE DIMPLE

01 | Ilusions On a Double Dimple
       a. Flashback
       b. Triangle
       c. Illusions
       d. Dimplicity
       e. Last dance
02 | Mister Ten Percent
       a. Maze
       b. Dwning
       c. Bad deal
       d. Roundabout
       e. Lucky Girl

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terça-feira, 16 de dezembro de 2014

It's a Beautiful Day


Fundado em 1967, o grupo californiano It's a Beautiful Day tornou-se um dos símbolos da segunda geração de grupos de San Francisco. A psicodelia de suas canções, as perfomances endiabradas de seus músicos nos palcos, e a crescente onda lisérgica do verão do amor, foram suficientes para tornar o It's a Beautiful Day o maior expoente do novo cenário da música de San Francisco no final dos anos 60 e início dos 70, ao lado do Santana e após o estrondoso sucesso de grupos como Moby Grape, Jefferson Airplane e The Doors (considerados da primeira geração).

Porém, o sucesso do grupo não foi o suficiente para mantê-lo na ativa por muito tempo. Em apenas seis anos de vida, o grupo lançou quatro discos de estúdio e um álbum ao vivo, mas alterou momentos de instabilidade, que ocasionaram em diversas mudanças na sua formação, fazendo-o ser mais reconhecido por ser "a banda que gravou o tema original de Child in Time" (gravado pelo Deep Purple no álbum In Rock, de 1970) do que pelos méritos reais que o grupo possui.

1969 | IT'S A BEAUTIFUL DAY | Esse é um dos álbuns mais essenciais do flower-power californiano. Ele está no mesmo patamar de Cheap Thrills (Big Brother & The Holding Company) e Surrealistic Pillow (Jefferson Airplane). Nele, estão os maiores sucessos gravados pelo It's a Beautiful Day. A canção que abre o LP, "White Bird", é um marco do rock californiano. O casal David LaFlemme (violinos, voz) e Linda LaFlamme (teclados, voz), além de Pattie Smith (voz), Hal Wagenet (guitarras), Mitchell Holman (baixo, vocais) e Val Fuentes (bateria) criaram uma linda balada, com destaque para as passagens de violino e para as lindas vocalizações da dupla Pattie-David, além do órgão de Linda, que se sobressai na canção seguinte, a épica "Hot Summer Day", uma espetacular balada latina comandada pelo baixo de Mitchell e pela harmônica de Bruce Steinberg. "Wasted Union Blues" trás a acidez típicamente californiana na guitarra de Hal, em um som que possui um ritmo alucinante. Outra bela canção encerra o lado A, "Girl With No Eyes", agora com Linda fazendo um belo trabalho no cravo, tendo destaque novamente para o violino de David.

01 | White Bird
02 | A Hot Summer Day
03 | Wasted Union Blues
04 | Girl With No Eyes
05 | Bombay Calling
06 | Bulgaria
07 | Time Is



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O famoso riff que deu origem a "Child in Time" abre o lado B, na imortal "Bombay Calling". As lindas notas orientais do violino são seguidas pela repetição das mesmas pelo órgão de Linda, de onde Hal surge com um vigoroso e efusivo solo de guitarra, em uma fantástica faixa instrumental, repleta de duelos entre órgão e violino. "Bulgaria" é a mais intimista das canções, com um andamento soturno e ao mesmo tempo hipnotizante. Para encerrar, um delírio em foma de música, "Time Is", com uma embalada sessão instrumental de abertura, que lembra músicas tradicionais russas, e com Linda se revelando uma espetacular tecladista. Admiradores de Jon Lord, ouçam e constatem por que o It's A Beautiful Day era fonte de inspiração para o Purple. A canção encerra-se em um delirante free-jazz, com muita percussão e psicodelia, que fecha com chave de ouro o melhor álbum do grupo, e um dos melhores da história da Califórnia. A capa de It's A Beautiful Day foi feita por George Hunter e pintada por Kent Holliseter, e foi eleita a vigésima quarta capa mais bonita de todos os tempos pela revista Rolling Stone.

1970 | MARRYING MAIDEN | Os LaFlamme acabaram separando-se, e para o lugar de Linda, Fred Webb foi o contratado. Depois de um período conturbado, o grupo contou com a ajuda de Jerry Garcia (líder do Grateful Dead) e assim, gravou outro belo álbum. Marrying Maiden não tem a potência do álbum de estreia do grupo, mas destaca canções de muito bom gosto, e principalmente, revela outro talentoso tecladista, agora Webb. Jerry foi o responsável por tornar o som do grupo mais próximo do Southern Rock, e também sugeriu "a vingança" do It's a Beautiful Day para o plágio que o Deep Purple havia feito com "Bombay Calling". Logo na abertura do LP, a fantástica instrumental "Don and Dewey" provoca os britânicos, chupando sem-vergonha o riff da canção "Wring That Neck", registrada no álbum do Deep Purple Book Of Taliesyn (1968). Um jazz rock fenomenal, mas que destoa bastante do resto do LP, o qual é mais leve, entre o Southern e o country, como pode ser comprovado na canção seguinte, a bonita "The Dolphins". "Essence of Now" lembra The Mamas & The Papas, com as bonitas vocalizações de Pattie e David. Outra instrumental, "Hoedown", é um country rock efervescente, com David solando de forma rápida e dançante, passando então para um solo de banjo feito por Jerry Garcia, que também é responsável pelo hilário solo de pedal steel guitar que vem na sequência.

01 | Don and Dewey
02 | The Dolphins
03 | Essence of Now
04 | Hoedown
05 | Soapstone Mountain
06 | Waiting for the Song
07 | Let a Woman Flow
08 | It Comes Right Down to You
09 | Good Lovin’
10 | Galileo
11 | Do You Remember the Sun?

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A interessante "Soapstone Mountain" encerra o lado A, em uma suave canção, na linha de "Essence of Now", com um refrão grudento e com Hal tocando de forma sublime. É nessa canção que a lisérgica guitarra de Hal dá as caras. "Waiting For The Sun" é uma rápida viajem lisérgica com vozes e um french-horn criando uma sonoridade muito estranha, seguida pela melosa "Let A Woman Flow", um jazz suave, quase bossa-nova, com trechos cantados em espanhol. O jazz é retomado em "It Comes Right Down To You", onde Jerry Garcia novamente participa com o pedal steel guitar e banjo, destacando nessa canção o clarinete de Richard Olsen. "Good Lovin'", com um refrão grudentíssimo, resgata os ácidos acordes do primeiro álbum do grupo. A linda "Galileo", com barulhos de vento e um dedilhado da guitarra seguidos por flautas, e a triste "Do You Remember The Sun", que conta com um refrão marcante, encerram esse bom LP, que apesar de estar longe do LP de estreia, é uma ótima sequência para a carreira do grupo. A capa de Marrying Maiden é tão bonita quanto a de seu antecessor. Tendo o nome de A Joint Venture, a pintura foi construída por James William Redo III e Roberto Perez-Dias, e só fica relegada a segundo plano justamente pelo fato da capa do LP de estreia ser muito bela. Existe uma segunda capa que também é tão bonita quanto a original, mas que não é muito conhecida dos fãs da banda.

1971 | CHOICE QUALITY STUFF / ANYTIME | Depois de uma série de bem sucedidos shows, onde o grupo foi um dos destaques no Stamping Groung Festival da Holanda, em 1970, e do Festival de Bath, no mesmo ano, o grupo passa por uma nova reformulação, com Tom Fowler (baixo) e Bill Gregory (guitarra) substituindo Mitchell e Hal respectivamente. Porém, o clima entre os membros do grupo já não era o mesmo, principalmente David, que pensava em uma carreira solo, assim, gravam com o clima de fim de festa o chamado Disco do camelo. Dividido em duas partes, esse álbum caracteriza-se justamente de partes bem distintas. Choice Quality Stuff é pesado e bem trabalhado, abrindo com a fantástica "Creed of Love", a qual possui um dos grandes refrões da carreira do grupo, além de um ótimo duelo entre Bill e David. "Bye Bye Baby" é um agitado blues que traz para o estúdio as improvisações que o grupo fazia ao vivo. "The Grand Camel Suite" mantém o bom nível, em uma ótima faixa instrumental que conta com uma cozinha bem southern rock. "No World For Glad" é próxima do hard setentista, e "Lady Love" é um funk psicodélico que lembra o Experience de Jimi Hendrix.

01 | Don and Dewey
02 | The Dolphins
03 | Essence of Now
04 | Hoedown
05 | Soapstone Mountain
06 | Waiting for the Song
07 | Let a Woman Flow
08 | It Comes Right Down to You
09 | Good Lovin’
10 | Galileo
11 | Do You Remember the Sun?

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Os membros do Santana Jose Chepito Areas (percussão), Coke Escovedo (percussão), e Gregg Rolie, (teclados) participam da faixa "Words", uma paulada que não poderia deixar de lembrar as canções do Santana, com os vocais sensuais de Pattie se destacando, além do fantástico solo de Greg, encerrando o lado A com muito peso. Já Anytime é bem mais calmo. "Place Of Dreams" é uma canção sessentista, assim como a bonita instrumental "Oranges & Apples", que conta com o trompete de Bill Atwood, o qual participa de "Anytime", uma leve e dançante canção, na linha das canções de Janis Joplin com a Kosmic Blues Band, e que tem o ponto alto no solo de saxofone feito por Atwood. "Bitter Wine" trás de novo o pessoal do Santana, e o embalo é retomado em uma faixa que é cantada por Pattie e David juntos, encerrando o álbum com a ótima "Misery Loves Company", com um fantástico solo de Bill. A engraçada capa com o camelo andando pelo deserto e se imaginando dirigindo um carrão entre vários parceiros de corcovas, foi feita por George Benett, e chegou a causar alguma polêmica nos EUA por apresentar os testículos do mamífero. O Disco do camelo foi o último a contar com David LaFlamme, que decidiu seguir carreira solo pouco depois do grupo lançar o bom ao vivo at Carnegie Hall (1972), mas não foi o último da discografia.

1972 | AT CARNEGIE HALL

01 | Don and Dewey
02 | The Dolphins
03 | Essence of Now
04 | Hoedown
05 | Soapstone Mountain
06 | Waiting for the Song
07 | Let a Woman Flow
08 | It Comes Right Down to You
09 | Good Lovin’
10 | Galileo
11 | Do You Remember the Sun?

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1973 | IT'S A BEAUTIFUL DAY ... TODAY | Sem David, Patti, Val, Bill e Fred tocaram o barco com Bud Cockrell (baixo) e Greg Bloch (violino). Essa formação gravou o derradeiro álbum do grupo. O som do It's a Beautiful Day mudou bastante, fugindo totalmente da psicodelia, e criando um espaço mais homogêneo para as vocalizações de Pattie, Bill e Bud, misturando bonitas baladas e canções mais dançantes. "Ain't That Lovin' You, Baby" é a canção que abre os trabalhos, com um cadenciado andamento, onde sem dúvida as vocalizações são o maior destaque, assim como o ótimo solo de Bill. "Child" é um triste blues, levado pelo piano e pelas tristes notas da guitarra, onde Pattie mostra todos os seus dotes vocais. "Down on the Bayou" é mais setentista, com um andamento swingado e dançante, tendo um ótimo solo de hammond. "Watching You, Watching Me" é uma canção cuja levada do baixo lembra "Ramble On", do Led Zeppelin, porém sendo uma canção bem mais leve. O lado A encerra com a linda balada "Mississippi Delta", levada por piano, violino e uma emotiva interpretação vocal do grupo, com um clima bem sessentista. A agitada "Ridin' Thumb" destaca os vocais sensuais de Pattie Smith, sobre mais uma levada swingada do grupo, abrindo o lado B com bastante ritmo. O piano de "Mississippi Delta" volta a estar presente em outra linda canção, "Time", um bluesão sensacional onde Fred mostra seu talento com o piano, enquanto "Lie to Me" retoma o andamento sessentista, com bonitas passagens vocais e também do piano. "Burning Low" é uma agitadíssima canção, onde a levada de baixo e piano, acompanhando as vocalizações de Pattie e Bill, dão um tempero pop ao som de ... Today, que encerra-se com "Creator", uma triste canção soul, que deixa a sensação de que o It's a Beautiful Day podia entrar no novo mundo da música com bastante vigor, e com potencial para continuar na ativa por muitos anos.

01 | Don and Dewey
02 | The Dolphins
03 | Essence of Now
04 | Hoedown
05 | Soapstone Mountain
06 | Waiting for the Song
07 | Let a Woman Flow
08 | It Comes Right Down to You
09 | Good Lovin’
10 | Galileo
11 | Do You Remember the Sun?

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Porém, o grupo acabou logo após o lançamento desse álbum. Algumas reuniões ocorreram nas décadas posteriores. Em 1989, Pattie Smith faleceu em um acidente de carro. Fred Webb faleceu no ano seguinte e em 1997, David LaFlamme retornou com o grupo, porém apenas para apresentações, sem gravar nenhum disco de estúdio, mas apresentando aos novos e velhos fãs os clássicos que marcaram a carreira desse grande grupo, que mesmo em seu pequeno período na Terra, teve sua relevância destacada entre muitos nomes do rock, principalmente Ian Gillan, o qual em uma entrevista em 1990, afirmou que o grupo havia sido uma das maiores influências na Mark II do Deep Purple.

Por | Mairon Machado

sábado, 13 de dezembro de 2014

Love Sculpture

Love Sculpture foi uma banda de blues-rock que surgiu do País de Gales no final dos anos 60 formada pelo vocalista e guitarrista Dave Edmunds, pelo tecladista, baixista e vocalista John Williams e o baterista Tommy Riley, que posteriormente foi substituído por Bob Jones.

Após a assinatura com a Parlophone, a banda gravou o LP "Blues Helping" (1968), grande disco produzido por Malcolm Jones e Ward Kingsley. O álbum foi apreciado talento nas seis cordas de Dave Edmunds, comparáveis aos melhores músicos da história do rock.

Em 1968 ele conseguiu seu maior sucesso na adaptação do clássico "Sabre Dance" do compositor Aram Khachaturian.

"Forms and Feelings" (1969) foi o segundo LP, mais experimental do que a sua estreia que incluía basicamente os sons de blues. No álbum, além de "Sabre Dance" pode ser ouvida "Seagull", quarto single do Love Sculpture e o tema psicodélico "In the land of the few", uma composição escrita por Dave Edmunds, Finesilver Mike e Andrew Kerr Edmunds produzidos por ele ajudado por Finesilver Ker e Pete Ker. Eles também fizeram uma versão de "Farandole" de Georges Bizet, que foi incluída como um lado B de "Seagull".

1968 | BLUES HELPING

01 | The Stumble
02 | Three O'Clock Blues
03 | I Believe To My Soul
04 | So Unkind
05 | Summertime
06 | On The Road Again
07 | Don't Answer The Door
08 | Wang-Dang-Doodle
09 | Come Back Baby
10 | Shake Your Hips
11 | Blues Helping

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1969 | FORMS AND FEELINGS

01 | In The Land Of The Few
02 | Seagull
03 | Nobody's Talking
04 | Why (How-Now)
05 | Farandole (From L'Arlesienne)
06 | You Can't Catch Me
07 | People, People
08 | Mars
09 | Sabre Dance

Bonus Tracks
10 | Think Of Love (Single B-side,1968)
11 | Seagull (Single A-side,1969)
12 | Farandole (From L'Arlesienne) (Single B-side,1969)
13 | In The Land Of The Few (Single A-side,1970)
14 | People, People (Single B-side,1970)
15 | Sabre Dance (Single A-side,1968)

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sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

The Rolling Stones | Necrophilia


1971 | NECROPHILIA
Rare Unreleased


01 Out Of Time
02 Don't Lie To Me
03 Have You Seen Your Mother, Baby, Standing In The Shadow
04 Think
05 Hear It
06 Something Just Stuck In Your Mind
07 Aftermath
08 I'd Rather Be With The Boys
09 Andrew's Blues
10 Pay Your Dues
11 Let The Good Times Roll
12 Heart Of Stone
13 Each & Every Day Of The Year
14 (Walkin' Thru The) Sleepy City
15 Try A Little Harder
16 Blue Turns To Grey
17 We're Wasting Time


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quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Far East Family Band


Formada por Fumio Miyashita em 1972 a Far East Family Band antes sob o nome de Far Out contou com o tecladista e compositor, Kitaro, que no futuro foi um grande nome do gênero new age. A banda tem predominância no uso de teclados, flertando muito com os gêneros Space Rock e Ambient Rock, possuem longas composições fazendo com que a banda fosse comparada com Tangerine Dream e Pink Floyd no início de carreira.

O primeiro álbum do grupo foi lançado sob o nome Far Out. Depois de mudar a formação e o seu nome, a banda lançou The Cave Down to Earth em 1975, seu primeiro lançamento europeu, no mesmo ano lançaram o álbum Nipponjin que contou com algumas versões regravadas do material dos dois primeiros discos.

O próximo álbum do grupo, Parallel Worlds (1976), foi profundamente influenciado por Klaus Schulze, que Kitaro conheceu em uma viagem pela Europa. Com a primeira faixa de mais de 30 minutos de duração, o álbum tem semelhanças com as grandes lendas Krautrock. Em 1977 lançaram o seu último disco Tenkujin, após isso a banda se separou em 1978.

1973 | FAR OUT

01 | Too Many People
02 | Nihonjin

Bônus
03 | Birds Flying To The Cave
04 | Saying To The Land
05 | Moving, Looking, Trynig, Jumping
06 | Wa Wa
07 | The Cave Down To The Earth
08 | Four Minds
09 | Transmigration

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1975 | THE CAVE DOWN TO THE EARTH

01 | Northern Land
02 | Birds Flying To the Nest
03 | The God Of Water
04 | Saying to the Land
05 | The God Of Wind
06 | Moving, Looking, Trying, Jumping
07 | Wa, Wa
08 | Mystery of Northern Space
09 | The Cave Down To Earth
10 | Four Minds
11 | Transmigration

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1975 | NIPPONJIN

01 | Nipponjin
02 | The Cave
03 | Undiscovered Northern Land
04 | Timeless
05 | The God of Water
06 | River of Soul
07 | The God of Wind
08 | Movin' Lookin'
09 | Yamato
10 | Mystery of Northern Space

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1976 | PARALLEL WORLD

01 | Metempsychosis
02 | Entering/Times
03 | Kokoro
04 | Parallel World




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1977 | TENKUJIN

01 | Descension
02 | Tenkujin
03 | Timeless Phase
04 | Nagare
05 | From Far east
06 | Ascension



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segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Freedom


"A origem da banda remonta ao ótimo Procol Harum de Gary Brooker, conhecido pelo mega hit “A Whiter Shade of Pale”, que foi lançado em 1967 e trazia em sua formação o baterista e vocalista Bobby Harrison e o guitarrista Ray Royer. Estes dois músicos se juntaram ao tecladista Wike Lease e ao baixista Steve Shirley na primeira encarnação do Freedom." Após indas e vindas, embalado pela onda de power trios como Cream e Jimi Hendrix Experience e fortemente influenciados pelo blues rock do Led Zeppelin, Harrison junta-se ao guitarrista Roger Saunders e ao baixista Walter Monaghan para formar a segunda versão do Freedom, responsável pela fama do grupo.

Freedom At Last, o segundo LP do Freedom - e primeiro com esta formação - é um trabalho de primeira linha quando o assunto é rock and roll. O disco abre com “Enchanted Wood”, faixa que já mostra a pegada da banda, destacando o vocal com grande qualidade de Harrison, o baixo no melhor estilo e a guitarra a todo momento. Uma maravilha de música! A próxima é a versão para um blues de Howlin Wolf chamado “Deep Down in The Bottom”, aqui totalmente revisitado no melhor estilo zeppeliniano. Novamente a banda demonstra a garra que lhe era peculiar.

“Have Love Will Travel” é mais popzinha, porém destaca uma pegada bem legal. A próxima faixa é de matar: trata-se de uma versão estupenda da balada “Cry Baby Cry”, dos Beatles, cuja versão original está no White Album de 1968. Vale ouvir para perceber a diferença do vocal de Bobby Harrison. Se no White Album “Cry Baby Cry” está “perdida” entre as trinta músicas do álbum, em At Last o Freedom conseguiu criar um clima de grande destaque e fortes emoções.

Para aumentar a emoção, a banda ainda teve inspiração para recriar outro clássico e transformá-lo em algo mais forte que sua versão original. Trata-se da linda “Time of the Season”, música retirada do clássico absoluto Odessey and Oracle, lançado em 1968 pelo grupo inglês The Zombies. Atenção especial para os solos de guitarra e para o acompanhamento do baixo.

Na sequência temos novamente o blues dando a tônica do disco. Primeiro “Hoo Doo Man”, e na depois um hino de Willie Dixon, a regravadíssima “Built for Comfort”. “Fly”, a próxima, é muito interessante, bem no estilo em voga na época. Em seguida surge “Never Loved a Girl”, de Dell Shanon, uma beleza de balada com destaque novamente para o belo vocal de Harrison. A décima faixa é “My Life”, cantada numa levada incrivelmente similar com a que David Bowie faria em discos como Hunky Dory e The Rise and Fall of Ziggy Stardust and the Spiders From Mars. Teria Bowie, antes de alcançar a glória, sido influenciado pelo Freedom?

Nesta altura o álbum já venceu a prova da qualidade, mas ainda não acabou. “Can’t Stay” encaminha o trabalho para o final com um refrão que, sinceramente, emociona. Para encerrar, “Dusty Track”, que deixa uma vontade de começar tudo de novo.

Por | Wagner Xavier

1970 | FREEDOM AT LAST

01 | Enchanted Wood
02 | Deep Down In The Bottom
03 | Have Love Will Travel
04 | Cry Baby Cry
05 | Time Of The Season
06 | Hoo Doo Man
07 | Built For Comfort
08 | Fly
09 | Never Loved A Girl
10 | My Life
11 | Can't Stay With Me
12 | Dusty Track
13 | Dirty Water
14 | Ain't No Chance To Score

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quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Muse


Ao contrário do que alguns pensam, não foi um filme pornô que deu origem ao nome atual da banda – Muse. De volta aos meados da carreira, nas primeiras aparições como um aparente trio inglês com intenções não pretensiosas de revolucionar a cena musical britânica, a banda ainda era intitulada como Rocket Baby Dolls, nome que, supostamente, foi influenciado por um filme pornô japonês. Verdade? Vai saber. Essa é uma das muitas versões da origem do nome da banda contadas pelos integrantes, que são, segundo eles, todas falsas. Em 1999, durante uma sessão acústica da qual eles participaram para promover o álbum Showbiz, Matthew disse que os três, depois de uma consulta aleatória ao dicionário, encontraram a palavra Muse e decidiram ficar com o nome. Mas ele ainda complementou dizendo que “Muse” é um título pequeno, que, portanto, seria destacado com facilidade e que chamaria bastante atenção em qualquer cartaz de show. Outros nomes que fizeram parte da prévia jornada do Muse como banda foram Ghotic Plague, Carnal Mayem, Youngblood e Fixed Penalty.

Ainda como Rocket Baby Dolls, Matt, Dom e Chris se inscreveram numa competição musical entre bandas locais – Battle Of The Bands. “Lembro que o primeiro show de verdade que nós fizemos, foi pra uma competição de bandas. Nós éramos a única banda de ‘rock’ inscrita. Todos os demais carregavam um som mais pop, ou até mesmo funk, algo mais dançante“, diz Matt. Mesmo pressentindo a derrota da banda na competição, eles foram em frente e deram o melhor que puderam, aproveitando a vantagem de carregar um rótulo sonoro completamente diferente das outras bandas participantes. “Nós subimos no palco todos maquiados, mostramos a agressividade e violência do nosso som, e quebramos tudo lá em cima! Acabamos vencendo. Honestamente, acho que essa competição fez com que mudássemos alguns de nossos pensamentos, porque nós viemos para perder, esperávamos perder, e, de alguma forma, não estávamos felizes com essa idéia. Nós percebemos que a emoção e o sentimento que você cria e transmite são tão importantes quanto suas habilidades técnicas. Música está ligada à emoção“, Matthew complementa.

Muse se formou como banda em uma cidade chamada Teighmouth, localizada em Devon, Inglaterra, mas, na verdade, os três integrantes e suas respectivas famílias vieram de lugares diferentes: Matthew veio de Cambridge, Dominic veio de Stockport e Chris, de Rotherham. Os três se mudaram para Teignmouth quando começaram a vida no ensino fundamental. Segundo eles, Teignmouth não era uma das melhores cidades para se viver: “Os únicos momentos em que o lugar apresentava um sinal de vida eram na temporada de férias, quando os londrinos o visitavam em turismo. Mas, assim que o verão acabasse, todos os turistas iam embora, deixando a cidade no mesmo estado decadente e entediante de sempre. Eu me sentia totalmente preso lá. Meus amigos estavam todos preocupados em usar drogas ou fazer música, e, diante das duas opções, me identifiquei com a segunda e decidi aprender a tocar. A música acabou virando um escape, uma forma de expressão, e, se eu não tivesse formado a banda, teria escolhido as drogas, como os outros“, diz Matthew.

A primeira música que Matt, Dom e Chris compuseram, totalmente inspirada na cidade de Teignmouth, recebeu o nome de Small Minded. Matt disse em 2000: “A música falava das atitudes das pessoas na nossa cidade. Atitudes as quais não aprovávamos“. Dom complementou: “Nós estávamos cansados de beber cidra e apanhar dos marmanjos“.

A primeira turnê de verdade do Muse aconteceu em Maio de 1999: Steve Lamacq’s Radio 1 Evening Session Tour. Tocaram com a banda britânica 3 Colours Red e com a californiana, formada apenas por garotas, The Donnas. Matt disse: “Foi a primeira vez que nos deram um ônibus de turnê. Antes disso eram apenas shows arranjados de uma noite no máximo… Em lugares como Tumbridge Wells ou Hastings“.

A banda se formou em 1994 e lançou seu primeiro CD, Showbiz, somente em 1999. O álbum foi bem recebido pelos críticos, e os singles Muscle Museum e Unintended tiveram algum sucesso dentro e fora do Reino Unido. Em 2000, quando ainda buscavam seu espaço, tocaram no festival Ilha do Ermal, em Portugal, onde foram muito bem recebidos. Desde então, a banda tem uma dívida de reconhecimento com o país. Um ano depois, lançaram o segundo CD, Origin Of Symmetry, que teve sucesso estrondoso. Muse passou a ter em projeção mundial, chegando mesmo a lugares onde eles ainda não se apresentaram, como a América Latina, tendo seus clipes exibidos em canais de TV locais. Foi nessa época que Muse teve seu primeiro clipe exibido no Brasil. Sunburn foi apresentada por Fernando Massari, em seu antigo programa na MTV Brasil, Lado B. Em 2002, lançaram o DVD Hullabaloo – Live at Le Zenith, resultado de um show gravado em Paris. Lançaram também um CD duplo, com parte do concerto e uma coleção de b-sides.

Em setembro de 2003, saiu o seu terceiro álbum, intitulado Absolution. O CD foi número 1 no Reino Unido, e os singles Time Is Running Out (#8/UK) e Hysteria (#17/UK) foram sucessos imediatos, entrando para as paradas da maioria dos canais de música e rádios. Por causa desse lançamento, a banda começou a conquistar um maior público cativo na América do Norte, coisa que efetivamente não havia sido alcançada até então. Na turnê deste disco, Muse foi a principal atração do Glastonbury, fechando com chave de ouro um dos maiores festivais de música do Reino Unido. Infelizmente, nessa mesma noite, morreu o pai do baterista Dominic, William Howard.

Seu mais recente disco, Black Holes and Revelations, foi lançado em julho de 2006, e, assim como seu antecessor, estreou na primeira colocação nas paradas britânicas. O primeiro single foi Supermassive Black Hole, que entrou no top 5 do Reino Unido e incomodou muitos fãs da banda. A música foi lançada alguns meses antes do álbum, quando havia todo um mistério em torno das novas canções. Quando ela, que é algo como um pop dançante alienígena, saiu, o choque foi praticamente unânime. Efeito este passageiro, porque Supermassive Black Hole se tornou um dos singles mais bem sucedidos do Muse. O segundo single, Starlight, também obteve muito sucesso.

Black Holes And Revelations foi o disco mais bem recebido pelos críticos até então, e elevou ainda mais o status do Muse como uma das maiores bandas de rock, agora, não só da Inglaterra, mas de toda Europa. O álbum figurou no top 10 de melhores álbuns do ano de diversas revistas especializadas em crítica musical européias, como a NME, onde ficou em terceiro lugar. Tamanho sucesso também os levou à indicações e a diversos prêmios, como o de melhor banda ao vivo pelo NME Awards. Como se isso tudo não fosse o bastante, Muse também se tornou a primeira banda a fazer um concerto com os ingressos esgotados no recém reinagurado estádio de Wembley, em Londres, em junho de 2007; shows estes que foram gravados e lançados posteriormente em CD/DVD, com o nome HAARP, em 2008.

Em julho/agosto de 2008, Muse realizou o sonho dos fãs brasileiros de vê-los em ação ao vivo. Com as três apresentações que aconteceram nas cidades do Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília, a banda marcou de forma especial e histórica a sua passagem pelo nosso país – cujos detalhes vocês podem conferir na sessão “Muse no Brasil”.

No dia 14 de Setembro de 2009, Muse lançou seu quinto álbum de estúdio, entitulado “The Resistance”. O disco encorpora vários estilos musicais diferentes e influências claras de grandes artistas como Queen, Chopin, U2 etc. A música marcante deste cd é a sinfonia Exogenesis, obra de arte clássica do Muse, rotulada como “Monstro Sinfônico” pela banda antes mesmo do lançamento oficial. The resistance alcançou o primeiro lugar nas vendas de cds em 20 países, recebeu elogios de artistas consagrados, e foi o centro das atenções nas revistas e rádios Européias e Americanas. Os primeiros shows da banda depois do lançamento do The Reistance aconteceram nos dias 04/09 e 05/09, em Teignmouth, na Inglaterra. Shows muito especiais tanto para os integrantes, que tiveram a oportunidade de voltar à terra natal depois de anos, quanto para os fãs. Muse já tem várias datas de shows marcadas para os EUA, Reino Unido e Europa em 2009 e 2010.

1998 | MUSE EP

01 | Overdue
02 | Cave
03 | Coma
04 | Escape

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1999 | MUSCLE MUSEUM EP

01 | Muscle Museum
02 | Sober
03 | Uno
04 | Unintended
05 | Instant Messenger
06 | (Muscle Museum)#2

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1999 | SHOWBIZ

01 | Sunburn
02 | Muscle Museum
03 | Fillip
04 | Falling Down
05 | Cave
06 | Showbiz
07 | Unintended
08 | Uno
09 | Sober
10 | Escape
11 | Overdue
12 | Hate This & I'll Love You

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2000 | RANDOM 1-8 EP

01 | Host
02 | Coma
03 | Pink Ego Box
04 | Forced In
05 | Agitated
06 | Yes Please
07 | Fillip (Live)
08 | Do We Need This (Live)

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2002 | HULLABALOO SOUNDTRACK

CD 1 | Soundtrack
01 | Forced In
02 | Shrinking Universe
03 | Recess
04 | Yes Please
05 | Map of Your Head
06 | Nature_1
07 | Shine Acoustic
08 | Ashamed
09 | The Gallery
10 | Hyper Chondriac Music

CD 2 | Live
01 | Dead Star
02 | Micro Cuts
03 | Citizen Erased
04 | Showbiz
05 | Megalomania
06 | Darkshines
07 | Screenager (piano)
08 | Space Dementia
09 | In Your World
10 | Muscle Museum
11 | Agitated

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2003 | ABSOLUTION

01 | Intro
02 | Apocalypse Please
03 | Time Is Running Out
04 | Sing for Absolution
05 | Stockholm Syndrome
06 | Falling Away With You
07 | Interlude
08 | Hysteria
09 | Blackout
10 | Butterflies and Hurricanes
11 | The Small Print
12 | Endlessly
13 | Thoughts of a Dying Atheist
14 | Ruled by Secrecy

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2006 | BLACK HOLES & REVELATIONS

01 | Take A Bow
02 | Starlight
03 | Supermassive Black Hole
04 | Map Of The Problematique
05 | Soldier's Poem
06 | Invincible
07 | Assassin
08 | Exopolitics
09 | City Of Delusion
10 | Hoodoo
11 | Knights Of Cydonia

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2008 | HAARP

01 | Intro
02 | Knights Of Cydonia
03 | Hysteria
04 | Supermassive Black Hole
05 | Map Of The Problematique
06 | Butterflies
07 | Invincible
08 | Starlight
09 | Time Is Running Out
10 | New Born
11 | Unintended
12 | Microcuts
13 | Stockholm Syndrome
14 | Take A Bow

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2009 | THE RESISTANCE

01 | Uprising
02 | Resistance
03 | Undisclosed Desires
04 | United States Of Eurasia (+Collateral Damage)
05 | Guiding Light
06 | Unnatural Selection
07 | MK Ultra
08 | I Belong To You (+Mon Coeur S'Ouvre A Ta Voix)
09 | Exogenesis: Symphony Part 1 (Overture)
10 | Exogenesis: Symphony Part 2 (Cross-pollination)
11 | Exogenesis: Symphony Part 3 (Redemption)

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2012 | THE 2ND LAW

01 | Supremacy
02 | Madness
03 | Panic Station
04 | Prelude
05 | Survival
06 | Follow Me
07 | Animals
08 | Explorers
09 | Big Freeze
10 | Save Me
11 | Liquid State
12 | The 2nd Law: Unsustainable
13 | The 2nd Law: Isolated System

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