A Horse With No Name

cavalo

sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Burning Plague


A banda começou no fim dos anos 60 com Michael Heslop na guitarra e vocal, Alex Capelle na guitarra e piano, Roger Carlier no baixo e Willy Stassen na bateria; Johan Verminnen participou da banda por pouco tempo - isso porque a banda acabou no mesmo ano do lançamento do primeiro CD, 1970! Bastou esse CD pra alegrar a banda; 10 000 cópias vendidas (na época, um número muito bom para um disco estrangeiro de Blues). Logo depois de uma tour pela Bélgica, a banda se separou, e pouco se sabe sobre o motivo.

Em 1992 a banda resolveu se reunir sem o baterista original.

Em 1995 Alex saiu da banda e foi substituído por Alain Pire. Depois foi a vez do baterista substituto deixar a banda, pois estava muito ocupado com sua banda “Machiavel”. Mario Zola o substituiu e as últimas notícias (podem ser bem antigas) é que eles continuam fazendo shows.

1970 | 1970!

01 | A38
02 | She Went Riding
03 | Follow That Road
04 | Hairy Sea
05 | Night Travellin' Man
06 | First Time I Met You
07 | Life is Nonsense
08 | Will I Find Somebody


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1995 | TWO

01 | 23 Years Ago
02 | A38
03 | I Packed Up My Clothes
04 | The Touch
05 | Have You Ever Loved A Woman
06 | Let's Have Some Blues
07 | Stop Look And Listen
08 | Early Morning Call
09 | The Only One Guilty Is You
10 | Good Lookin' Woman
11 | Bottleneck Blues

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1999 | LIVE AT LAST

01 | Junior's Wailing
02 | Live Is Nonsens
03 | A38
04 | Rambling on My Mind
05 | Dust My Blues
06 | Early Morning Call
07 | Key to the Highway
08 | The Sun Is Shining
09 | 23 Years Ago
10 | Everything I Need
11 | Born in Epsom

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quarta-feira, 26 de novembro de 2014

East of Eden

Gerard Mercator (05/03/1512 - 02/12/1594) é considerado um divisor de águas na história da cartografia. Eminente geógrafo flamengo do século 16, foi ele o criador da primeira representação cartográfica confiável da esfera terrestre, através de projeções sobre uma superfície bidimensional e de um conjunto de mapas por ele denominado Atlas (já ouviu falar nessa palavra?), em homenagem ao rei Atlas da Mauritânia.

Pois ninguém melhor do esse senhor para batizar o primeiro álbum de uma banda inglesa que era um verdadeiro mapa-mundi de influências sonoras, anos antes da expressão world music ser cunhada pelos rotuladores de plantão.

Mercator Projected é o nome do álbum e a banda é nada mais nada menos que o East of Eden, uma ilustre desconhecida nos dias de hoje, mas um dos grupos mais originais da incipiente cena progressiva de sua majestade.

Formada em Bristol, no ano de 1967, e mudando para Londres no ano seguinte, a banda assinou com a Decca e passou a fazer parte do selo Deram. Sua formação na época era Dave Arbus (violino elétrico, flauta e saxofone), Ron Caines (sax alto), Geoff Nicholson (guitarra e vocais), Steve York (baixo) e Dave Dufont (percussão).

Mercator Projected saiu em 1969, misturando jazz, Bela Bártok, música oriental e rock, num caminho totalmente contrário ao dos medalhões da época que via de regra adotavam a fórmula solos de guitarra/teclados pirotécnicos.

Dave Arbus era o grande músico da banda, um cara totalmente maluco por Charles Mingus. Depois de ver Jean Luc-Ponty num show em Paris, passou a eletrificar seu violino, criando uma das marcas registradas do som do East of Eden (uma curiosidade: foi ele o responsável pelo longo solo de violino no final da música “Baba O’Riley” do The Who).

O álbum Mercator Projected trazia oito músicas que logo fixaram a banda como uma das mais cultuadas pelo público underground inglês, o que encorajou a Deram a lançar um segundo álbum: a obra-prima Snafu.

Com a formação alterada com a entrada de Andy Sneddon no baixo e Geoff Britton (mais tarde do Wings de Paul McCartney) na bateria, este álbum escancara ainda mais as influências jazzísticas de Dave Arbus e alcança o Top 30 nas paradas da Inglaterra.

Curioso é que no final de suas apresentações ao vivo, os músicos sempre tocavam uma musiquinha totalmente diferente do estilo de seu repertório, mais folk e brincalhona, como uma forma de relaxar a audiência após tanta massa sonora.

Pois não é que “Jig-a-Jig”, esse era o mome da musiquinha, gravada como single na época, chegou ao sétimo lugar nas paradas, permanecendo entre as dez mais por 12 semanas seguidas! Apesar de financeiramente satisfatório, esse sucesso repentino acabou por confundir o novo público que procurava nos discos do East of Eden mais exemplos comerciais de “Jig-a-Jig” e acabavam encontrando um som absolutamente refinado e desafiador.

Em 1972 o grupo sai da Deram e assina com a Harvest, lançando dois bons álbuns, embora bem mais convencionais. Vários discos e formações diferentes depois, a banda acaba em 1978, sem nunca ter reprisado o brilho de seus dois primeiros trabalhos.

Mercator Projected e Snafu permanecem como dois grandes exemplos de como o progressivo inglês soube ser imaginativo e audacioso antes de ser dominado pela ganância das gravadoras e pela megalomania inconseqüente de seus músicos.

Por | Marco Gaspari

1969 | MERCATOR PROJECTED

01 | Northern Hemisphere
02 | Isadora
03 | Waterways
04 | Centaur Woman
05 | Bathers
06 | Communion
07 | Moth
08 | In The Stable Of The Sphinx
09 | Waterways (demo)
10 | In The Stable Of The Sphinx (demo)
11 | Eight Miles High (live)

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1970 | SNAFU

01 | Have To Whack It Up
02 | Leaping Beauties For Rudy
03 | a. Xhorkham
      b. Ramadham
      c. In The Snow For A Blow
04 | Uno Transito Ciapori
05 | a. Gum Arabic
      b. Confucius
06 | Nymphenburger
07 | a. Habibi Baby
      b. Beast Of Sweden
      c. Boehm Constrictor
08 | Traditional: Arranged By East Of Eden

Bonus Tracks
09 | Jig-A-Jig (A-side Of Deram DM 297-Released May 1970)
10 | Petite Fille
11 | Biffin Bridge
12 | Blue Boar Blues
13 | Nymphenburger (First Take)
14 | Marcus Junior (Single Edit, B-Side Of Deram DR 297)
15 | Jig-a-Jig (Take Nine)

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terça-feira, 25 de novembro de 2014

Black Country Communion


Parece que os trabalhos na carreira de Glenn Hughes costumam ser trilogias – três discos com o Trapeze, três com o Deep Purple e, considerando Seventh Star, mais três ao lado de Tony Iommi. Pelas tensões que estão sendo expostas dentro da banda através de declarações de seus integrantes, parece que o Black Country Communion pode seguir o mesmo caminho. E, se isso já era lamentável antes, se torna ainda mais ao ouvirmos Afterglow.

Quando questionado sobre os preparativos do terceiro álbum do supergrupo, Glenn Hughes dizia que grande parte teria sido escrita por ele – por recomendação do próprio produtor Kevin Shirley –, mas se Hughes escreveu a maior parte de Afterglow, isso definitivamente não o deixa com maior destaque no conjunto da obra. Não que sua performance deixe a desejar – muito pelo contrário. Seus vocais e baixo continuam matadores. E, fora isso, entre os três discos da banda, Afterglow marca o auge do entrosamento entre os músicos.

No segundo álbum, o tecladista Derek Sherinian ganhou mais destaque em relação ao debut, e dessa vez ganhou mais ainda. O mesmo vale para Jason Bonham, que honra o sobrenome que carrega. Cada integrante tem nitidamente mais liberdade do que nos álbuns anteriores. Certamente, o que possibilitou isso foi a sonoridade mais leve adotada pela banda, que carrega o mesmo nome de uma região industrial da Inglaterra que foi o berço do heavy metal. Os dois primeiros álbuns – especialmente o segundo – fizeram valer esse nome, mas agora o Black Country Communion traz um disco muito mais baseado no rock britânico tradicional do final dos anos 1960 e começo dos 70. Bandas como Free e The Who ilustram bem essa roupagem por oferecerem uma sonoridade não tão amarrada, onde cada membro é igualmente notável. Percebe-se a inspiração na banda de Pete Townshend principalmente na faixa “Midnight Sun”, cujos teclados já remetem ao clássico Who’s Next. É seguida de “Confessor”, já conhecida pelo público, que traz um dos ótimos solos de teclado presentes no disco.

Joe Bonamassa canta menos nesse álbum, mas a única aparição de sua voz já o faz valer enquanto vocalista. “Cry Freedom” é um blues malicioso e dançante que oferece o melhor dueto do bluesman com Glenn Hughes. A guitarra de Bonamassa também merece ser comentada. Ainda que goste de tocar algo mais pesado – e o faz muito bem por sinal – em Afterglow, o americano parece estar mais em casa trazendo seu estilo de fato – o blues – fazendo-o soar mais orgânico. “Common Man” começa com um riff que torna impossível não lembrar do clássico “Tom Sawyer” do Rush, certamente uma das melhores faixas do disco e uma das que podem resumi-lo, mostrando ótima performance de todos os membros.

O álbum fecha com a dramática “The Giver”, característica essa que é acentuada pelas precisas viradas de bateria de Jason Bonham, e a pesada “Crawl”, com suas passagens épicas e um duelo entre guitarra e teclado.

Como o próprio Bonamassa declarou – e pode-se perceber conferindo o disco –, a crise dentro da banda surgiu após a finalização de Afterglow, que, se for realmente o último álbum do Black Country Communion, estará fechando a trilogia com chave de ouro, pois não só é o melhor da banda como também pode facilmente figurar entre os melhores trabalhos das carreiras de cada integrante.

Por | Igor Luis Seeman

2012 | AFTERGLOW

01 | Big Train
02 | This Is Your Time
03 | Midnight Sun
04 | Confessor
05 | Cry Freedom
06 | Afterglow
07 | Dandelion
08 | The Circle
09 | Common Man
10 | The Giver
11 | Crawl

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domingo, 23 de novembro de 2014

Moto Perpétuo


BRASIL | 40 ANOS ATRÁS | PERPÉTUO ENQUANTO DUROU

Tudo começa com o jovem Guilherme Arantes, nascido em 1953, no bairro da Bela Vista. Seu pai, vendo que tinha gosto pela música, tratou de colocar o garoto para umas voltas com o primo de segundo grau, Solano Ribeiro, que hoje não é nada menos do que uma referência em música popular brasileira. Isso pelos anos de 1971, quando Guilherme já havia (com muito custo, porque era indisciplinado na escola) ingressado na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP.

Guilherme Arantes foi conferir uma produção de Solano Ribeiro que rolava no Teatro Ruth Escobar, no morro dos Ingleses, a peça de teatro “Plug” com o grupo O Bando e a participação de Carlos Lee. Ali ele travou contato com um ambiente que era pura contracultura, a vanguarda do teatro nacional, acompanhado do que mais descolado rolava em música pela capital paulistana. Nesta peça especificamente, ele conheceu o futuro amigo e parceiro Diógenes Burani, baterista e compositor. Segundo suas próprias palavras: “Eu era fascinado pelo Bando, seus arranjos com duas baterias poderosíssimas, os riffs Led Zeppelinescos, era uma banda de muito respeito e virtuosismo psicodélico. Eu nunca tinha visto de perto nada parecido . As bandas de baile do passado ficariam a partir dali, sendo fichinha, brincadeira de amadores. Diógenes, numa tarde fria e cinzenta, me deu uma carona inesquecível na garupa de sua moto, uma Zundapp barulhenta… Rebelde e brilhante, Diógenes se tornou um ídolo. Era como que um irmão mais velho, pra mim – o irmão que eu não tive.“

Engatada essa amizade e minado o relacionamento interno n’O Bando, Guilherme Arantes e Diógenes Burani ficaram ainda mais próximos e, se espelhando no baterista, Guilherme Arantes passa a dedicar horas a fio na prática do piano. Algum tempo depois, Diógenes Burani convida Guilherme para tocar com Jorge Mautner no Teatro 13 de Maio, convite que foi topado absolutamente na hora, pois Mautner já era artista da admiração do jovem pianista. Passado esse show e mais alguns, com todo o nervosismo de novato espantado na cara cheia de espinhas, a criação de uma banda própria a partir daquela amizade era eminente. E assim foi feito. Diógenes apreciou as composições de Guilherme, com ideias arrojadas e fortemente influenciadas pelo som do Clube da Esquina.

Já no segundo ano da faculdade e com várias bombas nas costas, Guilherme Arantes havia conhecido um brilhante violonista (que inclusive já era professor de violão na época) chamado Claudio Lucci, que já era ligado em som progressivo. Quando pintou a ideia da criação da banda, seu nome veio facilmente a integrar a conversa de quem chamar para montar o time. Dos contatos que Diógenes Burani possuía, surgiram as indicações do baixista Gerson Tatini e do guitarrista Egydio Conde.

Guilherme conta sobre seus futuros companheiros de banda: “Ele (Diógenes) logo lembrou de dois músicos que poderiam estar com a gente, o Gerson Tatini, um baixista monumental que morava na Aclimação, que curtia Gentle Giant, Yes, bem esquisitão… que tinha uma imensa aranha caranguejeira como xodó, dentro de um aquário de vidro, no quarto… E o Egydio Conde, um guitarrista também excepcional, com estilo bem Gilmour, bem Clapton, bem Beck, um luxo de pessoa, culto, elegante…Fiquei amigão de Egydio , também, a gente dava muita risada de tudo, identificação total…“

Estava germinada a banda. O batismo, como sempre, foi traumático e duramente discutido. Mas vingou a ideia de Guilherme Arantes – Moto Perpétuo. Tentando aproveitar o rastro do cometa “Secos & Molhados”, a garotada foi buscar o empresário Moracy do Val. Foram recebidos e o secretário do empresário, Juracy Almeida, se tornou instantaneamente amigo da banda. Moracy do Val estava desesperado, porque naquele 1974, o Secos & Molhados era um campo de batalha e a dissolução do grupo estava por acontecer. Não conseguiram muito o que pretendiam, mas saíram com perspectivas animadoras. Rodando de ônibus, montaram seu quartel general no Brás, em uma casa alugada do sogro do irmão de Claudio Lucci. Segundo Guilherme Arantes, Claudio Lucci tinha um papel fundamental na unidade do grupo, com seu espírito de lideranças e suas muitas amizades. De um amigo seu é que se materializaria o arranjo visual da capa do disco do Moto Perpétuo.


Os ensaios corriam, combinando a guitarra sóbria e estilosa de Egydio Conde, as musculosas linhas de baixo de Gerson Tatini (claramente influenciadas por Chris Squire), a baquetada potente de Diógenes Burani, o refinamento do violão (as vezes se arriscava também no violoncello) de Claudio Lucci e o lirismo de Guilherme Arantes. Naquela casa, o entrosamento e a pretensão nasceram e cresceram. Todos eles buscavam freneticamente incrementar sua técnica, musicalidade e o aparato de instrumentos e equipamentos. Egydio Conde, por exemplo, estava desembalando sua recém adquirida Fender Stratocaster quando que, por uma brincadeira de mal gosto de Guilherme, caiu um martelo que arranhava aquela pintura novinha… a coisa quase descambou pra pancadaria.

O repertório ficou pronto, e o empresário Moracy do Val conseguiu uma vaga para os garotos na Continental, oferecendo a oportunidade de gravarmos com o produtor Pena Smith nos estúdios da Sonima. Porém a condição não era das mais favoráveis. Apenas 5 dias estariam disponíveis para o grupo e o estúdio só tinha 8 canais. Gerson Tatini encrespou, porque seriam necessários no mínimo 24 canais para uma gravação de alto padrão, como as bandas estrangeiras faziam. Muitas brigas rolaram entre Gerson e Guilherme por conta disso. Gerson dizia pra Guilherme “Você não escuta disco?” E Guilherme num ímpeto, respondia aquela radicalidade toda com “Não ouço disco porque nasci pra fazer disco, saca?” Com a palavra, Guilherme Arantes: “Brigamos muito, mas eu decidi topar, e a gravação foi uma maratona de gambiarras sem fim… Baixo somado com bumbo num canal, batera toda mixada em outros 2, guitarras e teclados em mais dois, e assim por diante…O resultado, claro, apesar das qualidades do velho Pena, ficou muito aquém do que esperávamos, e do que a banda merecia…Mas foi o que pudemos ter… Disco feito, a capa foi elaborada pelo Marcos Campacci, o “Campa” de Sapopemba, mostrando em uma colagem as nossas fotos altivas de jovens com idealismo e muito orgulho desde o primeiro instante…” Depois de gravado, a expectativa para o lançamento. O lançamento foi adiado por conta de que a Continental estava preparando o lançamento da lendária banda A Barca do Sol, no Rio. A banda bateu o pé com a questão e acabaram se queimando com Moracy do Val e outras pessoas do círculo, já que a Barca do Sol era uma banda bem relacionada com críticos e outros influentes daquele microcosmo. Mas o disco saiu ainda em 1974.

A crítica não foi bondosa com o Moto Perpétuo, mas os narizes da turma do Brás continuaram empinados, buscando o horizonte. No dia 11 de novembro de 1974, a estréia oficial do grupo acontecia no Teatro 13 de Maio, com todo a parafernália montada e patrocinada por Moracy do Val. Para os presentes, a vontade e a garra na música eram claras e alvas. Dentro dos poucos espaços e no circuito existente, o Moto Perpétuo fez tudo o que era possível. Guilherme Arantes achava que o grupo devia aparecer em todas as janelas possíveis, dos teatros underground até o programa de Raul Gil. Infelizmente, essa ideia não condizia com a postura “maldita” adotada pelo restante de seus companheiros. A barra foi pesando pra Guilherme quando tocaram no Festival de Águas Claras, em Iacanga, em janeiro de 1975. O grupo foi recebido aos gritos de “Toca Rock!”.

No fim de 1975, Guilherme bateu suas asas e levou com ele todo o combustível que moveria “perpetuamente” aquele moto adiante. Batendo na porta da Som Livre, o destino lhe deu melhores sorrisos e hoje estamos cá nós falando de sua “pré-história”.

Ainda que gravado em 8 canais, o resultado sonoro do disco é bom para o padrão brasileiro da época, com a cozinha bem presente e voz equilibrada. De seu conteúdo, letras lindíssimas, passagens musicais esculpidas com capricho e muito refinamento. Alguns movimentos mais claros ao rock, como a fantástica “Conto Contigo“, ou a tortuosa introdução progressista de “Os Jardins”. Baladas com sabor mais pop como “Duas” ou “Verde Vertente” aparecem e equilibram sofisticação com apelo. Mais instrospectivas são “Turba”, a acústica “Seguir Viagem” e a tocante “Matinal“, em que fica exposta toda a verve poética de Guilherme Arantes:

Pra arrematar, Guilherme Arantes, reconhece: “A História nos julgará. Foi uma banda perfeita e ponto final. Fomos uma das melhores bandas de todo o movimento progressivo da época. Outra bandaça era o Vímana, do Rio, com Lobão, Lulu , Ritchie e Luis Paulo Simas. Outras de igual quilate eram o genial O Terço, com Sergio Hinds, Magrão, Flavio Venturini, óbvio, o Som Nosso de Cada Dia, com Manito, Pedrão Baldanza, Dino Vicente, e Pedrinho “negão” Batera, os divinos Mutantes.. . Que geração, a nossa! Que orgulho nos dá, hoje, vermos do que fomos capazes de fazer, com tão parcos recursos, na nossa mocidade! Como a gente tocava, caramba ! Até hoje, não tem pra ninguém. Quem viveu, viveu. Quem estava lá, viu. A comparação que faço, hoje em dia, ao contemplar esse período, é com a Era dos Descobrimentos, em precárias caravelas de madeira! É igualzinho!“

Por | Ronaldo Rodrigues

1974 | MOTO PERPÉTUO

01. Mal O Sol
02. Conto Contigo
03. Verde Vertente
04. Matinal
05. Três E Eu
06. Não Reclamo Da Chuva
07. Duas
08. Sobe
09. Seguir Viagem
10. Os Jardins
11. Turba

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sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Lô Borges

ESPECIAL REDE MINAS

Acústico realizado em 2007, inédito.
São apenas quatro músicas, simples, sublimes e essenciais.

Músicas:

Clube da Esquina nº 2
O Trem Azul
Para Lennon & McCartney
Um Girassol da Cor do Seu Cabelo

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Jack Bruce

Jack Bruce, baixista, cantor e compositor britânico. Cantor de timbre vocal marcante, compositor de capacidade única e, acima de tudo, um dos maiores baixistas surgidos na face da Terra. Se você pensou em Jack Bruce, acertou em cheio. Um músico carregado de atributos que virou lenda não só pela sua passagem por combos sensacionais como Graham Bond Organization, Manfred Mann, John Mayall & The Bluesbreakers e West, Bruce & Laing, entre outros, mas evidentemente por ser parte do maior power trio inglês da história do rock, o Cream.

Ele começou sua carreira tocando com a banda de Graham Bond no começo dos anos 60. O grupo fazia versões de variados estilos musicais, desde o bebop ao rhythm and blues, passando pelo blues. Entre seus integrantes estava Ginger Baker.

Ele tocou com John Mayall e com o Manfred Mann antes de iniciar sua contribuição mais célebre, como baixista, no power trio Cream. Ele desenvolveu a maioria das músicas da banda, juntamente com o compositor Pete Brown.

Depois do Cream terminar, Jack tocou com inúmeros músicos e colaborou com grandes nomes do jazz como Carla Bley e participou do Frank Zappa & The Mothers. Ele continuou gravando durante os anos 90 e no começo do ano 2000 passou a sofrer problemas de saúde. Em 2003 foi diagnosticado com câncer no fígado e em setembro do mesmo ano passou por um transplante quase fatal, depois de seu organismo rejeitar o novo órgão.

Em 25 de outubro de 2014 foi anunciado que Jack havia falecido aos 71 anos por conta de uma doença no fígado.

"É com grande tristeza que nós, a família de Jack, anunciamos a morte de nosso querido Jack: o marido, o pai, o avô e a lenda. O mundo da música será um lugar mais pobre sem ele, mas ele vive em sua música e eternamente em seus corações.", escreveu sua família no site do músico.

Claire Singers, sua assessora de imprensa, também confirmou a morte: "Ele faleceu hoje em seu domicílio em Suffolk, cercado por sua família."

Jack Bruce e sua mulher Magrit tiveram três filhos.

Texto | Last FM, Wikipédia

2011 | JACK BRUCE & FRIENDS
Alive In America 1980


01 | White Room
02 | Hit And Run
03 | Clem's Blues
04 | Born Under A Bad Sign
05 | Livin' Without Ja
06 | Dancing On Air
07 | Post War
08 | Theme From An Imaginary Western
09 | Face Lift 318 ( 5:27)
10 | Escape To The Royal Wood
11 | Morning Story
12 | Traintime
13 | Politician
14 | Sunshine Of Your Love
15 | Bird Alone

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quarta-feira, 19 de novembro de 2014

The Atlantic Ocean


"...Atlantic Ocean foi formada pelas cinzas do grupo pop Quints. Esse foi o embrião para muitos grupos populares como o sueco Fläsket Brinner, Jason Fleece, Baltik e Handgjort. Primeiro formaram o Quints, mais tarde mudaram o nome para o Atlantic Ocean em 1967 e assinaram um contrato com a CBS na Inglaterra. Mas CBS não estava muita disposta a lançar o álbum. Então levam as fitas master para a Finlândia e lançam o disco pelo rótulo Love. A banda se separou em 1970."

1970 | TRANQUILITY BAY

01 | What Is The Time
02 | Take A Look Around You
03 | The Critics
04 | Soft Björn (inc. I Was Born)
05 | Able Baker Charlie Dog
06 | Can't You Hear Them Shooting
07 | Very Special Dream
08 | Relapse (inc. United Fruit)
09 | Weather (inc. Snow, Wind, Sun)

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terça-feira, 18 de novembro de 2014

Tributo | Ainda Somos os Mesmos, Belchior


Um dos compositores ícones que surgiu em um dos períodos negros da história brasileira, o cantador e repentista Antônio Carlos Gomes Belchior Fontenelle Fernandes havia lançado dois compactos (“Na Hora do Almoço”, 1971; “Sorry, Baby”, 1973) e visto uma de suas canções, “Mucuripe”, uma parceria com Fagner, ser gravada por Elis Regina em 1972 (no mesmo disco que trazia “Casa no Campo”, de Zé Rodrix e Tavito, “Águas de Março”, de Tom Jobim, “Atrás da Porta”, de Chico e Francis Hilme, e “Nada Será Como Antes”, de Milton e Ronaldo Bastos), mas ainda não havia visto um disco todo seu nas prateleiras das lojas no começo dos 70.

“Belchior”, o primeiro álbum, foi lançado em 1973 trazendo “A Palo Seco” e “Todo Sujo de Batom” (regravadas posteriormente), mas o melhor ainda estava por vir, e tomou forma em “Alucinação”, o segundo álbum, produzido por Mazzola e lançado pela Polygram em 1976. Com jeitão de “Greatest Hits”, “Alucinação” traz os maiores sucessos de sua carreira, alguns deles imortalizados em versões de outros interpretes, as mais conhecidas na voz de Elis Regina, mas que naquele álbum encontravam na voz roufenha de seu compositor a honestidade de um homem que acreditava que “amar e mudar as coisas” interessava mais, muito mais.

Nos últimos anos, o nome de Belchior surgiu atrelado a histórias que dizem mais sobre a necessidade da mídia em criar notícia do que necessariamente à qualidade de suas canções, deixando um grande número de hinos do cancioneiro popular em segundo plano. “Ainda Somos os Mesmos” é um esforço coletivo que tenta colocar as coisas em seu devido lugar. Esta revisão de “Alucinação” impressiona muito mais por nos fazer perceber que o texto afiado de Belchior continua atualíssimo, 37 anos depois de seu lançamento original, apaixonado e violento como o dia a dia que surge pelas janelas insistentemente toda manhã.

“Ainda Somos os Mesmos” é aberto com a estreia de dois projetos solos: Dary Jr, ex-Terminal Guadalupe, inaugura sua versão cantautor como Dario Julio & Os Franciscanos em uma versão de “Apenas Um Rapaz Latino Americano” (acompanhado do multi-instrumentista Matheus Duarte) enquanto Manoel Magalhões, da banda carioca Harmada, interpreta “Velha Roupa Colorida”. O compositor Phillip Long toma para si “Como Nossos Pais” enquanto Nevilton canta a plenos pulmões que é “Um Sujeito de Sorte”. Lucas Vasconcellos, metade do duo Letuce, surge solo com “Como o Diabo Gosta” fechando o lado A do vinil.

Abrindo o lado B, Bruno Souto recria a faixa título, “Alucinação”, seguido por Lemoskine, projeto solo de Rodrigo Lemos (ex-A Banda Mais Bonita da Cidade), que assina a versão de “Não Leve Flores”. A responsabilidade por rearranjar “A Palo Seco” ficou a cargo dos cariocas do Fábrica (que trouxeram consigo Moacir Santos!) enquanto os mineiros da Transmissor deram vida a “Fotografia 3×4”. Marcando outra estreia solo, “Antes do Fim” ganhou versão de Marcelo Perdido, ex-Hidrocor. Em 10 versões, “Ainda Somos os Mesmos” traz o álbum “Alucinação” de 1976 para 2014, com a arte da capa assinada por Renato Lima, da Pockets Comics.

Junto as 10 faixas de “Alucinação” surge o EP “Entre o Sonho e o Som”, com arte de Bruna Predes, que flagra hinos de outros álbuns de Belchior, números como “Coração Selvagem”, “Paralelas” e “Todo Sujo de Batom”, as três de “Coração Selvagem”, de 1977 (revistas aqui por nana, João Erbetta e The Baggios, respectivamente), e “Medo de Avião” e “Comentário a Respeito de John”, de “Belchior” (1979), em versões de Ricardo Gameiro e Jomar Schrank.

Com curadoria e produção de Jorge Wagner e masterização de Manoel Magalhães.

Ouça alto.

Por | Scream & Yell

AINDA SOMOS OS MESMOS

01 | Dario Julio & Os Franciscanos | Apenas Um Rapaz Latino Americano
02 | Manoel Magalhães | Velha Roupa Colorida
03 | Phillip Long | Como Nossos Pais
04 | Nevilton | Sujeito De Sorte
05 | Lucas Vasconcellos | Como O Diabo Gosta
06 | Bruno Souto | Alucinacão
07 | Lemoskine | Não Leve Flores
08 | Fábrica | A Palo Seco
09 | Transmissor | Fotografia 3×4
10 | Marcelo Perdido | Antes Do Fim

ENTRE O SONHO E O SOM
(Bônus)

01 | The Baggios | Todo Sujo De Batom
02 | Jomar Schrank | Comentario A Respeito De John
03 | Ricardo Gameiro | Medo De Avião
04 | Joaão Erbetta | Paralelas
05 | nana | Coração Selvagem
06 | Bonifrate | Na Hora do Almoço

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segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Transmissor


Lar de bandas que fizeram a diferença no pop rock nacional dos últimos 20 anos, Belo Horizonte tem hoje no quinteto Transmissor uma das suas grandes promessas. A banda movimenta o cenário local organizando shows com convidados de outros estados e fidelizando uma audiência que estava carente de boas idéias nessa seara musical.

Formado em 2007, o grupo traz em seu núcleo dois ex-membros da banda Diesel (que mais tarde mudaria de nome para Udora) e músicos que acompanham Lô Borges e Vander Lee regularmente. A experiência e a versatilidade dos envolvidos podem ser atestadas nas canções de “Sociedade do Crivo Mútuo” (2008), disco de estréia dos mineiros. Músicas como “Primeiro de Agosto” e “Eu e Você” já encontraram abrigo em várias rádios brasileiras.

Em 2011, gravou "Nacional", que contém músicas emblemáticas como "Bonina" (com clipe lançado no final de 2012) e uma releitura de "Nada será como antes".

Há poucos meses a banda mineira Transmissor presenteou o público com sua melhor obra até aqui: De Lá Não Ando Só. Um dos principais lançamentos nacionais de 2014, o disco resgata as melodias e arranjos suaves já testados nos primeiros discos, revelando ainda toda uma nova carga de bases minimalistas e versos densos, reflexo da maturidade de cada integrante.

2008 | SOCIEDADE DO CRIVO MÚTUO

01 | Primeiro De Agosto
02 | Eu & Você
03 | Dez Segundos
04 | Nada Vai Mudar
05 | Poema Da Batalha
06 | Janela
07 | Jenninha
08 | Vem A Chuva
09 | Aquática
10 | Ares E Pulmão
11 | Colorida

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2011 | NACIONAL

01 | Sempre
02 | Dessa Vez
03 | Dois Dias
04 | Bonina
05 | Só se for Domingo
06 | Vazio
07 | Outra Ela
08 | Traz O Sol Pro Meu Lado da Rua
09 | Nada Será Como Antes
10 | Longe Daqui
11 | Hoje

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2014 | DE LÁ NÃO ANDO SÓ

01 | Queima O Sol
02 | Só Um
03 | 25 Horas Por Dia
04 | Todos Vocês
05 | Mais Quente Do Que Quis
06 | Nossas Horas
07 | Nada Pra Te Devolver
08 | Retiro
09 | De Lá Não Ando Só
10 | O Que Você Quer Ouvir
11 | Canso A Cabeça
12 | Casa Branca

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sábado, 15 de novembro de 2014

Mariana Aydar


“A música é minha redenção e minha rendição.”

Criada no ambiente artístico, Mariana sempre teve a música bastante presente como fonte de expressão e liberdade. Uma espécie de conexão com o que não tem palavras, uma expressão quase osmótica, sem regras. “Desde pequena sabia que gostaria de estar perto do palco. Atrás, na frente ou em cima. Aprendi muito só observando”, lembra ela, “Na minha casa o som era bem variado. Ouvia de tudo: Bobby McFerrin, Frank Zappa, Dominguinhos, Luiz Gonzaga, Elis, Ella Fitzgerald, Gal Costa, Beatles, Yo-Yo Ma, Donald Fagen, Branca di Neve, Candeia, Lulu Santos, entre muitos outros”.

Estudou violoncelo e musicalização infantil dos 10 aos 15 anos no Conservatório Musical do Brooklin – “O violoncelo foi o meu primeiro guia para o canto”. Cursou o colegial na Escola Waldorf de São Paulo, conhecida pelo incentivo às atividades artísticas, onde teve contato com o teatro, coral e artes plásticas. Fez um ano da Faculdade Sta Marcelina, mas resolveu se dedicar a aulas mais práticas na escola de música Groove, em São Paulo.

Foi aos 20 anos que descobriu que toda esta bagagem era uma desculpa para fazer o que mais gostava: cantar. Em 2000, aos 20 anos, começou a cantar profissionalmente como backing vocal do violeiro Miltinho Edilberto, cujo repertório era basicamente de forró. Logo depois, comandou sua primeira banda, Caruá, também de forró, durante três anos. Neste período, teve a oportunidade de dividir o palco com grandes nomes da música popular brasileira, como Dominguinhos e Elba Ramalho. Foi também backing vocal no trio elétrico de Daniela Mercury, no carnaval de 2004. Em paralelo, integrava a banda do compositor paulistano Dante Ozzetti.

Aos 24 anos, se viu num impasse: ou continuava o trabalho com a Caruá e gravava o primeiro disco da banda ou procuraria o que realmente espelhasse a variedade de sua musicalidade. Com um disco demo embaixo do braço, foi morar fora do Brasil, sozinha, para buscar novas referências.

Optou por Paris pela efervescência cultural e percebeu ter feito a escolha certa. “Lá conheci músicas e músicos do mundo inteiro: africanos, asiáticos, franceses; foi um ano de amadurecimento pessoal e, consequentemente, musical”. Observar o Brasil com um olhar estrangeiro foi muito importante para sua formação. Se já era apaixonada pela música brasileira, se deu conta do valor do tesouro cultural que tinha em volta de si, desde criança. “Os estrangeiros sabem reconhecer a nossa cultura, muitas vezes mais do que nós mesmos”.

Ainda em Paris, fez a curadoria de programa de televisão brasileiro, onde recebia discos de todo o Brasil, percebendo concretamente, à distância, um movimento cultural contemporâneo que acontecia em seu país. Então sentiu-se pronta e inspirada para voltar e gravar o seu primeiro álbum juntando as influências colecionadas ao longo da sua vida e da vivência no exterior.

Assim nasceu o álbum “Kavita 1”, sob os cuidados dos produtores BiD e Duani Martins, com mixagens de Mario Caldato e Luis Paulo Serafim. O trabalho de estreia reúne compositores da antiga e da nova geração: João Nogueira, Paulo César Pinheiro e Eduardo Gudin (“Minha Missão” e “Maior é Deus”), João Donato e Lysias Ênio (“Vento no Canavial”), Leci Brandão (“Zé do Caroço”), Theo de Barros (“Menino das Laranjas”), Danilo Caymmi, Edmundo Souto e Paulo Antônio (“Candomblé”), Chico César (“Prainha”), Rodrigo Amarante (“Deixa o Verão”), Giana Viscardi e Michael Ruzitshkal (“Na Gangorra”). No disco está também “Festança”, sua primeira composição, em parceria com Duani.

“Kavita 1” teve uma ótima repercussão de público e crítica no Brasil e levou Mariana Aydar novamente ao exterior. Recebeu resenhas elogiosas ao redor do mundo. Sobre a receptividade no exterior, ela fica surpresa, mas reconhece que está cercada de um abre-alas muito peculiar e especial: a genuína música brasileira. “Meu som tem aspectos universais e sofisticados, mas sem perder as raízes da música brasileira”.

Só recentemente começou o estudo específico da técnica vocal, “mas acho que a prática com o coração vale mais do que qualquer estudo. Não adianta ser técnico se não tem alma”, enfatiza Mariana.

Depois de 2 anos excursionando com sua banda, cantando com artistas como Ivan Lins, Emilio Santiago e João Donato, Mariana decidiu que chegara a hora de voltar ao estúdio. Novamente ao lado do parceiro músico e produtor musical Duani convidou o produtor Kassin para o novo álbum, “Peixes Pássaros Pessoas” (2009), lançado pela Universal Music. Juntou-se a compositores de sua geração que admirava e quis falar do que sentia naquele momento através de 13 músicas inéditas. Deste período de inspiração, também surgiram mais composições próprias: “Palavras não Falam”, o samba cotidiano “Aqui em casa” (em parceria com Duani) e a introspectiva “Tudo que eu Trago no Bolso” (em parceria com Nuno Ramos). “Este disco me abriu a porta da composição, porque senti a necessidade de falar de temas bem específicos, criando as músicas desde o estágio zero. Me sinto um pouco compositora de todas as canções do disco, já que estive bem perto de cada uma. Tomei gosto pela coisa, percebi que é uma maneira bem autentica de expressão”.

Continuando sua trajetória, Mariana fez uma série de shows para testar novas músicas para seu terceiro CD no final de 2010. Esse contato com o público deu a ela uma idéia do que queria para o terceiro álbum.

Mariana foi guiada pela intuição para criar o novo disco. O álbum “Cavaleiro Selvagem Aqui Te Sigo” que, costurado a partir de suas composições, traz ainda canções de outros compositores que se integram ao clima.

Produzido pelo multi-instrumentista e parceiro desde o primeiro trabalho, Duani Martins, em parceria com o maestro, compositor e arranjador Letieres Leite, da Orkestra Rumpilezz, o CD gravado ao vivo em estúdio revela ritmos afro-brasileiros, além da busca pelas origens sem perder o caráter contemporâneo.

As contribuições não param aí. A musicalidade de cada um dos integrantes da banda que participaram do disco também se soma ao projeto, revelando a busca por algo autêntico e rico.

O resultado é um trabalho artesanal, misterioso e que está pronto para ser descoberto por seus ouvintes.

Fonte | Site Oficial

2005 | BRASIL, SONS E SABORES

01 | Amigos Bons
02 | Vendedor de Bananas
03 | Vatapá
04 | Feira de Mangaio
05 | Menino Das Laranjas
06 | Jurubeba
07 | Banana Bacana


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2006 | KAVITA 1

01 | Minha Missão
02 | Na Gangorra
03 | Prainha
04 | Zé do Caroço
05 | Menino das Laranjas
06 | Vento no Canavial
07 | Deixa o Verão
08 | Festança
09 | Candomblé
10 | Onde Está Você
11 | Maior É Deus

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2009 | PEIXES, PÁSSAROS, PÁSSAROS, PESSOAS

01 | Florindo
02 | Palavras Não Falam
03 | Beleza (part. Mayra Andrade)
04 | Aqui Em Casa
05 | Pras Bandas de Lá
06 | Manhã Azul
07 | Tá?
08 | Peixes
09 | Nada Disso É Pra Você
10 | Poderoso Rei
11 | O Samba Me Persegue (part. Zeca Pagodinho)
12 | Teu Amor É Falso
13 | Tudo O Que Eu Trago No Bolso (part Lanny Gordin)


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2011 | CAVALEIRO SELVAGEM, AQUI TE SIGO

01 | A Saga Do Cavaleiro
02 | Solitude
03 | Não Foi Em Vão
04 | Os Passionais
05 | Vai Vadiar
06 | Nine Out Of Ten
07 | Floresta
08 | Galope Rasante
09 | Porto
10 | Preciso Do Teu Sorriso
11 | O Homem Da Perna De Pau
12 | Cavaleiro Selvagem
13 | Vinheta Da Alegria

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sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Blackmore's Night


Blackmore's Night é uma banda de folk rock de estilo renascentista liderada por Ritchie Blackmore (guitarra e violão) e Candice Night (letras e vocal principal).

Ritchie Blackmore – O marido da vocalista Candice Night, participou do grupo Deep Purple e Rainbow antes de recrutar os músicos para tocar canções que falassem sobre a Renascença. No seu primeiro DVD, lançado em 2005, Ritchie nos conta que se apaixonou pela música renascentista desde os 9 anos. Quando trabalhava no Deep Purple, conheceu Candice, que trabalhava em backing vocals. Eles foram ficando amigos e logo se apaixonaram, e perceberam que tinham mais coisas em comum do que diferenças. Ritchie coloca em destaque que quando ouviu Candice cantar, ele sabia que ela tinha esse dom para canções renascentistas. Logo se casaram e formaram a banda. Ritchie toca principalmente instrumentos de corda.

Candice Night - Esposa do ex-Deep Purple, Candice faz um ótimo trabalho de vocais com as Sisters of the Moon. Canta desde os três anos também, e diz que desde que era pequena se encantou pela magia da música. Fez aula de canto em vários lugares, participou de corais em escolas e clubes, até que conheceu Ritchie e aí começou os Blackmore’s Night.

A banda Blackmore's Night conta ainda com músicos de apoio, atualmente são:

Bard David of Larchmont (David Baranowski) - Teclado (desde 2003)
Earl Grey of Chamay (Mike Clemente) - Baixo, bandolim e guitarra rítmica (desde 2008)
Troubadour of Aberdeen - Percussão (desde 2012)
Lady Kelly De Winter (Kelly Morris) - Trompa francesa e vocais harmônicos (desde 2012)
Scarlet Fiddler - Violino (desde 2012)

Texto | Wikipédia

1997 | SECRET UNPLUGGED
Hotel Saray | Granada | 10.12.97


01 | Memmingen
02 | Mondtanz
03 | Renaissance Faire
04 | Street Of Dreams
05 | 16th Century Greensleeves
06 | Improvisation
07 | Squirrel Last Dance
08 | Ministrel Hall
09 | That-ll Be The Day
10 | Keyboard Improvisation
11 | Ritchie-s Tune
12 | Play Ministrel Play

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quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Art

Lançado naquele que é considerado um dos anos mais importantes da história da música pop, “Supernatural Fairy Tales” é o único registro do grupo inglês Art. Formada em abril de 1967, a banda durou apenas seis meses, encerrando suas atividades em outubro daquele mesmo ano. Mas essa curta existência não passou despercebida, já que o único disco do Art é considerado até hoje uma das grandes obras do rock psicodélico da segunda metade dos anos 1960.

Na verdade, alguns consideram “Supernatural Fairy Tales” como o primeiro álbum do Spooky Tooth, tradicionalíssima banda de rock britânica que se destacou por executar uma original fusão entre o hard rock e o progressivo, principalmente pela interessante utilização de piano e órgão de forma simultânea, construindo uma sonoridade única. Isso ocorre porque Mike Harrison, Luther Grosvenor, Greg Ridley e Mike Kellie, após a adição do tecladista Gary Wright, alteraram o nome do grupo de Art para Spooky Tooth, mudando também o direcionamento musical da banda. Enquanto o Art viajava pelos mares do rock psicodélico, o Spooky Tooth navegava pelo hard rock com algumas pitadas de blues e uma grande dose de rock progressivo. Portanto, o mais correto é, apesar de contar praticamente com os mesmos músicos, classificar o Art e o Spooky como duas bandas totalmente diferentes.

As doze faixas de “Supernatural Fairy Tales” apresentam um rock carregado de psicodelismo e uma bem-vinda dose de peso, aproximando-o do chamado heavy psych. Guitarras agressivas e vocais ásperos e repletos de energia marcam as canções, que trazem consigo uma generosa dose de melodia, facilitando a digestão por parte do ouvinte. Assim, músicas como “I Think I´m Going Weird”, “What´s That Sound (For What It´s Worth)”, “Room With A View”, “Supernatural Fairy Tales”, “Love is Real”, “Brothers, Dads and Mothers” e “Rome Take Away Three” descem redondo até mesmo para o ouvinte não acostumado com a psicodelia, fato raro e surpreendente, uma vez que as experimentações sonoras do estilo costumam assustar ouvintes neófitos.

Raríssima, a edição original do álbum é item de destaque em acervos de colecionadores que conseguiram adquiri-la. Além dela, o álbum ganhou uma versão em CD em 1994 pela gravadora inglesa Drop Out e, mais recentemente, foi reeditado pela Tapestry em vinil de 180 gramas.

Uma jóia rara, que garante momentos de satisfação sublimes ao ouvinte. Talvez essa seja a melhor definição para “Supernatural Fairy Tales”.

1967 | SUPERNATURAL FAIRY TALES

01 | I Think I’m Going Weird
02 | What’s That Sound
03 | African Thing
04 | Room With a View
05 | Flying Anchors
06 | Supernatural Fairy Tales
07 | Love Is Real
08 | Come on Up
09 | Brothers, Dads and Mothers
10 | Talkin’ to Myself
11 | Alive Not Dead
12 | Rome Take Away Three

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quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Lynyrd Skynyrd


... "Americano e sulista "till the bones" (até os ossos) o embrião do que viria a ser o LS, começou em 64 quando Bob Burns, Gary Rossington e Ronnie Van Zant se juntaram a Allen Collins e Larry Junstrom. O primeiro nome escolhido pelo quinteto foi MY BACKYARD, seguido de vários outros. ONE PERCENT, foi o último desses vários nomes antes que se estabilizasse como Lynyrd Skynyrd em 1970.

A mudança de nome "definitiva" aconteceu numa noite em que o "One Percent" tocava num clube de Jacksonville, cidade natal da banda, de nome Forest. Nessa noite, Ronnie gritou para os presentes :" Hey, nós somos LEONARD SKINNER e nós vamos tocar para vocês a noite toda". Leonard Skinner?

Leonard Skinner era um treinador na Robert E. Lee High School na citada Jacksonville, onde Gary Rossington e Bob Burns estudaram por uns tempos e, criou algumas complicações para os futuros membros do LS, devido ao cabelo comprido que os dois já cultivavam na época.

Naquela noite no clube Forest, muitos dos presentes também haviam tido problemas com o treinador. Dessa forma, o nome berrado por Ronnie foi sucesso instantâneo. Alguns anos depois, Gary trocaria algumas vogais transformando LEONARD SKINNER, o nome, em LYNYRD SKYNYRD, a lenda."...

Retirado de: Portal do Rock


THE DEFINITIVE LYNYRD SKYNYRD COLLECTION

Disc 1

01 | Free Bird (Demo)
02 | Junkie (Demo)
03 | He's Alive (Demo)
04 | One More Time (Original Version)
05 | Gimme Three Steps (Original Version)
06 | Trust (Original Version)
07 | Comin' Home
08 | Mr. Banker (Demo)
09 | Down South Junkin (Demo)
10 | Truck Drivin' Man (Demo)
11 | I Ain't The One (Demo)
12 | Poison Whiskey (Demo)
13 | Tuesday's Gone
14 | Things Goin' On
15 | Free Bird

Disc 2

01 | Sweet Home Alabama
02 | Was I Right Or Wrong
03 | Workin' For Mca
04 | Don't Ask Me No Questions
05 | Swamp Music
06 | The Ballad Of Curtis Lowe
07 | The Needle And The Spoon
08 | Call Me The Breeze
09 | Saturday Night Special
10 | Made In The Shade
11 | Am I Losin'
12 | On The Hunt
13 | (I Got The) Same Old Blues
14 | Double Trouble (Live)
15 | Roll Gypsy Roll
16 | All I Can Do Is Write About It (Acoustic)
17 | Four Walls Of Raiford (Undubbed Demo)

Disc 3

01 | Gimme Back My Bullets (Live)
02 | Searchin' (Live)
03 | Simple Man (Live)
04 | Crossroads (Live)
05 | T For Texas (Live)
06 | Whiskey Rock | A | Roller (Live)
07 | Ain't No Good Life
08 | What's Your Name (Alternate Mix)
09 | Georgia Peaches
10 | What's Your Name
11 | I Never Dreamed
12 | I Know A Little
13 | Honkey Tonk Night Time Man
14 | That Smell
15 | You Got That Right

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terça-feira, 4 de novembro de 2014

Tim Maia | Racional

Sebastião Rodrigues Maia, nosso saudoso e louvável Tim Maia, teve uma carreira repleta de polêmicas, excessos, irresponsabilidade, mas muita, muita genialidade, sendo o top mind quando se fala em soul/black music/funk/disco entre outros vários gêneros encontrados em sua vasta e riquíssima discografia, mas aqui não falaremos de seu cartel discográfico, e sim, de uma fase que ele renega, mas que é muito importante na carreira dele e de uma maneira músical, sendo irrepreensível a qualidade das composições, mesmo que suas letras sejam um louvor, as canções são muito bem feitas.

Nossa história começa em 1974, nosso Síndico já tinha 4 discos homônios gravados, um sucesso grande com clássicos como "Não quero Dinheiro", "Gostava tanto de você", "Azul da cor do Mar", "Você" entre vários outros. Foi na casa de seu amigo Tibério Gaspar, que tinha um pai adepto a Cultura Racional, que Tim teve o primeiro contato com um livrinho do "Universo Racional". Depois desse primeiro contato, o cantor decidiu conhecer a seita, raspar a cabeça e vestir branco. Sem gravadora, o cantor já havia criado o selo Seroma (cujo nome vinha das iniciais de Sebastião Rodrigues Maia). Após aderir ao movimento, resolveu modificar todas as letras que vinha gravando, trocando-as por louvores ao Racional Superior. Largou as drogas, as quais era usuário (nunca confirmou, muito menos negou o uso em excesso). Tim posou para fotos sem a famosa barba e bigode, com o cabelo, outrora Black Power, cortado à máquina, tendo por trás um enorme poster de “seu” Manoel, o “mestre de branco”. Com seu lado polêmico sempre afiado, começou a dar declarações atacando antigos amigos, como Raul Seixas, a quem dizia “charlatão”, devido ao seu envolvimento com o mago Aleister Crowley. Diz a lenda que nessa época Tim haveria dado uma grande quantidade de seus discos para seu sobrinho Ed Motta, que pelo visto, foram muito bem aproveitados.

Aqui vou tentar sintetizar a grosso modo, de maneira bem superficial, baseada em artigos da internet essa cultura. A "Cultura Racional" foi fundada por Manoel Jacintho Coelho, considerado pela Cultura Racional como o Racional Superior da Terra, na cidade do Rio de Janeiro, em 1935, no bairro do Méier no centro espírita Tenda Espírita Francisco de Assis, sendo divulgada fortemente a partir de 1970. Tem uma bibliografia que conta com 1000 livros, que prometem desvendar todo o mistério do mundo.Segundo conta um dos livros o fundador, em 04/10/1935, recebeu uma ordem de fechar o centro espírita porque havia chegado ao mundo uma nova era, chamada Fase Racional, a fase do desenvolvimento do raciocínio, localizado na glândula pineal.

Na parte filosófica da coisa, segundo os adeptos, Cultura Racional é o conhecimento da origem do ser humano até sua completa evolução,tudo isto através das mensagens do Racional Superior, um ser extraterreno, publicadas nos livros "Universo em Desencanto" (mil livros já citados acima, divididos em 1°- Obra, composta de 21 volumes, 2°- Réplica, composta de 21 volumes, 3°- Tréplica, composta de 21 volumes, 4°- Histórico, composta de 934 volumes e 5º - Amarelões, composta de 3 volumes editados entre 1935 e 1938). Segundo o movimento, o objetivo Racional seria ligar o ser humano ao seu Mundo de Origem, o mundo racional, pelo desenvolvimento do raciocínio, que é obtido no ler e reler os livros "Universo em Desencanto". Segundo os mesmos a Cultura Racional é "a cultura do desenvolvimento do raciocínio, do mundo que deu origem a este em que habitamos, por isso não é seita ou doutrina, nem tampouco é ciência, filosofia, nem espiritismo. E também não precisa de igreja, sinagoga, mesquita ou casa de pregação. Esta cultura não ataca, não ofende, não humilha, é a favor de todos. Interessa a toda a humanidade, pois é o conhecimento de onde viemos e para onde vamos, como viemos e como vamos, por que viemos e por que vamos".

A Cultura Racional fundamenta a origem do universo, que os seres chamados de habitantes do Mundo Racional (corpos de energia pura, limpa e perfeita) estavam na Planície Racional e viviam em harmonia, até que alguns resolveram experimentar uma parte da Planície a qual não estava pronta para entrar em progresso, o que acarretou um processo de degeneração. Nesse processo, começou a ocorrer perda de virtudes (energia com poder de animação e criação) e assim todos foram descendo, uns mais outros menos, até que fosse formado o Universo. Sendo assim, segundo esse fundamento, a missão do animal Racional (ser humano) seria a de retornar ao seu estado original de equilíbrio, pureza e perfeição, se aperfeiçoando através de uma progressão.

Explicado um pouco dessa filosofia, vamos ao que interessa. O motivo pelo qual Tim entrou na seita ainda é duvidosa, especula-se que foi por querer se livrar das drogas, ou se foi pelo desejo de entrar em contato com discos voadores, ou até uma fase difícil em sua vida, já que Geisa, mulher com qual teve um filho e que morava com ele, tinha o deixado. Pode ser que em um momento de desespero ele buscou uma ajuda espiritual.

No som encontrado nessas obras, vemos muita riqueza instrumental, de arranjo e genialidade, que aconteciam nos ensaios e as gravações. Tim Maia fez questão de converter todo o conjunto e vários de seus amigos, chegando a barrar os visitantes que não iam vestidos de branco em sua residência. Os músicos da sua famigerada banda Vitória Régia, foram influenciados a entrar na seita estudando-a, seja por crença própria, ou apenas para manter o emprego. No estúdio, Tim se revezava em vários instrumentos, como flauta, violão, guitarra e bateria. Músicos como Beto Cajueiro, Robson Jorge, Serginho Trombone e Paulinho Guitarra não ficavam atrás no troca-troca. Foi nesse esquema que os dois volumes de Tim Maia Racional foram gravados.

Com capas diferenciadas apenas pelo numero do volume do disco, tem o primeiro que é um trabalho autoral de Tim, com músicas intercaladas por vinhetas, narrativas e louvores, e é esse album que esta as maiores riquezas do Sindico, como o clássico "Imunização racional (Que beleza)”, a qual Marisa Monte quis regravar, e acabou ouvindo um pedido do próprio Tim para que desistisse da idéia, mas fora gravado posteriormente por Gal Costa, que provavelmente não consultara o cantor. Outra muito lembrada é “Bom senso”, a minha preferida do trabalho, além do samba-soul “Universo em desencanto”, dentre vários petardos geniais.

No volume dois, a qualidade das faixas também é extraordinária, mas já continha composições de outras pessoas, além parcerias com seus amigos, como a balada “O dever de fazer propaganda deste conhecimento” de Robson Jorge, "Cultura Racional" de Beto Cajueiro, entre várias outras músicas de qualidade inquestionável.

No terceiro volume, que já circulava piratamente pelas internets, foi remasterizado e resgatado pela editora Abril em uma coleção de 15 fascículos que traz a obra completa do cantor, com uma qualidade soberba, e lançado décadas após sua concepção. Com a mesma pegada do louvor cósmico, Tim nos brinda com canções excelentes como o funk ''You Gotta Be Racional'', a rumba africana ''Que Legal'', e a qual mais gosto ¨´E preciso ler e reler", uma baladinha que abre o play. São seis canções de variações musicais, que nos remete a pegada do Volume 2, e com Tim Maia em sua melhor forma nessa fase, com uma performance vocal destruidora, é um disco imperdível.

Os dois primeiros volumes foram prensados em forma de LPs Tim Maia Racional, lançados em 1975 e 1976 respectivamente, e teve os lucros revertidos a Cultura Racional, e por ser independente (lançados pela própria gravadora de Tim Maia), chegavam às lojas pelas mãos dos próprios músico, acompanhado de um livro explicando a cultura racional. Esses discos rivalizavam com os discos anteriores do próprio autor, e também causava certo susto, pois tentava catequizar seu público, o que inviava a execução nas rádios e nas emissoras de TV. Esse problema em arrumar espaço na mídia, várias brigas e processos judiciais, associados a pesada crítica e massacre dos albums, fizeram Tim Maia se afundar em dívidas. Seu público antigo não tinha saco para shows de pregação também se afastaram piorando ainda mais a situação.

Tal situação insustentável, fez que Tim deixasse a seita em 1975, brigado com “seu” Manoel por motivos, além dos desconhecidos, financeiros e atolado em dívidas. Tinha passado um ano dando uma de garoto propaganda para difundir tal cultura, perdendo muito dinheiro, e uma das suas primeiras atitudes foi voltar a ser o velho e bom Tim Maia, dessa vez atacando Manuel, acusando-o de vender milhões de livros às suas custas, além de acusá-lo de ser o “maior estuprador de Nova Iguaçu”, graças a uma espécie de Viagra natural chamado guiné-tabu, que Manoel Jacinto consumiria avidamente. Depois de toda a merda feita, a volta iminente ao uso de drogas pesadas, nosso Síndico voltou a ativa do zero, sempre com a idéia da independência musical, mas o desenrolar de sua carreira até sua morte em 1998 é assunto pra outro post.

Essa fase, tirando a parte de pregação, é a mais rica musicalmente da carreira de Tim, sendo perfeita em todos os arranjos, um ápice vocal, mostrando toda a loucura e revertendo em música toda a genialidade de um grupo de pessoas iluminadas. Apesar de ser totalmente renegada e marginalizada pelo próprio autor, não deve ser ignorada em hipótese alguma pelos fãs da ótima musica. Está aqui então talvez a fase mais obscura da música popular brasileira, e a que tem maior qualidade, um verdadeiro tesouro que eu não poderia deixar morrer. Indispensável.

Por | Renato Nagano

1975 | VOLUME 1

01 | Imunização Racional (Que Beleza)
02 | O Grão Mestre Varonil
03 | Bom Senso
04 | Energia RacionaL
05 | Leia o Livro Universo em Desencanto
06 | Contato com o Mundo Racional
07 | Universo em Desencanto
08 | You don't Know What I Know
09 | Rational Culture

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1976 | VOLUME 2

01 | Quer Queira Quer não Queira
02 | Paz Interior
03 | O Caminho do Bem
04 | Energia Racional
05 | Que Legal
06 | Cultura Racional
07 | O Dever de Fazer Propaganda deste Conhecimento
08 | Guiné Bissau, Moçambique e Angola Racional
09 | Imunização Racional (Que Beleza)

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2011 | VOLUME 3

01 | É Preciso Ler e Reler
02 | I Am Rational
03 | Lendo o Livro
04 | O Supermundo Racional
05 | Nação Cósmica
06 | Que Legal

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domingo, 2 de novembro de 2014

Bad Company

Bad Company foi uma banda inglesa de hard rock formada em 1973, com sucessos como "Shooting Star", "Bad Company", "Can't Get Enough", "Feel Like Makin' Love", "Ready for Love" e "Silver, Blue and Gold".

Sua formação original foi composta por Paul Rodgers (vocal), Simon Kirke (bateria), Mick Ralphs (guitarra) e Boz Burrell (baixo).

Seu último álbum foi Merchants of Cool (2002), uma compilação ao vivo, com os principais sucessos e mais duas canções novas gravadas em estúdio: "Saving Grace" e "Joe Fabulous".

Seus integrantes originais tinham tocado anteriormente em outras bandas britânicas: Free, Mott The Hoople e King Crimson.

Seu álbum de estréia, homônimo, foi lançado em 1974 pela Swan Song, e figurou entre os cem mais vendidos da década de 1970 na Billboard. Nele se encontram alguns dos clássicos do Bad Company, como a faixa título do álbum e Can't Get Enough. Em abril de 1975 a banda retornou com o lançamento do seu segundo álbum, Straight Shooter, que também teve excelentes vendagens, e emplacou novos sucessos como Feel Like Makin' Love. A este segundo álbum seguiram-se Run with the Pack (1976), ainda com boas vendagens, Burnin' Sky (1977) e Desolation Angels (1979), todos álbuns competentes. Depois do álbum de 1982, Rough Diamonds, o vocalista Paul Rodgers deixou a banda, e a mesma, ao que tudo indicava, estava destinada a se acabar. Rodgers passou a integrar a banda formada por Jimmy Page, ex-Led Zeppelin, denominada de The Firm.

Não obstante, em 1986, a banda retornou com novo vocalista, Brian Howe, apresentando um trabalho completamente diferente daquele que a havia caracterizado até então. O disco Fame and Fortune, em nada se assemelha com o hard rock dos anos 1970, se aproximando muito mais da sonoridade do glam metal americano dos anos 1980, mas sem o figurino espalhafatoso que caracteriza os integrantes habituais deste estilo. Os trabalhos posteriores, até meados dos anos 1990, seguiram esta tendência, sendo que no competente álbum de 1990, chamado Holy Water, a banda conseguiu emplacar uma música de relativo sucesso comercial, a balada If You Needed Somebody. Este disco foi certificado como Platinum pela RIAA. A ele se seguiu o disco Here Comes Trouble (1992), que ainda conseguiu atingir o certificado Gold pela RIAA.

Em 1995 a banda lança novo disco, Company of Strangers, com o novo vocalista, Robert Hart, no lugar de Brian Howe. Em 1997 a banda ainda lança um segundo disco com este vocalista, Stories Told & Untold, com regravações de antigos sucessos da banda e sete novas músicas. O disco é um fracasso comercial. Em 1998, Rodgers e Kirke discutem a possibilidade da banda voltar a sua formação original. Com o lançamento da compilação The Original Bad Company Anthology, de 1999, aparecem quatro novas músicas gravadas com Rodgers.

1977 | BURNIN' SKY

01 | Burnin' Sky
02 | Morning Sun
03 | Leaving You
04 | Like Water
05 | Knapsack
06 | Everything I Need
07 | Heartbeat
08 | Peace of Mind
09 | Passing Time
10 | Too Bad
11 | Man Needs Woman
12 | Master of Ceremony

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