A Horse With No Name

cavalo

quarta-feira, 29 de agosto de 2018

Shivkumar Sharma, Brij Bhushan Kabra & Hariprasad Chaurasia


Call Of The Valley é um álbum maravilhoso da música clássica indiana, um clássico e um marco na música do mundo, lançado em 1967 pelos músicos hindus Hariprasad Chaurasia, Brij Bhushan Kabra e Shivkumar Sharma.

Quando os músicos gravaram este álbum todos tinham cerca de 30 anos, Shivkumar Sharma, maestro do Santoor (instrumento de cordas percussão), e que tinha feito seu primeiro álbum solo em 1960, foi responsável por estabelecer e popularizar o instrumento círculos clássicos, o guitarrista Brij Bhushan Kabra tinha que provar a si mesmo por causa da concepção e associações de ocidental e indiana que era a música popular guitarra, e Hariprasad Chaurasia teve que também enfrentar o desafio de implementar o seu instrumento o Bansuri (flauta transversal alta nativa da Índia, feita de um pedaço de bambu), uma vez que não era um instrumento concebido muito popular.

É um dos álbuns mais bem sucedidos da Índia e se tornou popular internacionalmente, pela adaptação do som e do trabalho que os músicos souberam inteligentemente impregnar. Sim, a música é tradicional, ambientais, várias peças de estrutura clássica dentro da música indiana, são '' ragas '' ... padrões melódicos em uma composição e improvisação, e é estabelecido com base em uma determinada coleção notas ( geralmente 5-7) e padrões rítmicos característicos, mas o que lhe dá uma audiência internacional atraente é a maneira como os músicos trabalham a música, brincar com os aspectos mais atraentes música e desenvolver peças dinâmicas a partir do uso inovador do violão e da flauta, tudo isso torna o som mais aceitável para o público ocidental.

Na tradição musical indiana, raga são interpretados com base na hora do dia e da temporada, por isso, nesta música (e neste disco) o conceito de tempo e espaço são de valor muito implícita à terra de onde vivem, além de ser uma música com muitas influências e espirituais, religiosas, culturais, etc implicações, é por isso que a música indiana tem uma aura especial, uma energia mágica capaz de ser percebida imediatamente capaz e transportá-lo para sonhos de plenitude, gozo e regozijo interno...


Texto retirado do blog | El Jardín de las Delicias Psicodélicas

2004 | ARTICLES OF CONFEDERATION

01. Ahir Bhairav/Nat Bhairav
02. Rag Piloo
03. Bhoop Ghara-Dadra
04. Rãg Des
05. Rag Pahadi


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terça-feira, 28 de agosto de 2018

Ian Curtis


Ian Curtis, representa hoje um legado de música, história e poesia. O ser humano no seu estado de alienação e o dom para a arte que é a música, no seu estado mais puro. Ian sonhou um dia subir ao palco, realizou esse sonho e é até hoje a alma dos Joy Division.

Joy Division representa hoje um nome com história e música. Nasceram em Manchester (Inglaterra) em 1976, numa época sobretudo industrial e no centro do movimento Punk. Influenciados por bandas como os Sex Pistols e os The Clash, três amigos juntaram talentos e decidiram formar os Joy Division. Eram eles, Bernard Sumner(Guitarrista e Teclista), Peter Hook (Baixista) e Stephen Morris (Percussionista e Baterista). Ian Curtis surge mais tarde, como vocalista, após ter conhecido Bernard e Peter num dos concertos dos Sex Pistols. Torna-se desde aí a alma dos Joy Division, devido ao seu dom evidente para a composição musical e para a poesia.

É curioso pensar-mos no nome da banda, de onde surgiu e o que significa. Para os mais curiosos, Joy Division designava a área destinada às mulheres judias que eram abusadas nos campos de concentração nazistas, o nome foi escolhido por Ian Curtis que era dominado por uma revolta contra os horrores do nazismo. De acordo com a época, os Joy Division tiveram a capacidade de reproduzir musicalmente aquilo que se traduzia num ambiente escuro, vivido em Manchester. Sobre a influência da cultura Punk e através da mistura do Rock Underground, algumas nuances de experimentalismo e tons electrónicos, marcaram a diferença sendo hoje uma referência pioneira ao som new wave que iniciou os anos 80.

Ian Curtis desenvolveu um trabalho admirável e persistente na banda, transpirava paixão pela música, desde cedo. Antes de pertencer aos Joy Division, Ian trabalhava numa loja de discos e mais tarde enquanto assistia a concertos, decidiu que um dia estaria em palco. E esteve de facto, tornando os concertos da banda lendários e envoltos numa áurea de mistério, devido ao seu comportamento em palco, caracterizado pela forma maníaca com que se movia e dançava. Mais do que movido pelo ritmo da música, Ian sofria de Epilepsia, os efeitos das luzes e da música provocava esse efeito agravando gradualmente a sua doença. Sofria ataques em palco, e os estímulos do corpo respondiam á doença, criando uma espécie de transe, o que prendia a atenção do público.

Arrepiante era a forma introspectiva com que Ian Curtis escrevia as suas músicas. Recheadas de dor emocional, violência, morte e alienação levando a questões frequentes, e a deduções sobre a sua própria vida. Ian referia apenas que escrevia sobre problemas e a diferente forma com que diferentes pessoas lidam com eles. O certo é que muito do seu estado de espírito transparecia aos olhos dos mais atentos naquilo que escrevia. Era inspirado por escritores como William Burroughs e vocalistas como Jim Morrison e David Bowie.

O grande número de espectáculos marcados ajudou a piorar a Epilepsia de Ian e muitos dos concertos foram sendo cancelados. Deborah Curtis(sua esposa) afirmava frequentemente que o público admirava Ian Curtis por coisas que o iam matando. No fim de um concerto no Rainbow em Londres, Ian teve um ataque Epiléptico, acabando por cair violentamente em cima da bateria, e ainda assim o público não teve consciência do que se estava a passar, colocando a hipótese de todo aquele comportamento fazer eventualmente parte do seu estado já "normal".

Unknow Pleasures, foi o LP de estreia dos Joy Division. Foi gravado em apenas quatro dias e começou a atrair a atenção do público em Inglaterra. Nele destacavam-se as letras de Ian Curtis, por nelas estar presente a angústia e desespero humano. Quando o álbum foi lançado, foi recebido pela crítica inglesa como um dos melhores discos de estreia de sempre.

Ian Curtis é encontrado morto em sua casa, no dia 18 de Maio de 1980. Com apenas 23 anos, Ian comete o suicidio, enforcando-se com uma corda. O motivo aparente poderia ser o agravar da sua doença, e as questões de alienação que caracterizavam a sua personalidade. Ian Curtis falava obsessivamente da morte, em letras como In a lonely place, talvez antecipando o seu próprio fim. A morte de Ian levou ao fim da carreira de uma das mais influentes bandas, precisamente no momento do seu auge.

Ironicamente com o lançamento do compacto Love Will Tear Us Apart, os Joy Division atingiram a sua maior popularidade quando já não existiam enquanto banda, e Ian Curtis nunca chegou a ver o sucesso que tanto desejava para o grupo.

Envolto nesta bolha de mistério, melancolia, desespero, poesia e música, Ian Curtis, é hoje um mito que é relembrado e admirado por muitos e questionado por outros. Sobre ele podemos hoje assistir a milhares de testemunhos, filmes, documentários. Um homem que prova que o ser humano é a sua história, e que esta pode ser relembrada e admirada ao longo de gerações.

Texto | Catarina Pires

IAN CURTIS | JOY DIVISION
Antologia Poética



Autor | Pedro S. Costa e Paulo Da Costa Domingos
Editora | Assírio & Alvim
(Coleção Rei Lagarto - 4)
81 Páginas
Formato | PDF

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domingo, 26 de agosto de 2018

The Traveling Wilburys


The Traveling Wilburys foi um supergrupo formado por George Harrison, Jeff Lynne, Roy Orbison, Bob Dylan e Tom Petty.

A primeira reunião informal teve lugar no estúdio de gravação de Bob Dylan em Santa Mônica, Califórnia, onde se juntaram Roy Orbison, Tom Petty e George Harrison para gravar a canção "Handle with Care", que faria parte do lado B do single "This Is Love", extraído do álbum Cloud Nine de George Harrison.

Devido aos bons momentos que passaram juntos em estúdio de gravação, decidiram gravar um álbum em um período de dez dias, devido principalmente à iminente turnê de Bob Dylan, no que cada membro contribuiu com várias canções. Lançado em outubro de 1988, sob vários pseudônimos o álbum Traveling Wilburys Vol. 1 alcançou o posto número 79 da lista dos 100 melhores discos dos anos 1980 publicada pela revista musical Rolling Stone. Posteriormente, seria indicado como Álbum do Ano no prêmio Grammy.

Apesar da morte de Roy Orbison em 6 de dezembro de 1988, o grupo gravou um último álbum sob pseudônimos distintos, ainda que conservando o nome Wilbury. A modo de homenagem, no videoclipe da canção "End Of The Line" figura uma guitarra e um retrato de Roy Orbison. Durante certo tempo, a imprensa especulou sobre uma possível entrada no grupo de Del Shannon, mas seu suicídio em 1990 acabou com este projeto. O segundo álbum, chamado Traveling Wilburys Vol. 3, seria o último trabalho do grupo, precedido do single "Nobody's Child". Pular irreverentemente a sequência cronológica ao nomear o album de "Vol.3" ao invés de "Vol.2" foi uma sugestão tipicamente beatle de George, bem ao estilo da sua ilustre banda anterior. O falecimento de Roy Orbison, vocalista do grupo, e a onipresença compositora de Bob Dylan no segundo álbum (mais da metade das canções foram compostas por ele), contribuíram para um final amistoso do grupo.

Aos finais da década de 1990 e começo do novo milênio, os dois álbuns dos Traveling Wilburys estavam fora de catálogo. Harrison, como dono dos direitos sobre os álbuns, trabalhou neles antes de sua morte para um futuro lançamento, embora não tenha chegado a vê-lo devido a sua morte em 2001. Em junho de 2001, depois do anúncio de Tom Petty na XM Satellite Radio, os dois álbuns foram publicados em formato CD junto a um DVD adicional.

O nome "Wilbury" foi um termo familiar utilizado por George Harrison e Jeff Lynne durante a gravação do álbum Cloud Nine. Em inglês "We’ll bury them in the mix" pode ser traduzido como "nós os enterraremos na mistura". No início, George Harrison sugeriu o nome The Trembling Wilburys, mas posteriormente acabaram mudando para The Traveling Wilburys.

1988 | VOL. 1

01. Handle With Care
02. Dirty World
03. Rattled
04. Last Night
05. Not Alone Any More
06. Congratulations
07. Heading For The Light
08. Margarita
09. Tweeter And The Monkey Man
10. End Of The Line
Bonus tracks
11. Maxine
12. Like A Ship


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quinta-feira, 23 de agosto de 2018

Peggy Lee


Peggy Lee (Jamestown, 26 de maio de 1920 — Bel Air, Los Angeles, 21 de janeiro de 2002), nome artístico de Norma Deloris Egstrom, foi uma cantora de jazz tradicional estadunidense conhecida por interpretar as canções "Is That All There Is?" e "Fever". Ao longo de uma carreira de mais de cinco décadas, Peggy gravou mais de 600 canções e chegou a ser comparada às mais importantes cantoras americanas de sua época, como Billie Holiday e Bessie Smith.

Nascida Norma Deloris Egstrom em Jamestown, Dacota do Norte. Conhecida como uma das mais importantes influências musicais do século 20, Lee é citada como inspiração para vários artistas, como Bobby Darin, Paul McCartney, Anni-Frid "Frida" Lyngstad (do ABBA), Bette Midler, Madonna, K. D. Lang, Elvis Costello, Dusty Springfield, Dr. John, Christina Aguilera entre outros.

Como escritora, colaborou com seu ex marido Dave Barbour, Sonny Burke, Victor Young, Francis Lai, Dave Grusin, John Chiodini, e o Duque Ellington, que diz "If I'm the Duke, then Peggy's the Queen" ("Se eu sou o Duque, então Peggy é a rainha").

Como atriz, foi indicada a um Oscar Academy Awards por seu papel em Pete Kelly's Blues.

Frank Sinatra, Ella Fitzgerald, Judy Garland, Dean Martin, Bing Crosby e Louis Armstrong todos citaram Lee como um de seus cantores favoritos.

Foi cremada e suas cinzas depositadas em um monumento no The Garden of Serenity no Westwood Village Memorial Park Cemetery.

Texto | Tiago Ferreira

1997 | THE BEST OF PEGGY LEE
(The Blues & Jazz Sessions)


01. Why Don’t You Do Right
02. For Every Man There’s A Woman
03. Fever
04. Well Alright, OK, You Win
05. Blue Prelude
06. Hallelujah I Love Him So
07. Just For A Thrill
08. Goin’ To Chicago Blues
09. I’m A Woman
10. See See Rider
11. You Don’t Know
12. Call Me
13. Whisper Not
14. The Thrill Is Gone
15. Seventh Son
16. Please Send Me Someone To Love
17. Momma’s Gone, Goodbye
18. I’m Gonna Go Fishin’

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segunda-feira, 20 de agosto de 2018

Thomas Mapfumo


O cantor Thomas Mapfumo é conhecido como o Leão do Zimbábue pela sua imensa popularidade e também, em especial, pela grande influência política que exerce por meio de sua música. Foi ele, por exemplo, o criador do estilo musical que se tornou bastante popular, chimurenga.

Nos anos sangrentos da libertação do seu país e, depois, nos anos de profundas crises econômicas, sociais e políticas, Mapfumo usou sua música para denunciar injustiças, falar sobre questões históricas e culturais e desnudar fatos escondidos pelos jornais sob censura do governo do presidente Robert Mugabe.

Em 2000, as condições no Zimbábue ficaram ainda mais difíceis, devido às políticas violentas do presidente Mugabe e as músicas de Mapfumo foram banidas de todas as rádios. O músico optou por sair do país e foi viver nos Estados Unidos. Mas, apesar do risco, Mapfumo continuou retornando regularmente ao seu país natal, uma vez por ano, para fazer um show de fim de ano. Isso aconteceu até 2004, quando ele sentiu que a coisa estava ficando perigosa demais e deixou de ir.

Mapfumo começou a cantar em 1955, aos 10 anos. Durante sua adolescência, quando seu país vivia a luta pela libertação que transformaria a Rodésia em Zimbábue, Mapfumo atuava como artista itinerante, que o fez ter contato com diversas regiões. Suas músicas passaram a refletir as preocupações das pessoas com as quais ele se encotrava, as privações da vida rural, a indignação com o colonizador.

Foi nesse momento que ele desenvolveu a música que chamou de chimurenga. Os guerrilheiros de seu país que lutavam pela libertação eram chamados chimurenga que, em chona significa luta, conflito. A música chimurenga refletia os anseios da nação negra da Rodésia.

Em 1980, ele celebrou a independência do país que passaria a chamar Zimbábue, sob o som de chimurenga, ao lado dos novos líderes do país. No entanto, Mapfumo esteve sempre ao lado do povo. Ele ficou conhecido por cantar músicas em prol da revolução libertadora, mas suas músicas falavam mesmo era de justiça social e liberdade cultural.

Quando os líderes da libertação transformaram-se em governantes corruptos e que misturavam o conceito de nação com o de sua própria casa, quando perderam os limites do poder, quando passaram a também subjugar o povo como os colonizadores, Mapfumo seguiu coerente. Em 1989 lançou a canção Corrupção. No ano seguinte, cantou Jojo, onde ele avisa os jovens sobre os perigos da política no país em que estão.

Foi nessas circunstâncias que as condições para ele ficaram insustentáveis e Mapfumo teve que deixar o país. Mas sua arte continua lá. E ele continua ativo.

Texto retirado do blog | Mosanblog

1984 | MABASA
(Thomas Mapfumo & The Blacks Unlimited)


01. Ndanzwa Ngoma Kurira (I Hear The Sounds Of Drumming)
02. Mari (Money)
03. Mabasa (Work)
04. Chemera Chaunoda (Ask What You Want)
05. Usatambe Nenyoka (Don't Play With A Snake)
06. Muchoni (The Self-Exile)


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sexta-feira, 17 de agosto de 2018

Hall & Oates


Daryl Hall (nascido Daryl Franklin Hohl, em 11 de outubro de 1946) e John Oates (nascido em 7 de abril de 1948) conheceram-se ainda na faculdade, quando Hall estudava música e Oates, jornalismo, na Filadélfia, em meados de 1968. Logo em seguida, Hall saiu desta universidade e participou de diversas empreitadas musicais (como Temptones e Gulliver, calcada dentro de um country folk), seguiu como musico de estúdio, fazendo backing vocal para bandas soul da época, a exemplo do grupo The Stylistics e outros mais. Enquanto isso, Oates viajou pela Europa, também trabalhando como musico de apoio para diversas bandas e cantores como The Masters. No seu retorno montou o duo com Hall, mesclando a Soul Music com o tipo de rock vigente na época, despertando a atenção de Tommy Motolla, proprietário da Champion Entreintament Organization Co., responsável por empresariar a dupla por longos anos.

A estreia da dupla deu-se em 1972, com o álbum Whole Oats, lançado pela gravadora Atlantic Records, calcado ainda num country folk da Filadélfia. No ano seguinte, lançam o álbum Abandoned Luncheonette, incluindo o hit single "She's Gone" (que, à ocasião, fora regravada por diversos interpretes, como Tavares e Lou Rawls, e a versão da dupla somente atingiu a Billboard no ano de 1976[carece de fontes]. Em 1974, lançaram o War Babies, produzido por Todd Rundgren, que chegou a ter algum sucesso comercial.

Logo em seguida, em 1975 a dupla migra para a gravadora RCA (atual BMG), aonde lança o álbum Daryl Hall & John Oates, também conhecido como silver album, que consegue emplacar o sucesso "Sara Smile" (#4 Billboard em 1976[carece de fontes]), dedicado à namorada de Hall, Sara Allen, que seria sua parceira em muitos outros hits da dupla, no decorrer dos anos.

No ano de 1976, lançam o álbum Bigger Than Both of Us, que consegue chegar ao #1 daos Estados Unidos com o Hit Single "Rich Girl" também escrito por Hall.

No decorrer da década, surgiram mais álbuns, como Beauty on a Back Street (1977), com a música "Why Do Lovers Break Each Other's Heart?" e "Bigger Than Both of Us", que não constou no álbum anterior por fugir da temática composta para o disco); Livetime (1978), uma compilação; Along The Red Ledge (1978), com o single "It's a Laugh" (este álbum foi produzido por Robert Fripp e conta com a participação de George Harrison, Robert Fripp, Steve Lukather, Steve Porcaro e Todd Rundgren); X-Static (1979) com o single "Wait for Me". Este álbum trata da incursão da dupla pela disco music do final dos anos 70, que na época estava em decadência, restando hit singles para Bee Gees, Donna Summer e mais alguns outros.

Em 1977, Daryl Hall grava o solo Sacred Songs, que foi lançado somente em Março de 1980 pela RCA Records (na época, estavam estourando com "Rich Girl", por isso não foi lançado na ocasião).

Sucesso
Em 1980 gravam o single "You've lost that love feeling", que rapidamente torna-se sucesso[carece de fontes] e puxa a vendagem do álbum que viria a seguir: Voices, o primeiro autoproduzido pela dupla. A próxima música de trabalho seria o hit single "Kiss on My List", que atingiria o #1 da Billboard em 1981[carece de fontes].

Aproveitando ainda o sucesso dos singles do álbum Voices, em novembro de 1981 é lançado o álbum Private Eyes, no qual exploram o blue-eyed soul e trazem hits como "Private Eyes", "I Can't Go for That", "Did it a Minute", o funk "Your Imagination" e a homenagem a The Temptations, em "Looking for a Good Sign".

Veio então o álbum H2O (um trocadilho de Hall to Oates), com dois singles: "One on One" e "Family Man".

Ainda no compasso deste disco, a dupla grava o single "Jingle Bells Rock", com duas gravações: uma com Oates (que ficou mundialmente conhecida, ainda mais, depois da trilha sonora do filme Home Alone) e outra com Daryl Hall (que permaneceu rara até recentemente). Gravaram também o single "Say it Isn't So", que foi parar diretamente no #2 na Billboard de outubro de 1983[carece de fontes], justamente na semana de Natal. Logo em seguida, ainda no final de 1983/inicio de 1984, sai a coletânea Rock'n Soul Part 1, com todos os sucessos da dupla de 1974 até os últimos singles, incluindo a inédita "Adult Education". Ainda em 1983, é gravado o show desta coletânea, com todos os sucessos, ainda que não fossem inclusas as duas últimas canções.

Em 29 de setembro de 1984, é lançado o single "Out of Touch", atingindo direto o #1 dos EUA[carece de fontes]. O álbum que viria a seguir, Big Bam Boom, trazia as músicas "Method of Modern Love", "Possession Obsession", "Some Things are Better Left Unsaid" e "Dance on Your Knees".

No ano seguinte, gravam o álbum ao vivo Live at Apollo with D. Ruffin & E. Kendrick. David Ruffin e Erick Kendrick foram vocalistas da banda The Temptations, ícones da Soul Music e ídolos da dupla. O álbum gera um single, "The Way You Do the Things You Do/My Girl", que não atinge o auge como os anteriores, porém, consegue aparecer ao menos nas paradas americanas e inglesas[carece de fontes]. O show é gravado em vídeo, que fora lançado em DVD há alguns anos.[quando?] Nesta mesma ocasião, o cantor Paul Young lança em 1 de junho de 1985 o single "Every Time You Go Away", que chega rapidamente ao #1.[carece de fontes] Esta música fez parte do álbum Voices, de 1980 e não chegou a ser lançada em single.

E, para encerrar o ano, tocam no "Live Aid", acompanhados de David Ruffin e Erick Kendrick e com a participação especial de Mick Jagger nos vocais.

Em 86, a dupla decide dar uma pausa nas atividades, durante a qual Hall lança o disco solo Three Hearts in the Happy Ending Machine, com os singles de sucesso "Foolish Pride" e "Dreamtime". Este álbum foi coproduzido por Dave Stewart (da dupla Eurythmics). Retornam como dupla somente em 1988, com o álbum Oh Yeah, já pelo selo Arista Records (BMG) e com os singles "Everything your Hearts Desire", "Downtown Life" e "Missed Oportunity", sendo este o último trabalho da década. Sairia no ano seguinte o álbum Change of Season, mais acústico e mais rock, com vários produtores (inclusive Jon Bon Jovi).

2002 | LEGENDARY

CD 1
01. Sara Smile
02. Do What You Want, Be What You Are
03. Rich Girl
04. Back Together Again
05. Bigger Than Both of Us
06. It's a Laugh
07. I Don't Wanna Lose You
08. Wait for Me
09. How Does It Feel to Be Back
10. Hard to Be in Love With You
11. Everytime You Go Away
12. You've Lost That Lovin' Feelin'
13. Kiss on My List
14. You Make My Dreams
15. Mano a Mano
16. Tell Me What You Want
17. Some Men

CD 2
01. Private Eyes
02. Looking for a Good Sign
03. I Can't Go for That (No Can Do)
04. Unguarded Minute
05. Did It in a Minute
06. Head Above Water
07. Maneater
08. Delayed Reaction
09. One on One
10. Art of Heartbreak
11. Guessing Games
12. Family Man
13. Open All Night
14. Crime Pays
15. Say It Isn't So
16. Adult Education
17. Going Thru the Motions

CD 3
01. Dance on Your Knees
02. Out of Touch
03. Cold Dark and Yesterday
04. Method of Modern Love
05. Bank on Your Love
06. Some Things Are Better Left Unsaid
07. Possession Obsession
08. All American Girl
09. Way You Do the Things You Do
10. Everything Your Heart Desires
11. So Close
12. Starting All Over Again
13. I Ain't Gonna Take It This Time
14. Don't Hold Back Your Love
15. Change of Season
16. Everywhere I Look

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terça-feira, 14 de agosto de 2018

Monterey International Pop Music Festival


A Explosão da Contracultura
Há 50 anos, o Verão do Amor marcava o apogeu do movimento hippie e mudava as regras do jogo no rock

Junho de 1967. Por um breve momento, a juventude parecia ter tomado conta do mundo ocidental. Naquele mês, tudo o que vinha sendo fermentado nos anos anteriores explodiu em São Francisco, Califórnia, em um fenômeno social que ficou conhecido como Verão do Amor. Cerca de 100 mil jovens rumaram até a cidade para se estabelecer na vizinhança do distrito de Haight-Ashbury. Foi um movimento espontâneo, com frentes em outras partes dos Estados Unidos e na Inglaterra. Os hippies traziam uma mensagem pacifista e a rejeição de um estilo de vida consumista. E, claro, se opunham aos horrores da Guerra do Vietnã.

Graças à sua herança cultural e posição geográfica privilegiada, em meio a belas praias e ao clima quente e iluminado, a Califórnia foi um local perfeito para o florescer da contracultura. Inspirados pelos ideais libertários e pelo estilo de vida propagado pela cultura beat, muitos jovens abandonaram a vida “convencional” e passaram a morar em comunidades onde tudo era compartilhado. Grupos organizados, como o Diggers, mantinham a ordem e cuidavam da assistência médica e da alimentação.

Não era apenas um modo alternativo de viver. Era também o retrato de uma efervescência cultural que iria mudar o panorama pop. Em 14 de janeiro de 1967, ocorreu o primeiro ponto alto desse processo, o Human Be-In, evento que juntou diversas tribos na Golden Gate, em São Francisco. Esse prelúdio do Verão do Amor reuniu cerca de 30 mil pessoas e juntou palestras, atividades culturais e shows. O mote inicial era protestar contra o decreto que bania o uso de LSD na Califórnia. As drogas lisérgicas eram uma das principais forças da contracultura e tinham como principal guru o doutor Timothy Leary, um ex-professor universitário que decidiu abandonar o sistema. Foi lá que ele entoou a célebre frase “Turn on, tune in, drop out” (algo como “fique ligado, entre de cabeça, caia fora”). Personalidades como o poeta beat Allen Ginsberg marcaram presença, além de diversos artistas que acabaram estabelecendo a cena musical de São Francisco, entre eles The Jefferson Airplane, The Grateful Dead e Janis Joplin & Big Brother and the Holding Company.

O Human Be-In causou um impacto tão grande que um novo evento foi marcado para o verão que se aproximava. Em maio, o cantor Scott McKenzie lançou a canção “San Francisco (Be Sure to Wear Flowers in Your Hair)”, escrita por John Philips, do grupo The Mamas and the Papas.
Era um convite sedutor, uma poderosa propaganda para o vindouro Verão do Amor. O single vendeu mais de 7 milhões de cópias e se tornou o hino definitivo da era hippie. Mas quando os Beatles lançaram Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band, no dia 1º de junho, a contracultura ganhava mais do que um hino – ganhava uma declaração de princípios.

Como profetizou Scott McKenzie, uma quantidade surpreendente de jovens rumou a São Francisco e entupiu as ruas na região de Haight-Ashbury. Muitos deles também foram a eventos como o Fantasy Fair and Magic Mountain Music Festival e o Monterey Pop Festival, que marcou o ápice do Verão do Amor. O festival, realizado de 16 a 18 de junho, reuniu cerca de 60 mil pessoas e hoje é considerado o primeiro grande evento do tipo na história do rock. Vários ícones se consagraram lá, como Jimi Hendrix e The Who, que eram praticamente desconhecidos nos Estados Unidos. Janis Joplin e Otis Redding viraram superastros depois de Monterey. Filhos da cena local, como Jefferson Airplane e The Grateful Dead, também marcaram presença, além de hitmakers como The Mamas and the Papas, The Byrds, Bufallo Springfield, Johnny Rivers e The Association. Paralelamente, Ravi Shankar mostrou a força da música indiana. As memoráveis apresentações foram registradas em um filme homônimo dirigido por D.A. Pennebaker.

O flower power (“poder da flor”) se tornou palavra de ordem. Mas nem tudo era paz e solidariedade. Haight-Ashbury ficou pequena para tanta gente; houve uma explosão do abuso de drogas e da criminalidade. Quando junho terminou, muitos jovens voltaram para casa e São Francisco retornou, gradativamente, a uma certa normalidade. Independentemente disso, o que hoje é visto como apogeu hippie mudou a música, a moda, a cultura pop. Foi na esteira daquele momento que, inspirados pelos eventos ocorridos em São Francisco, Jann S. Wenner e Ralph Gleason criaram uma publicação chamada Rolling Stone. Não fosse o Verão do Amor, você não teria esta revista em mãos.

Texto | Paulo Cavalcanti


1967 | MONTEREY INTERNATIONAL POP MUSIC FESTIVAL

CD 1 | FRIDAY EVENING 16.06.1967

John Phillips
01. Festival Introduction
The Association
02. Along Comes Mary
03. Windy
Lou Rawls
04. Love Is A Hurtin' Thing
05. Dead End Street
06. Tobacco Road
07. Memphis
Eric Burdon & The Animals
08. Paint It Black
09. San Franciscan Nights
10. Ginhouse Blues
11. Hey Gyp
Simon & Garfunkel
12. Homeward Bound
13. At The Zoo
14. Feelin' Groovy
15. For Emily
16. Sounds Of Silence
17. Benedictus
18. Punky’s Dilemma

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CD 2 | SATURDAY AFTERNOON 17.06.1967

Canned Heat
01. Rollin' And Tumblin'
02. Dust My Broom
03. Bullfrog Blues
Big Brother & The Holding Company
04. Down On Me
05. Combination Of The Two
06. Harry
07. Road Block
08. Ball And Chain
Country Joe & The Fish
09. Not So Sweet Martha Lorraine
10. Fixin' To Die Rag
11. Please Don't Drop That H Bomb
12. Section 43
Al Kooper
13. (I Heard Her Say) Wake Me, Shake Me

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CD 3 | SATURDAY AFTERNOON 17.06.1967

The Butterfield Blues Band
01. Look Over Yonders Wall
02. Mystery Train
03. Born In Chicago
04. Double Trouble
05. Mary Ann
06. Droppin Out
07. One More Headache
Quicksilver Messenger Service
08. All I Ever Wanted To Do (Was To Love You)
The Steve Miller Band
09. Mercury Blues
The Electric Flag
10. Groovin Is Easy
11. Wine
12. Night Time Is The Right Time

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CD 4 | SATURDAY NIGHT 17.06.1967

Moby Grape
01. Tommy Smothers Introduction
02. Indifference
03. Mr Blues
04. Sittin' By The Window
05. Omaha
Hugh Masekela
06. Bajabula Bonke (Healing Song)
The Byrds
07. Renaissance Fair
08. Have You Seen Her Face
09. Hey Joe (Where You Gonna Go)
10. He Was A Friend Of Mine
11. Lady Friend
12. Chimes Of Freedom
13. So You Wanna Be A Rock & Roll Star
Laura Nyro
14. Wedding Song
15. Poverty Train

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CD 5 | SATURDAY NIGHT 17.06.1967

Jefferson Airplane
01. Somebody To Love
02. The Other Side Of This Life
03. White Rabbit
04. High Flying Bird
05. Today
06. She Has Funny Cars
07. Young Girl Sunday Blues
08. Ballad Of You, Me and Pooneil
Booker T & The MG's
09. Booker Loo
10. Hip Hug Her
11. Philly Dog
Otis Redding
12. Shake
13. Respect
14. I've Been Loving You Too Long
15. Satisfaction
16. Try A Little Tenderness

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CD 6 | SUNDAY AFTERNOON 18.06.1967

Ravi Shankar
01. Raga Bhimpalasi
02. Tabla Solo In Ektal
03. Dhun (Dadra and Fast Teental)

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CD 7 | SUNDAY NIGHT 18.06.1967

The Blues Project
01. The Flute Thing
Big Brother & The Holding Company
02. Combination of Two
Buffalo Springfield
03. Introduction
04. For What It's Worth
05. Nowday's Clancy Can't Even Sing
06. Rock & Roll Woman
07. Bluebird
The Who
08. Substitute
09. Summertime Blues
10. Pictures Of Lily
11. A Quick One While He's Away
12. Happy Jack
13. My Generation

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CD 8 | SUNDAY NIGHT 18.06.1967

Grateful Dead
01. Viola Lee Blues
02. Cold Rain and Snow
The Jimi Hendrix Experience
03. Killing Floor
04. Foxey Lady
05. Like A Rolling Stone
06. Rock Me Baby
07. Hey Joe
08. Can You See Me
09. The Wind Cries Mary
10. Purple Haze
11. Wild Thing

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CD 9 | SUNDAY NIGHT 18.06.1967

Scott McKenzie
01. San Francisco (Be Sure To Wear Flowers In Your Hair)
The Mamas & The Papas
02. Straight Shooter
03. Got A Feelin'
04. California Dreamin'
05. Spanish Harlem
06. Somebody Groovy
07. I Call Your Name
08. Monday, Monday
09. Dancing In The Street (Festival Finale)
10. (Outro) Instrumental

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sábado, 11 de agosto de 2018

Milton Nascimento


Änïmä é um álbum de 1982 do cantor, violonista e compositor brasileiro Milton Nascimento.

A introdução do álbum começa com um poema intitulado "Evocação das Montanhas" e durante a execução desse trabalho, Nascimento conta com participação especial de artistas como o grupo instrumental brasileiro Uakti na faixa título e "Coração Brasileiro". Outros músicos convidados foram Caetano Veloso em um dueto com Milton em "As Várias Pontas de Uma Estrela (The Various Points of a Star)" e Simone cedida pela Sony Music para canção "Comunhão (Communion)". Além disso, a faixa "Essa Voz" contém uma música incidental chamada "O que foi feito de vera" na voz Elis Regina, concedida pela Odeon/WEA Music.

Richard S. Ginell, em uma crítica retrospectivo pela Allmusic, avalia o álbum como exuberante e expressivo. Ainda segundo o revisor, esse disco é umas das típicas obras que marcaram a carreira de Nascimento positivamente no Brasil, sendo um material essencial para o público do músico mineiro.

1982 | ÄNIMA

01. Evocação Das Montanhas (Poema Sonoro)
02. Teia De Renda
03. Anima
04. Olha
05. Coração Brasileiro
06. As Várias Pontas De Uma Estrela
07. Comunhão
08. Certas Canções
09. Filho
10. Essa Voz
11. No Analices (vinheta)

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quarta-feira, 8 de agosto de 2018

George Harrison


Semanas antes de morrer, em 2001, George Harrison recebe na Suíça a visita de Ringo Starr. O baterista relembra, em um depoimento em George Harrison - Living in the Material World, que precisava logo em seguida viajar para Boston, onde sua filha também combatia um câncer. E George diz: "Quer que eu vá com você?".

Para Ringo, essa frase era a cara do guitarrista, mas há muitas outras. Ao longo das três horas e meia do documentário de Martin Scorsese, divididas em duas partes, personalidades também pinçam frases que ajudam a definir o "Beatle quieto", mas o fato é que George Harrison não se deixa biografar facilmente. Introvertido, exige uma aproximação como esta do filme, que vai juntando impressões - tanto nos pequenos momentos quanto nos grandes eventos - para tentar entender o que o movia.

O maior evento, obviamente, é a beatlemania, a quem Scorsese dedica um bom pedaço da Parte 1. Poucos minutos separam, no filme, o instante em que para George a banda ainda era só uma banda ("Esses somos nós, não há produto") e a constatação de uma persona pública ("Você olha e não reconhece essa pessoa que aparece nos jornais"). A partir do momento em que George se aproxima de Ravi Shankar e Maharishi e assume um protagonismo nas questões espirituais dentro dos Beatles, o documentário pega carona - e o tema da consciência que "vive no mundo material" passa a ditar o filme.

O melhor momento desse início é a cena em que George e John Lennon estão em um debate na TV sobre meditação. A câmera está em Lennon, e de repente o "Beatle quieto" o interrompe e atravessa a resposta. Muitos entrevistados ao longo do filme mencionam a variação de humor de George, que podia ser acolhedor ou brutalmente franco em minutos, e nessa cena o lado sanguíneo do guitarrista fica evidente. Chama os descrentes de ignorantes. Ainda é um George jovem, pré-1970, e notamos em seu rosto uma irritabilidade que, no universo visual vastamente registrado e documentado da banda, não se percebia com frequência.

Se depois dessa cena George Harrison - Living in the Material World deixa a desejar em termos de conflitos (o próprio jardim da casa onde ele dá entrevistas é pensado para transmitir paz) é porque o guitarrista era, acima de tudo, um conciliador. Fazia a ponte entre os ânimos de Lennon e Paul McCartney e, com o fim da banda, nunca deixou de se cercar de gente (os indianos, os krishnas, os motoqueiros, Monty Python, Thames Valley Gang, Traveling Wilburys). O que não deixa de ser uma curiosidade: o introvertido que se isolou do mundo em uma mansão no campo, que se encontrou na meditação, não vivia sem amigos.

Outro aparente paradoxo: George pregava o desprendimento do "mundo material", mas é bastante volumoso o material de filmagens caseiras das turnês solo e do beatle e sua família. (Não compreendemos o biografado plenamente, mas registros de arquivo de sua imagem não faltam.) Para uma pessoa que perdeu a privacidade tão cedo e tão rapidamente, e que valoriza a interiorização, George parece bem confortável com a exposição - câmeras o pegam fazendo gargarejo, entrando no banho.

Até mesmo quando foge com sua esposa para Fiji nas ferias de verão, depois da tentativa de homicídio que sofreu em 1999, George leva uma câmera portátil. É uma pessoa que aprendeu a exercitar o desapego (Eric Clapton discute abertamente no filme o episódio em que tirou a mulher do beatle) mas, ao mesmo tempo, tem sempre uma noção de legado. É como se, quando morresse, não planejasse deixar nada no mundo material, com exceção da sua imagem. Se isso não é ser uma celebridade, no sentido mais puro do termo, então não sei o que é.

Em Fiji, porém, George não filma a si mesmo. A sua câmera mostra o movimento das ondas aos seus pés na praia, e vemos apenas a sombra do beatle, sua silhueta. No fim das contas é isso que Scorsese consegue capturar de George Harrison: sua presença no mundo. Enigmática e incompleta como toda presença que escapa de proporção, mas ainda assim uma presença possível de sentir.

Texto | Marcelo Hessel

1973 | LIVING IN THE MATERIAL WORLD

01. Give Me Love (Give Me Peace on Earth)
02. Sue Me, Sue You Blues
03. The Light That Has Lighted the World
04. Don’t Let Me Wait Too Long
05. Who Can See It
06. Living In the Material World
07. The Lord Loves the One (That Love the Lord)
08. Be Here Now
09. Try Some Buy Some
10. The Day the World Gets’ Round
11. That Is All
Bonus Tracks
12. Deep Blue
13. Miss O'Dell

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2011 | | LIVING IN THE MATERIAL WORLD
The Complete Soundtrack


01. George Harrison | All Things Must Pass
02. George Formby | Count Your Blessings and Smile
03. Bill Justis & Orchestra | Raunchy
04. George Harrison The Light That Has Lighted the World
05. The Beatles | Wildcat
06. The Beatles | Nothin' Shakin' (But the Leaves on the Trees)
07. George Harrison | Beware of Darkness
08. The Beatles | I Wish I Could Shimmy Like My Sister Kate
09. The Beatles | Roll Over Beethoven
10. The Beatles | A Taste of Honey
11. The Beatles | This Boy
12. The Beatles | I Saw Her Standing There
13. The Beatles | You Can't Do That
14. The Beatles | Money (That's What I Want)
15. The Beatles | Blue Jay Way
16. The Beatles | And I Love Her
17. The Beatles | Don't Bother Me
18. The Yardbirds | A Certain Girl
19. The Beatles | If I Needed Someone
20. Ravi Shankar & George Harrison | Prabhujee
21. Ravi Shankar | Dhun (Dadra and Fast Teental)
22. The Beatles | Love You To
23. The Beatles | Strawberry Fields Forever
24. The Beatles | Within You Without You
25. The Beatles | The Inner Light
26. The Beatles | Savoy Truffle
27. George Harrison | Ski-Ing
28. George Harrison | Party Seacombe
29. The Beatles | Revolution #9
30. The Beatles | Yer Blues
31. The Beatles | While My Guitar Gently Weeps
32. The Beatles | Something
33. The Beatles | Here Comes the Sun
34. George Harrison | What is Life
35. George Harrison | Hare Krishna Mantra
36. George Harrison | Wah
37. George Harrison | Awaiting On You All
38. George Harrison | My Sweet Lord
39. George Harrison | Isn't It a Pity
40. Ravi Shankar | Bangla Dhun
41. George Harrison | Give Me Love (Give Me Peace on Earth)
42. George Harrison | Dark Horse
43. George Harrison | I'd Have You Anytime
44. George Harrison | Run of the Mill
45. George Harrison | Let It Be Me
46. John Lennon | Give Peace a Chance
47. George Harrison | Between the Devil and the Deep Blue Sea
48. Ringo Starr | I'll Be Fine Anywhere
49. Johnny Cash | Riders In The Sky (A Cowboy Legend)
50. The Traveling Wilburys | Handle With Care
51. The Traveling Wilburys | Margarita
52. The Traveling Wilburys | Dirty World
53. George Harrison | Mawra Blues
54. George Harrison | Brainwashed
55. Tiny Tim | Tip-Toe Thru The Tulips With Me
56. The Beatles | Long, Long, Long
57. George Harrison | Living In The Material World (Bonus track)
58. George Harrison | Isn't It A Pity (Version Two) (Bonus track)
59. George Harrison | Behind That Locked Door (Bonus track)
60. George Harrison | I've Got My Mind Set on You (Bonus track)

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2011 | EARLY TAKES VOLUME 1

01. My Sweet Lord (Demo)
02. Run Of The Mill (Demo)
03. I'd Have You Anytime (Early Take)
04. Mama, You've Been On My Mind (Demo)
05. Let It Be Me (Demo)
06. Woman Don't You Cry For Me (Early Take)
07. Awaiting On You All (Early Take)
08. Behind That Locked Door (Demo)
09. All Things Must Pass (Demo)
10. The Light That Has Lighted The World (Demo)

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sexta-feira, 3 de agosto de 2018

Elton John


O ano de 1973 estava sendo muito bom para Elton John, principalmente depois do lançamento de Don't Shoot Me I'm Only the Piano Player em janeiro. O single "Crocodile Rock" deu a ele o primeiro lugar no hot 100 da Billboard pela primeira vez. Como ele e Bernie Taupin não paravam de produzir material, eles já tinham músicas suficientes para um novo registro antes mesmo da metade do ano.

"Sequer sabia o que fazer quando fiz Goodbye Yellow Brick Road. Em 1973 eu era muito ingênuo. E a ingenuidade é a coisa mais agradável sobre este disco, provavelmente", contou o pianista em entrevista à revista Rolling Stone USA em 2014, quando uma versão deluxe do álbum foi lançada.
Taupin e John, inspirados pelo então novo disco dos Rolling Stones gravado Jamaica, foram de mala e cuia para Kingston, a capital do país, no início daquele ano. Lá, conseguiram gravar uma boa parte do material usado no disco – o primeiro fez as letras, o segundo escreveu todas as melodias. A produção do disco começou, mas foi atrapalhada por diversos problemas ao longo dos dias seguintes.

Primeiro, uma dificuldade com o piano e o sistema de som do estúdio, ambos alugados. Segundo, a cidade estava um caos por conta da luta entre Joe Frazier e George Foreman, dois dos maiores boxeadores de todos os tempos. Antes mesmo de qualquer coisa pudesse minar os planos de vez da gravação, os dois fizeram uma nova mudança: do calor jamaicano para o Château d'Hérouville, na França, o mesmo lugar onde havia sido gravado Honky Château (1972) e Don't Shoot Me I'm Only the Piano Player (1973).

"Fomos à Jamaica para escrever e gravar em Kingston, lugar em que os Rolling Stones fizeram Goats Head Soup e Cat Stevens tinha feito Foreigner. E nós pensamos em ter uma mudança de clima com relação aos dois últimos discos. Os trabalhadores do estúdio estavam em greve, e nós tivemos que cruzar um piquete para entrar e não foi muito agradável, então alguns dos equipamentos quebraram. Eles diziam que arrumariam no dia seguinte, mas, no Caribe, amanhã pode significar três dias. Nós simplesmente não tínhamos tempo para esperar, então pensamos: 'estamos ficando sem dinheiro, temos de cortar as nossas perdas'. Não tenho lembrança de algum medo por lá. Não houve o fator medo na mudança, foi apenas monetária. Não houve ressentimentos", contou.

Na comodidade de um lugar conhecido, o material gravado foi considerado acima da média em todos os sentidos pelo produtor Gus Dudgeon. Das 22 músicas finalizadas, haviam 18, contando "Funeral for a Friend/Love Lies Bleeding" como duas em uma, realmente marcantes. De propósito ou não, havia sentido em organizá-las de forma a contar uma história sobre crescimento e deixar o passado para trás usando a transformação de Norma Jean em Marilyn Monroe como inspiração. Assim nasceu a ideia do primeiro disco duplo da carreira de Elton John. "Havia definitivamente o conforto de voltar a um lugar que você realmente estava familiarizado. Por isso, basicamente, montamos um acampamento, e tudo realmente foi muito, muito bem", disse Taupin.

Lançado em 5 de outubro de 1973, Goodbye Yellow Brick Road foi um sucesso entre público e crítica, colocando Elton John em um patamar diferente a partir daquele álbum. O disco chegou ao primeiro lugar nos Estados Unidos e no Reino Unido, tornando-se o trabalho mais popular o pianista até os dias de hoje. Já são mais de 30 milhões de cópias vendidas até o momento.

Por | Fagner Morais

1973 | GOODBYE YELLOW BRICK ROAD

CD 1
01. Funeral For A Friend /Love Lies Bleeding
02. Candle In The Wind
03. Bennie And The Jets
04. Goodbye Yellow Brick Road
05. This Song Has No Title
06. Grey Seal
07. Jamaica Jerk-off
08. I've Seen That Movie Too

CD 2
01. Sweet Painted Lady
02. The Ballad Of Danny Bailey (1909-1934)
03. Dirty Little Girl
04. All The Young Girls Love Alice
05. Your Sister Can't Twist (But She Can Rock 'N' Roll)
06. Saturday Night's Alright For Fighting
07. Roy Rogers
08. Social Disease
09. Harmony
Bonus Tracks
10. Whenever You're Ready (We'll Go Steady)
11. Jack Rabbit
12. Screw You (Young Man's Blues)
13. Candle In The Wind (Previously Unissued Acoustic Mix)

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